segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Para quem servirá a reforma ortográfica?



Coisa boa que não estou sozinha contra a implantação desse arremedo de reforma ortográfica. Como mostrei na "Queda do U e do I", a retirada do acento em algumas palavras, principalmente naquelas que têm U e I tônicos, reveleu-se em mais um problema para os usuários do português.

Digam-me... e quem não se lembra do que é um DITONGO, ou uma VOGAL TÔNICA, ou um HIATO?

Adorei o que Percival Puggina escreveu em Zero Hora, domingo. Numa parte de seu editorial, assim se manifesta:

"A quem interessar possa: considero esse acordo ortográfico o cúmulo da falta do que fazer. Coisa de desocupados. Um amigo meu, sujeito desconfiado, desses que vê maldade em tudo, está convencido de que se trata de uma sinecura. "De algumas editoras? Não, imagina...", comento eu. O fato é que nunca tão poucos atrapalharam tanto, sem qualquer motivo sério, a vida de tantos! Trata-se de uma agressão pessoal a dezenas de milhões de pessoas que, em anos de estudo e com muito sacrifício, automatizaram hábitos de escrita e escrevem o idioma conforme lhes foi ensinado. Aliás, 230 milhões de pessoas serão afetadas pelo acordo e 180 milhões (quase 80%) são brasileiros. A perversidade, levada ao máximo, deu nisto: enche-se a paciência dos 100%.

Com que direito?" Finaliza: "Com que intuito se produz esse desperdício de bilhões de exemplares de livros que, de um dia para outro, serão anacrônicos? Já imaginou, leitor, quantas árvores terão que ser abatidas a golpes de ortografia para refazer todo o material didático nacional? Será que ainda não dá para abortar esse absurdo?"

Bravo, Puggina! Faço minhas as suas palavras. E vocês, amigos e amigas, o que pensam sobre isso?

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