sábado, 19 de fevereiro de 2011

VIVER OU EXISTIR


Um dia eu pude perceber que existe uma enorme diferença entre ver e enxergar, ter e ser, ouvir e escutar, andar e caminhar, desejar e querer. Descobri também que viver e existir são coisas inteiramente distintas.

Algumas palavras podem ter o mesmo sentido ou finalidade quando incluídas em uma oração qualquer, parecendo a muitos uma questão de semântica ou de palavras afins. Mas de fato há uma sutil distância entre entender e captar a essência daquilo que nos foi mostrado.

Os fatores subjetivos, aquilo que está subliminarmente compreendido, precisam ser melhor interpretados por quem não consegue enxergar o âmago daquilo que foi exposto. Ninguém menospreze a força do "oculto" que reside nas "entrelinhas", por exemplo. Portanto, quando alguém fala que viu não significa dizer que enxergou o que deveria.

Há distâncias infindas aí. Quando andamos não quer dizer, necessariamente, que caminhamos. Andamos às vezes sem ter o menor objetivo traçado, sem nenhuma meta a ser atingida. E ao ouvirmos um som qualquer não *implica jamais em afirmarmos que escutamos.

Escuta aquele que sente, aquele que busca ouvir o que não foi dito; o que ficou implícito. Há muita gente ouvindo por aí sem escutar absolutamente nada. Esses pequenos exemplos nos remetem à seguinte reflexão: Viver e Existir são fatores completamente opostos.

Existir é o mesmo que passar pela vida sem tê-la vivido de forma correta e intensa. Aquele que apenas existiu esqueceu de se fazer presente no livro da história, digna e plenamente. Simplesmente passou despercebido. É lamentável vir ao mundo e ter perdido a chance de ter vivido satisfatoriamente.

Viver é realizar-se plenamente, sempre voltado às ações que engrandeçam o ser humano. Vive aquele que se sente parte integrante do Universo. Vive quem faz de tudo para ver a alegria estampada na face do outro.

Vive quem pratica só o bem. Viver é amar sempre, sempre! Vive aquele que estende a mão ao amigo que necessita. Viver e Existir são diferentes em essência.

Autoria: Luiz Maia


P.S.: Perceberam que colori de laranja o verbo *implica no texto acima?

Por que fiz isso?

Para lembrar que, mesmo pessoas bem letradas cometem os mesmos erros das comuns, ou seja, daquelas que se esqueceram de estudar ou não tiveram um bom ou boa professora para lhes ensinar as regras básicas de regência verbal. E olhem que esse vício é recorrente!

Resumindo:

O verbo IMPLICAR é transitivo direto e exige como regente um OBJETO DIRETO, que, assim, se chama, porque dispensa as preposições para completar o sentido do verbo regido.

Traduzindo: Na frase do texto  em que esse verbo aparece, o autor jamais deveria ter usado EM.

O correto é: ...um som qualquer não implica jamais  afirmarmos que escutamos. 

Em poucas palavras: quando alguém usar o verbo IMPLICAR = trazer como sacrifício, deve dispensar o em. 

Para os mais leigos: Só IMPLICAR SEM EM! Implicar o quê?

Valeu?

Esta rosa é para vocês se aprenderam a lição.

3 comentários:

  1. Arlete, se tiveres um tempinho, leia o artigo da Martha Medeiros de hoje em zh.Bom final de semana.Com muita sinceridade.

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  2. Amigo querido, olá!
    Recebi agora (20h20min) O Zh. O texto da Marta será o do caderno Donna? "O que quer uma mulher?"
    Se é o que me recomendaste, li e gostei dele, como sempre. É isso mesmo! Só a Martha para descrever, com tanto realismo, como nós, as mulheres, somos.
    Um excelente domingo para ti e esposa.

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  3. Arlete,desejo o mesmo para voce e seu esposo.

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