quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Mudanças ortográficas



Às vezes, fico pensando a respeito do medo que as pessoas têm de se manifestarem, por escrito, usando a língua portuguesa. Muitas preferem utilizar-se do inglês por se sentirem bastante familiarizadas com a língua dos "gringos", empregando-a com tal destreza como se com ela trocassem um demorado e fraternal abraço. Primeiro, pela inexistência de acentos, depois, por não necessitarem de muitas palavras para dizerem o que pensam. Um "do you speek english?" parece que abre a mente dos usuários e lhes dá ampla fluência oral e escrita.

Tudo isso para revelar um certo desgosto que de mim se apossou por verem mudadas algumas regrinhas de acentuação, da retirada do desnecessário hífen e do atrapalhado trema. Não que seja contra mudanças, sou contrária a modificações pífias, impostas sob canetaço governamental e que gerarão vultosas despesas a onerarem todos os setores, em especial à Educação...

Apresentarei, inicialmente, as mudanças que ocorrerão nos DITONGOS, inseridos no MEIO das palavras como em clarabóia e alcatéia, que ficarão sem os acentos no ÓI e no ÉI. (Ficarão assim: claraboia e alcateia!). Claro que em herói e em anéis, por se colocarem no fim dos vocábulos, esses acentos continuarão marcados, desfilando por aí garbosos.

Agora, recordarei a queda do trema, que "já vai tarde!", no U de QUE, QUI, GUE, GUI, uma vez que nunca fez falta na fala ou na escrita de ninguém.

Olhem como ficam bonitinhas as palavras frequente, tranquilo, aguentar e arguição sem os malditos pontinhos a entravar-lhes a escrita e a digitação. Quanto tempo se ganhará sem esses sinaizinhos malvados!

Num próximo encontro, falarei sobre a queda do HÍFEN e dos ACENTOS DIFERENCIAIS. Só para adiantar: Não para para dar passagem a um carro veloz e vai ver o que acontece a você! Viram? O PARA do verbo parar perdeu o acento, assim como quem perde a vida se não obedecer a normas de trânsito.

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