sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Caem raios e trovões no português

Anjinho sonhando em ir à escola

Menininha indo à escola

Nilson Mariano, em Zero Hora, faz um alerta assustador sobre a mudança gráfica que deve pontuar as palavras de nosso idioma.

Leiam o que ele escreveu: "Uma babel de interpretações deverá assinalar a implantação da nova reforma ortográfica da língua portuguesa, que começa a vigorar em 1º. de janeiro. Especialistas ainda não chegaram a um acordo sobre a forma de escrever certas palavras."

Se os especialistas, ou seja, os donos da língua, não se entendem, imaginem os anjinhos que estão nascendo. Essas criancinhas crescem e precisam ir à escola.

Já imaginaram se a profe não sabe se o velho pára-raios será escrito assim: para-raios ou assado: pararraios?

Mas não pára (que vai perder o acento!) por aí (que vai continuar com acento)!

A confusão continua com sub-reptício. Continua ou não com esse incômodo tracinho ou será grafado assim: subreptício?

E o velho e útil pára-lama, perde o hífen, não perde?

Ninguém mais vai ter coragem de dizer que o fulaninho vive em condições subumanas. Será com hífen (sub-humanas), sem hífen (subumanas)?

E nós, míseros mortais, como escreveremos?

Deixem acalmar essa temporal de confusões, visto que "depois da tempestade vem a bonança"... Caiam raios e escutem-se trevões... No fim do arco-íris (com ou sem hífen?), creio que haverá o pote de ouro... de tolos... Traduzindo: isso tudo vai dar em NADA! Tomara!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Pai, meu herói, meu bandido



Quando ouvi a canção de Fábio Júnior “Pai Herói” pela primeira vez, estava dividida entre o desejo incontido de continuar a ser criança e a vontade inexplicável de me tornar senhora absoluta de meu destino, por isso a revolta se incorporou em mim ao não entender a mensagem contida nos versos paradoxais: ”pai, você foi meu herói, meu bandido”, porque, naquela controversa fase de minha vida, só via a figura paterna como o herói gigante, o mais bonito e o mais gentil dentre todos os homens. Era ele que afugentava os monstros que rondavam o escuro de minhas noites e apagava os ruídos mais estranhos que ressonavam no meu imaginário infantil, enquanto se fragilizava para me contar histórias de um paraíso intocável, repleto de fadas, de personagens esdrúxulos e de cantigas que ora soavam como doce acalanto, ora ecoavam como hinos bélicos para combater estranhos inimigos, eliminar as negritudes em meu dormir e que pareciam ainda mais profundas longe dele.

Somente fui perceber a força do seu lado “bandido”, quando não aceitava os meus deslizes, segundo ele, atos imperdoáveis; para mim, meros atos de rebeldia em busca da descoberta do universo assenhorado pelos adultos ou quando parecia não se importar com o razoável desempenho escolar que, na minha irresponsabilidade de adolescente, não passava de inadaptações da escola ao meu universo particular e à minha inusitada concepção de mundo. Mais forte ainda emplacou o adorável bandido, quando dele me afastei e senti se agigantar o sofrimento gerado por sua ausência, pelo vazio de conselhos na luta entre o certo e o errado, pelo não ecoar de sua voz para proferir o não vai, fica, espera, continua, tão necessários à etapa vivencial, onde não se sabe equacionar limites.

O tempo foi escorregando, somando sonhos, dividindo-os em realidades e fracassos superáveis e o pai deixou de ser o bandido para se transformar, definitivamente, em herói, conselheiro, amparo nos momentos incertos, concretizador de sonhos palpáveis, mágico disposto a enfrentar os meus inadaptados monstros interiores para fazer aflorar em mim um ser pleno, consciente do viver ético, cuja decência na concretização dos ideais tornou-se um parâmetro a ser, tenazmente, perseguido.

No meu amadurecer constante, passei a entender por que um homem, para transformar os filhos em pessoas completas, cumpridoras de seus deveres, cidadãos leais para as pessoas que lhe são próximas, responsáveis pelos próprios atos, éticos no desempenho de atividades, precisa ser um misto de herói, que saiba insuflar os sonhos e bandido, apto a refrear atos desabonadores, sempre disposto a impor limites, para que, como eu, os demais descendentes possam parafrasear os versos de outra famosa canção: Ah! Se só existissem pais iguais a você, como seria bonito viver. Talvez, nem chorassem por Eloás e Lindembergers.
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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Para quem servirá a reforma ortográfica?



Coisa boa que não estou sozinha contra a implantação desse arremedo de reforma ortográfica. Como mostrei na "Queda do U e do I", a retirada do acento em algumas palavras, principalmente naquelas que têm U e I tônicos, reveleu-se em mais um problema para os usuários do português.

Digam-me... e quem não se lembra do que é um DITONGO, ou uma VOGAL TÔNICA, ou um HIATO?

Adorei o que Percival Puggina escreveu em Zero Hora, domingo. Numa parte de seu editorial, assim se manifesta:

"A quem interessar possa: considero esse acordo ortográfico o cúmulo da falta do que fazer. Coisa de desocupados. Um amigo meu, sujeito desconfiado, desses que vê maldade em tudo, está convencido de que se trata de uma sinecura. "De algumas editoras? Não, imagina...", comento eu. O fato é que nunca tão poucos atrapalharam tanto, sem qualquer motivo sério, a vida de tantos! Trata-se de uma agressão pessoal a dezenas de milhões de pessoas que, em anos de estudo e com muito sacrifício, automatizaram hábitos de escrita e escrevem o idioma conforme lhes foi ensinado. Aliás, 230 milhões de pessoas serão afetadas pelo acordo e 180 milhões (quase 80%) são brasileiros. A perversidade, levada ao máximo, deu nisto: enche-se a paciência dos 100%.

Com que direito?" Finaliza: "Com que intuito se produz esse desperdício de bilhões de exemplares de livros que, de um dia para outro, serão anacrônicos? Já imaginou, leitor, quantas árvores terão que ser abatidas a golpes de ortografia para refazer todo o material didático nacional? Será que ainda não dá para abortar esse absurdo?"

Bravo, Puggina! Faço minhas as suas palavras. E vocês, amigos e amigas, o que pensam sobre isso?

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Que medos são esses?



Tenho certeza de que algum de vocês adora a sogra; outros a detestam, todavia o medo que toma conta de genros e noras tem nome. É a PENTEROFOBIA, ou seja, é uma palavrinha esquisita, originaria do grego PENTER (sogra) e PHOBIA (medo).

Saiu na Super interessante os MEDOS mais BIZARROS e reproduzo-os aqui.

ABLUTOFOBIA, não é um palavrão? Pois é o medo de TOMAR BANHO que faz as crianças enganarem as mães, deixando o chuveiro aberto por muito tempo.

ALECTEROFOBIA é o MEDO de GALINHAS, as aves poedeiras, não aquelas...

CALIGINEFOBIA? Com essa nós, as sogras, redimimo-nos... Sabem o que significa esse medinho aí? É o PAVOR que alguns marmanjos têm de MULHERES BONITAS. (Creio que desse medo veio o famoso jargão "quem ama o feio, bonito lhe parece").

CATISOFOBIA é o estranho MEDO de SENTAR no vaso sanitário. Essa é de doer, pobre dos que sofrem de hemorroidas!

Por hoje,para finalizar, "presenteá-los-ei com a mais bizarra de todas! Até vou usar nova linha.

HIPOPOTOMONTROSESQUIPEDALIFOBIA. Não! Não fui que inventei esse monstrengo ! Essa palavra comprida como centopeia é o MEDO DE FALAR PALAVRAS GRANDES E COMPLICADAS.

P.S.: Perceberam que não estou usando mais os acentos nos EI, EU, EE, OO? Estou preparando os meus amáveis leitores e leitoras para obedecerem às novas regras de acentuação.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Meninos vestem azul; meninas, rosa


Antigamente, quando as futuras mamães não tinham acesso ao mundo eletrônico e as amigas "adivinhadeiras" tentavam acertar o sexo do filho que carregavam na barriga, ficava muito difícil confeccionar as roupinhas do bebê. Quem achasse que seria um menino, passava a fazer roupinhas de cor azul. Se fosse ou pensasse que nasceria uma menina, fabricava vestes rosa. Quem estava em dúvida, optava por amarelinho, vermelho, branco.

Surge a pergunta, por que usar azul para os meninos e rosa para as meninas? Vocês nunca tiveram essas dúvidas? Pois eu sempre as tive, pesquisei e dou-lhes o resultado de minha busca.

Desse costume se tem notícias na era pré-cristã, tempo em que se acreditava que as cores protegiam as pessoas dos maus espíritos e atacavam os recém-nascidos.

Porque os meninos eram os preferidos por qualquer pai e mãe daqueles tempos, que os viam como futuros guerreiros ou mão-de-obra garantida, vestiam-nos de AZUL, a cor do céu, associada aos espíritos do bem.

As meninas, azaradas se fossem as primogênitas, quando recebiam alguma atenção, eram vestidas de preto, cor (ou negação de todas as cores para os físicos...) representativa da fertilidade.

Seus enxovais ficaram ROSA no fim do século 19, numa alegoria à feminilidade, com base em uma lenda europeia, em que as gurias nasciam das rosas e os gurizinhos, de repolhos azuis!

Bota imaginação nisso e o meu pai queria que eu acreditasse em cegonhas!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Reformas Ortográficas 3

Vocês estão vendo este lindo pôr-de-sol que adorna o pólo norte? Pois, logo, logo, o vocábulo polo ou polos serão escritos desse jeito, ou seja, sem acentos.

Hoje, retorno mostrando aos meus adoráveis e atentos leitores e leitoras em que palavras vão desaparecer os ACENTOS DIFERENCIAIS.

Guardem este macete: PORQUÊ QUÊ CÔA(S) ÁS FÔRMA(S) da turminha do POPEPA? Explico melhor!

Vão perder os acentos agudos (´) as palavras abaixo.

1.O PORQUÊ e o QUÊ se der para substitui-los por MOTIVO.

2.Tu CÔAS e ele CÔA café com carpim? Epa! Será que esta palavra também não está fora de moda?

3.ÁS, significando carta de baralho ou pessoa que sobressai por seus méritos, sobretudo nos esportes.

4.FÔRMA ou FÔRMAS, utensílio para modelar ou para se fazer pães.

Agora a Turminha do POPEPA!

5. O PO de PÓLO ou PÓLOS, isso mesmo, o Pólo Norte e o Pólo Sul ou o jogo.

6. O PO de "Ontem, ele não PÔDE vir aqui". Traduzinho, o pôde do Pretérito Perfeito do Indicativo, continua acentuado.

7. O PO de PÔR, o verbo, também não perde o acento!

Agora, eis o PE de "Eu PÉLO o PÊLO pelo prazer de pelar" que vocês devem ter aprendido nas aulas de Português, se o professor (ou professora) era um ÁS (ou AS...no!). Explico melhor!

8.O PE de "Eu PÉLO e tu PÉLAS o pêlo do gato só por maldade?"

9.O PE de PÊLO ou de PÊLOS. Sim! Aqueles incômodos fiapos que infestam a sua roupa, ou precisam ser retirados do rosto e de outros lugares anatômicos...

10.O PE de PÊRA, a frutinha! Não! Não é o que vocês pensaram! É a fruta mesmo, insossa, é verdade! (Será que alguém gosta de pera?)

11.O PA de PÁRA do verbo PARAR como aparece em "Ele anda e pára para falar da vida alheia!", continua ACENTUADINHO!

Gravaram as palavras que eram acentuadas para diferençar de outras similares, mas com som ou tonicidade diferentes?

Agora, reescrevam-nas sem acentos.

Assim: PORQUE QUE COAS AS FORMAS da turminha do POLO, dos POLOS; do PELO, dos PELOS, os fiapos ou os fios ; da PERA ?

Pronto! Se repetirem essas palavrinhas cinco vezes e gravarem-nas, vocês são gênios! Se as repetirem vinte e uma vezes e memorizarem-nas, vocês são normais!

Todavia, se repetiram mais vezes e não aprenderam... Aí, é outra história!

Para finalizar, tocarei na queda do acento no U e no I, tônicos dos HIATOs. Sabem como? A retirada dessas duas vogaizinhas, pronunciadas mais fortes em palavra como feiura, ou seja, cai o acento do u ou do i quando antecedidos por Ditongos.

VALEU? ENTÃO RETORNEM SEMPRE E DIVULGUEM este blog PARA OS AMIGOS, FAMILIARES e ...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Reformas ortográficas 2



Hoje, vou abordar a queda dos acentos nos HIATOS OO e EE conforme apareciam nas palavras vôo e lêem da frase: Vocês não leem os voos estranhos que ocorrem no inconsciente humano.

Pela nova lei ortográfica, esses chapeuzinhos estão com os dias contados. Por isso, é bom irem se acostumando com a abolição deles. Convenhamos, o chapéu masculino já estava em desuso desde o século passado. Para as mulheres, eles foram ressuscitados neste inverno e deixou-as muito charmosas e mais bonitas.

Voltando às mudanças gráficas, só para recordar: desaparecerão os acentos agudos de ÓI e de ÉI no início ou no meio de palavras como em intróito e Dorotéia. Olhem como ficam simpáticas sem os sinaizinhos malandros! Introito e Doroteia! Com que rapidez foram escritas, oba!

Tudo tem o seu lado bom, não acham? Quem não acentuava nada , vai ter que aprender as regras que exigem acento e quem acentuava tudo, também! É a vitória da Lei de Lavoisier: "Nada se cria, nada se perde, tudo se tranforma"! Numa boa!

Domingo, retorno com a QUEDA DOS ACENTOS DIFERENCIAIS e, na segunda-feira, farei um esquemão das regras que continuam exigindo os acentos nas palavras.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Zíper, heróico e invisível


Somente quando "estoura" em público ou justo na hora em que estamos atrasados para algum evento é que percebemos a importância dessa coisinha chamada de zíper ou fecho para muitos.

Esse aviamento, (será que ainda se usa essa palavra?), foi criado pelo americano Whitcomb Judson em 1893, com a finalidade exclusiva de fechar as botas fabricadas por ele e que estavam lhe dando prejuízos. As botinas originais iam até os joelhos e eram amarradas com barbantes, os famosos cadarços, causando desconforto e cansaço ao fabricante e aos compradores.

Foi graças a Gideon Sundback, sócio esperto de Judson, que pequena fábrica de botas saiu do vermelho. Como? Sugeriu que o zíper, antes só usado nas botas, passasse a fechar calças, jaquetas e bolsas. Pronto! De pobretões e falidos, tonaram-se milionários.

E vocês, não têm uma bela e lucrativa invenção? Patente nelas! Epa! Não é a privada, o vaso sanitário! É o registro da invencionice antes que alguém se aposse de sua ideia. (Já sem acento para "obedecer" à lei!)

Faixa de pedestre



Fico indignada quando os motoristas não param ante as faixas de segurança. Será que pensam que são meros enfeitos decorativos?

Como boa e civilizada cidadã, paro sempre, às vezes, com muito medo e torcendo para que o motorista que vem atrás de mim, não me atropele. Tudo é possível!

Numa tarde dessas, enquanto esperava, pacientemente, duas jovenzionhas fazerem a trajetória e o estavam fazendo lentamente, fiquei imaginando quem inventara essas listras salvadoras.

Pois não é que pesquisei e achei, sabem onde? Na Super interessante, é claro!

Verena Pereira informa que a faixa de pedestres surgiu na velha e boa Londres em 1934, com o objetivo de evitar atropelamentos.

O governo inglês mandou pintar duas faixas pontilhadas nos maiores cruzamentos da capital lindrina.

Em 1939, foram substituídas por faixas brancas de 40 a 60 cm de largura e assim continuaram a ser pintadas até hoje.

Amanhã, voltarei, mostrando aos meus curiosos leitores, como e onde surgiu o SEMÁFORO.
Aguardem!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Mudanças ortográficas



Às vezes, fico pensando a respeito do medo que as pessoas têm de se manifestarem, por escrito, usando a língua portuguesa. Muitas preferem utilizar-se do inglês por se sentirem bastante familiarizadas com a língua dos "gringos", empregando-a com tal destreza como se com ela trocassem um demorado e fraternal abraço. Primeiro, pela inexistência de acentos, depois, por não necessitarem de muitas palavras para dizerem o que pensam. Um "do you speek english?" parece que abre a mente dos usuários e lhes dá ampla fluência oral e escrita.

Tudo isso para revelar um certo desgosto que de mim se apossou por verem mudadas algumas regrinhas de acentuação, da retirada do desnecessário hífen e do atrapalhado trema. Não que seja contra mudanças, sou contrária a modificações pífias, impostas sob canetaço governamental e que gerarão vultosas despesas a onerarem todos os setores, em especial à Educação...

Apresentarei, inicialmente, as mudanças que ocorrerão nos DITONGOS, inseridos no MEIO das palavras como em clarabóia e alcatéia, que ficarão sem os acentos no ÓI e no ÉI. (Ficarão assim: claraboia e alcateia!). Claro que em herói e em anéis, por se colocarem no fim dos vocábulos, esses acentos continuarão marcados, desfilando por aí garbosos.

Agora, recordarei a queda do trema, que "já vai tarde!", no U de QUE, QUI, GUE, GUI, uma vez que nunca fez falta na fala ou na escrita de ninguém.

Olhem como ficam bonitinhas as palavras frequente, tranquilo, aguentar e arguição sem os malditos pontinhos a entravar-lhes a escrita e a digitação. Quanto tempo se ganhará sem esses sinaizinhos malvados!

Num próximo encontro, falarei sobre a queda do HÍFEN e dos ACENTOS DIFERENCIAIS. Só para adiantar: Não para para dar passagem a um carro veloz e vai ver o que acontece a você! Viram? O PARA do verbo parar perdeu o acento, assim como quem perde a vida se não obedecer a normas de trânsito.