terça-feira, 31 de agosto de 2010

Histórias que vivi 6


Hoje serei curta e grossa como se diz num bom estilo gaúcho. Faz bem pouco tempo que esta história aconteceu. Do vivenciado, tenho como testemunha a minha filha Daniella. Juntas, saímos para comprar um tecido para eu lhe confeccionar um vestido de festas. É, especialmente, para a minha garotinha que reavivarei este fato.

Percorremos muitas lojas. Depois de muito caminhar, entramos na loja da Ceci. Pessoa delicada, deu-nos a maior das atenções. Encontramos o pano pelo qual procurávamos. O incidente aconteceu quando já estávamos à porta de saída.

Como a loja possuía uma espécie de mezanino em que a comerciante guardava o estoque de produtos, dirigiu-se para lá. Como uma equilibrista, pendurada no parapeito do almoxarifado, subitamente me chama e lasca isto com a voz mais doce que mel: "Arlete, não sabes quem deseja comprar uma loja?"

Pra que tinha que me fazer essa pergunta?

Mais rápido que o vento minuano levantando a saia de donzelas em esquina cheia de homens ou que o Ricardão pulando janela para fugir do cornudo, disse: "Sei!"

A dona do estabelecimento comercial, se tivesse asas, teria voado ao meu encontro, tanta era a sua felicidade. Com a voz ainda mais doce que doce de batata doce, a interessada senhora, sorrindo com todos os dentes, os verdadeiros e os postiços, afronta-me com a pergunta: "Como é o nome do comprador?

Ainda mais rápido que relâmpago em noite de temporal e com mais sonoridade do que granizo em rancho de zinco, contraditei: "Mas não sei!." Ao ouvirem isso, talvez assustadas, a minha filha e a própria Ceci caírem em estridente gargalhada.

Creio que a desiludida vendedora está se lamentando até hoje e se remoendo com um "E eu acreditei!"

Essa Dordoleti, diria o meu amado Vinícius!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Irmã gêmea no riso?

Daniella, filha amada!

A cena do vídeo não lembra as minhas crises de riso quando fico nervosa ou acho algo engraçado e o momento é inoportuno para eu rir?




A crise de riso a que fui acometida na história da troca de defunto foi semelhante a essa. E mais, como já contei, para abafar as risadas, vertiam-me copiosas lágrimas. Rindo e chorando e seguindo a canção, digo, velório... Imaginem a cena!

Amigos reais e virtuais


Existem duas categorias de amigos muito bem diferenciadas. A primeira está repleta de amigos virtuais. A segunda contém raríssimos amigos reais. Dos virtuais, recebemos e trocamos mensagens cheias de boas intenções. Às vezes, até extrapolamos os limites da tolerância: sem lhes pedir licença, enviamos mensagens a eles contendo textos que nada lhes dizem, embora tenham se revestido de enorme beleza ou significado para nós.

Os virtuais aceitam a nossa amizade, porque não há um compromisso maior. Não lhes pedimos e nem lhes cobramos nada.Não precisam escutar as nossas queixas, ou nos prestar algum tipo de ajuda. Nada lhes exigimos a não ser que nos enviem somente mensagens que nos toquem o coração ou contenham piadas inteligentes que nos façam chorar de tanto rir.

Às vezes, sorrimos complacentes por nos mandarem repetidas vezes as mesmas mensagens. Ou por enviarem os e-mails sem nenhum recadinho. Repassam-nos sem compromisso. Simplesmente por enviar. Como nada exigimos, os amigos virtuais se enternecem ou nos perdoam na mesma intensidade do conteúdo de nossos enviados.

Porque a amizade só existe eletronicamente, tudo lhes perdoamos e por eles somos perdoados. Não esquecem do nosso aniversário, do dia do amigo, fazem gozações com o dia da sogra ou pela derrota de nosso time. Não se ofendem e nem nos sentimos ofendidos caso tenhamos ido além do permitido. Até podem achar inoportuno o que lhes enviamos, mas não nos repreendem.
São seres irretocáveis e sabem, e como sabem, fazer-nos felizes.

Os amigos reais, seres de carne e osso, são pessoas que adoraríamos tê-las ao nosso lado nos momentos terríveis quando necessitamos do ombro amigo para nos sentirmos reconfortados, que franqueiam a mão e a mantêm estendida para auxiliar-nos na queda ou no voo. Pessoas únicas que não invejem o nosso sucesso, ao contrário, disponibilizam-se a juntos festejá-lo, enchendo de luzes as nossas vidas.


Amigos de verdade riem risos tão intensos quanto os nossos e se irmanam, comovidos com as nossas lágrimas. Esses, raras pessoas os têm. Por terem a certeza de suas companhias, muitas vezes, ultrapassam os limites da amizade e os perdem por uns tempos, mas retornam sempre e as acolhem na morada serena de seus corações.

O grande problema no convívio com esses seres é que os queremos perfeitos, solícitos, e estes, muitas vezes, cobram-nos além do que desejamos em restituição da amizade oferecida. Por que os idealizamos, ao convivermos com eles, ou somos enganados (mas quem já não o foi) ou geramos neles profundas decepções.



domingo, 29 de agosto de 2010

Para os verdadeiros amigos

Hoje, amanheci com esta música na cabeça. Arrastei-a do you tube só para oferecê-la a quem sabe ser amigo e amiga de verdade e destacar aqueles e aquelas pessoas privilegiadas que têm amizades verdadeiras e podem alardear:

Você meu amigo de fé, meu irmão camarada
Amigo de tantos caminhos e tantas jornadas
Cabeça de homem mas o coração de menino
Aquele que está do meu lado em qualquer caminhada
Me lembro de todas as lutas, meu bom companheiro
Você tantas vezes provou que é um grande guerreiro
O seu coração é uma casa de portas abertas
Amigo você é o mais certo das horas incertas...



Ah! Como eu queria ter um amigo ou amiga assim!

sábado, 28 de agosto de 2010

Histórias que vivi 5

Nesse esplendoroso palco da vida, nem sempre fui a atriz principal do espetáculo, cujas histórias com minhas trapalhadas venho narrando. Em significativas passagens, fui reles coadjuvante, tentando fazer do limão uma bela e gostosa limonada. Irei intercalando fatos vivenciados em que fui a “estrela” com outros, que permaneci nos “bastidores”.

A história de hoje exige, antes, o relato de situações preliminares. Enquanto professora, priorizei o difícil ato de ensinar com educar, incentivando a criatividade e o conhecimento. Ressaltava aos meus alunos de que tudo o que lhes ensinava devia ser aperfeiçoado e aprofundado por eles. Incentivava também que o aprendido deveria servir para alguma coisa e que o pleno domínio da fala e da escrita era a chave de ouro capaz de abrir muitas portas. Ia além, se caprichassem, todas as portas almejadas abrir-se-iam abatidas por eles. Ensinava-lhes que o querer e o poder não eram máximas inquestionáveis, ou seja, para alcançar o sucesso, o querer exigia grandes esforços pessoais e, em consequência, inúmeros sacrifícios. E estudar muito era um deles.

Entremos no relato. Estava trabalhando com meus alunos a escola literária, chamada Romantismo, traçando um paralelo com textos do Modernismo. Para fazer uma atividade diferente e que despertasse o gosto pela leitura, convidei-os a encenarmos o lindo poema “Navio Negreiro” de Castro Alves. O texto é longo, mas valerá a pena lê-lo até o fim.

Não sei se isso acontece ainda hoje, mas o voluntariado se centrava nas meninas. Apenas dois garotos se disponibilizaram. Foi então que me vali do famoso “jogo de cintura”. Fiz a seguinte proposta: os meninos atuariam em “Navio Negreiro” e as meninas fariam parte da encenação de poemas de Vinícius de Moraes, desafiando-os para ver quem se sairia melhor. Não deu outra. Inscreveram-se tantos garotos que precisei sortear os vinte de que precisava.

Perdi muitas noites bolando o como iríamos apresentar o poema de Castro Alves. Dormia e acordava pensando sobre o tema. Foi através de um sonho que nasceu a criação. Imaginei os meninos com uma espécie de veste, em que um lado seria branco e o outro, preto. O mesmo aconteceria com o rosto.

Estávamos a ensaiar exaustivamente, quando fomos interrompidos por uma mãe furiosa, alegando que eu isolara o filho dela por ser portador de um defeito. Expliquei-lhe que os artistas haviam sido escolhidos mediante sorteio. O que ela argumentou e com inteira razão? “O meu menino e o outro colega foram os únicos que se ofereceram para te ajudar!”. Rendida aos argumentos dela, abracei-a comovida e incluí o seu garoto no elenco.

Se arrependimento matasse, seria morta a pedradas por mim mesma e pelos outros atores. O piazinho, além do lábio leporino, tinha problemas gravíssimos de lateralidade. Não sabia diferenciar o lado esquerdo do lado direito e a encenação castreana fora criada sobre movimentos corporais e agilidade. Minha ideia era esta: eu recitaria o poema e os alunos, com gestos e movimentos corporais, iriam dramatizando o texto. Auxiliada por um capitão do exército, tão empolgado quanto eu, pai de um deles e exímio violinista, começamos os ensaios. Imaginem o som muito bem executado de um violino, um jogo de luzes bem direcionado, um poema lido com perfeita dicção e emotividade. Tudo parecia perfeito. O menino com problemas, depois de muita batalha em cenas repetidas até a exaustão, aprendeu a parte dele.


Havia uma passagem em que era simulada a viagem da África para o Brasil, cujo navio carregava os escravos. Mar bravio, os meninos deveriam simular o movimento do barco e das ondas com tecidos e movimentos. Acreditando estarmos prontos, fizemos a apresentação de estreia no Salão Nobre da escola. Para acalmar os nervos de todos nós, a esposa do capitão, uma jovem senhora, tão bela quanto solícita, levou-nos chá de erva cidreira e gostosíssimas rosquinhas de farinha de milho. Como o mais nervoso era o garotinho do lábio leporino, a gentil senhora caprichou nas xícaras de chá para ele. Tragédia à vista! A apresentação se desenrolava muito bem até que o já famoso garoto sentiu vontade de urinar. Minha nossa!

Desconcentrou-se completamente.
Quando era para virarem à direita, o malvado virava para a esquerda. Quando deveria avançar, o piá recuava. Quando deviam se deslocar mais rápido,
caminhava apertando as pernas para conter a vontade de fazer xixi. Se deviam levantar, o bichinho se acocorava. E muito mais... O mais perfeito trapalhão!

Como eu ficara atrás do palco, recitando o poema ao microfone, ouviam a minha voz, mas eu não os enxergava. Escutava apenas as gargalhadas do público presente, alunos das outras séries e os próprios colegas, Calminha, calminha, movida pelo chazinho de cidreira, continuei declamando os versos cada vez melhor e o fazia com ascendente emoção.
Terminado o espetáculo, fomos aplaudidos em pé.

Curiosa, quis saber por que o público rira tanto. Quando me contaram o acontecido, achei graça também. Acertamos que ensaiaríamos à noite, para eliminar as falhas. Por que o sucesso foi significativo e se espalhou, outras escolas nos convidaram para apresentar o Navio Negreiro para seus alunos e pais. A primeira apresentação após a estréia aconteceu no Medianeira, colégio de freiras e o mais chique da cidade. Caprichamos. Tudo saiu como o ensaiado, só que, ao final, fomos aplaudidos com relativo entusiasmo. O que dera errado? Por que não repetimos o mesmo sucesso?


Foi após exaustiva análise junto ao capitão e esposa, ouvidos alguns professores que assistiram à apresentação de estreia, que chegamos a seguinte constatação. O primeiro espetáculo uniu emoção e trapalhada, o que gerou alegria. Os erros cometidos tiraram-lhe a sisudez e o enriqueceram. Baseados nas falhas, aperfeiçoamos, aumentamos alguns recursos cênicos e aproveitamos o artista trapalhão que, de coadjuvante, passou a ator, cômico, mas principal.


Quando o João deveria gritar “Terra à vista!”, trocamos por “Escravo mijão e "cagão" à vista!”, porque descobrimos que, ao ficar nervoso, o guri sentia uma incontrolável vontade de ir ao banheiro. Saia do palco, fazendo todo o tipo de gestual cômico. Enquanto ele se aliviava, a apresentação continuava, porém os espectadores acreditavam que tudo fazia parte do espetáculo. Na verdade, fazia. Unimos o útil ao agradável e deu certo!

Foram justamente as trapalhadas de um menino antes cheio de recalques, depois um jovem feliz, que ficou assegurado o brilhantismo da apresentação escolar. De Santiago, passamos a nos apresentar nas cidades vizinhas e tudo por conta do Exército Brasileiro, cujo General, entusiasmado com o meu dinamismo e criatividade, disponibilizou-me toda a logística necessária: transporte, alimentação, soldados para me auxiliarem na manutenção da ordem e da disciplina durante as apresentações. Até um holofote, cujo operador mudava a cor das luzes usando papel celofane colorido. Viramos uma trupe unida e feliz. E isso aconteceu no auge da ditadura militar, quando eu já estava fichada no DOPS...

Ah! Esqueci de informar: a maioria dos atores do Navio Negreiro, hoje, são pessoas muito bem sucedidas. Há engenheiros, professores universitários, políticos. O ator trapalhão? É um médico renomado. Às vezes, quando me recordo desse acontecimento, imagino o que seria dele, seu eu não o tivesse inserido no espetáculo.

É por esta e por outras que adorava e adoro ser professora! Quando encontro ex-alunos, vejo, nos olhos deles, a mesma admiração que me votavam no passado, e, nos meus, leem o profundo afeto que sentia e sinto por todos eles. É por isso, também, que a minha vida se trancorreu e continua transcorrendo como se atuasse em um palco inteiramente iluminado, cujos aplausos são o reconhecimento pela minha dedicação enquanto educadora. A isso soma-se o amor sincero, e que fazia questão de receber, generosamente distribuído entre os alunos.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A felicidade pode demorar

Recebi este vídeo de meu querido cunhado Ariosto. Dedico-o a uma pessoa muito especial, pois acredito que muitas palavras contidas no texto carregam verdades difíceis de assimilar.


Atenção! Se tiveram dificuldade em ler, esperem o fim do vídeo e, depois, cliquem em qualquer outro que aparece acoplado. Há muitos com o mesmo tema, porém com letras mais legíveis.

Histórias que vivi 4


"A gente narra a procura de um sentido. A gente narra para provar que tudo não passa de um sonho." Motivada pelas palavras de José Pedro Goulart, resolvi continuar com as histórias engraçadas das quais fui personagem principal e as trapalhadas que já protagonizei. A que vou contar hoje, se eu não fosse a protagonista, misto de Carlitos e Didi Mocó, internar-me-ia por doida, tantas são as situações diferenciadas que já vivi.

Casada há pouco tempo, sempre que me sobrava um espaço no tempo, dedicava-o para visitar minha mãe, minha sogra, Ironda, a cunhada da outra história e três tias de meu marido. Estas, apesar de serem pessoas generosas, eram mil vezes desconfiadas. Tudo as melindrava. Com ou sem defeitos, por todas elas dedicava um afeto sem medidas. (Adorava chimarrear com elas e questioná-las para saber sobre tudo o que acontecia na cidade.)

Raramente recebia visitas, os que me amavam, sabiam o quanto trabalhava e quão preciosos eram os momentos em que podia curtir o meu novo lar e o meu marido. Tudo corria na mais santa paz até que, num sábado à tardinha, parecendo que haviam combinado, apareceram, para me fazerem uma visita, todas as pessoas que enumerei acima. A sala de meu apartamento, embora de bom tamanho, ficou pequena ante tantas visitantes.

Conversamos animadamente, trocamos receitas, imaginem o burburinho com tantas mulheres reunidas. Tudo corria muito bem. Agia como a mais dedicada das donas de casa. Minha mãe sorria feliz com meu brilhante desempenho. Minha sogra, vez ou outra, dava-me uma alfinetada, mas eu era, imediatamente, socorrida pelas tias, que faziam todo o empenho para me demonstrarem o quanto me amavam. Tudo ia muito bem até que... tive uma recaída.

Sem mais nem menos, levantei-me e, até hoje não consigo lembrar o que me impeliu, fui me despedindo de todas as visitas. Abraçava-as e dizia assim: “Tchau, mimosinha, amanhã apareço de novo! Não te esqueças de me esperar com um chimarrãozinho gostoso!” Finalizada a última despedida, dirigi-me à porta e, quando estava na metade da escadaria que dava acesso à rua, encontrei-me com meu marido que me perguntou: “Onde tu vais?”. Surpresa, saio-me com esta: “Para casa, ora!?” Ele: “Mas a tua casa agora é aqui. A mãe e as tias ainda não chegaram?”

Foi justamente naquele instante que me dei conta de que eu não estava na casa delas e, sim, na minha. Não sabendo onde meter a cara, pedi aos céus que abrissem uma cratera sob os meus pés, que era o único lugar seguro onde eu poderia me esconder, tamanha era a vergonha que estava sentindo. Como sempre tive “jogo de cintura” e não querendo mostrar esse lado obscuro de minha existência ao meu jovem marido, tentei remendar o estrago com um retorno, se não o mais convincente, pelo menos o mais engraçado.

Com a maior cara de pau, retornei onde ainda permaneciam as minhas amadas mulheres. Acredito, sem entenderem absolutamente nada do porquê de minha estabanada saída. Fingindo que estava brincando, tentei remediar assim: “Meninas! Tchan Tchan Tchan! Surpraisi! Olhem quem chegou!? Fingi que me despedia de vocês só para trazer o César até aqui.” Se, naquele momento, elas acreditaram, não sei. O que me lembro é de que ri do acontecido por muito tempo. E, depois de muito tempo também, foi que tive coragem de contar para elas que não estava brincando. Informei-lhes que, naquele momento, eu me senti na casa de cada uma delas... Isso, só Freud explica!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Histórias que vivi 3.


Dentre as cunhadas de quem eu mais gostava, sem medo de chegar em segundo lugar, a campeã era a Ironda. Amiga verdadeira, meio mãe e adorável meio sogra. Bem mais velha do que eu, amparava-me, protegia-me e estava sempre disposta a me prestar qualquer tipo de ajuda, inclusive financeira. Em compensação, tudo o que me pedia, soava para mim como se ordem fosse.(Quando faleceu, fui tomada de tamanha tristeza que, nem mesmo a passagem do tempo, conseguiu atenuar.)

Apesar do imensurável amor que nos unia, havia um aspecto de meu jeito de viver que ela não tolerava: a minha resistência em participar de velórios, pelos quais a minha adorável cunhada revelava um prazer quase doentio. Segundo ela, era num momento de vulnerabilidade e sofrimento, que se conheciam os verdadeiros amigos. E ia além, se não demonstrássemos um interesse incondicional no nascimento e na morte de afetos, dificilmente teríamos a retribuição da generosidade. O grande medo dela era que, se eu morresse, haveria pouquíssima gente a me velar, visto que eu não marcava presença nos passamentos fúnebres.

A mesma admiração que eu tinha por ela, também sentia o meu marido, irmão do seu esposo. Este, por ser bem mais velho, filho de primeiras núpcias do pai, praticamente, havia criado aquele, por isso, mantinha sobre o mesmo um apaixonante controle. Como eu era arredia a enterros e a todo o aparato que os antecedia, ao morrer algum parente, a primeira pessoa que a Ironda convocava para acompanhá-la era o César Augusto. Ambos adoravam as noitadas ao pé do falecido. Deliciavam-se com as histórias ou anedotas indefectíveis contadas por alguém em madrugadas de vigia ao morto.

A minha desgraça aconteceu numa viagem em que o César teve que ir a Porto Alegre fazer um curso de aperfeiçoamento. No ínterim de sua permanência na capital, morreu um primo dele e, por afinidade, da Ironda também. Estava no colégio, onde ministrava aulas, quando recebi um recado da diretora, chamando-me à secretaria. Assustada, imaginei tratar-se de algum problema com, na época, meu único filho. Desci com o coração dando saltos olímpicos de campeão.

Que nada! Era a cunhada "veloreira", intimando-me a representar o meu marido na morte do parente. Constrangida, informei-lhe de que só poderia ir ao velório, depois de terminado o meu horário docente e à noite. Passado o susto, dei-me conta de que não perguntara a ela o local do evento.

Como já afirmei em outro texto, palavra dada por mim é palavra empenhada.
Terminado o meu turno de aulas, dirigi-me até a capela fúnebre onde velavam o tal parente. Entrei na primeira porta aberta que encontrei. Inicialmente, estranhei a exiguidade do espaço, o acanhamento do caixão, a economia das flores e o aspecto humilde dos presentes. (O primo era um homem rico, cuja família gostava de ostentação, apesar de notoriorizar-se como um "mão de vaca". Além do mais, eu mantinha estreitas relações com a família. O que significa afirmar que conhecia a maior parte de seus integrantes e os que estavam reunidos ao redor do esquife em nada me faziam identificar algum deles). O estranhamento era óbvio. A aparência, as roupas que eu usava contrastavam com as pessoas e o ambiente. Meio sem jeito, procurei um lugar para sentar, enquanto buscava com o olhar a minha cunhada, a viúva, os parentes e o irmão do primo morto.

Mal me acomodei, as pessoas se dirigiram até onde eu sentara e, algumas tímidas, outras efusivamente, despejavam sobre mim as suas condolências. O cortejo se seguia e eu, bastante desconfiada, passei a questionar mentalmente se não estavam me confundindo com a viúva. Quando eu tentava me levantar, na esperança de encontrar, fora da sala, algum conhecido, vinha alguém, recém chegado, com os "meus pêsames"!


Creio que quase duas horas já haviam se passado. Talvez nem tantas, por ser escorregadio e traiçoeiro, o tempo, naquele momento, parecia-me uma eternidade. A sensação que continuava a martelar era a de que estava sendo confundida com alguém. E "dê-lhe" "meus pêsames"!

Começava a me doerem as pernas, as costas, tudo. Foi então que, para ver se sentia algum alívio para as mazelas a que fora acometida, aproveitando a curiosidade de alguém que elevara o lenço branco que encobria o rosto do falecido, levantei-me para olhá-lo também. Surpresa! No lugar do primo, estava uma senhora, cujos pelos sobre os lábios mais pareciam ralos bigodes, a boca entreaberta num rito macabro, deu-me uma espécie de náusea, imediatamente contida, a magreza e a cor da finada contrastavam com a robustez do parente.


Foi, exatamente no momento em que eu fazia a infeliz constatação de que errara de velório, que passou, em frente da pequena sala, Miguel, um peão da fazenda do primo morto, chegado a uma caninha, o qual aproveitava os velórios para abastecer o voraz apetite etílico. (Apesar disso, gostava imensamente dele, não só por que contava, com extrema criatividade e verve, histórias de assombração, por seus relatos sobre o sucesso com mulheres do meretrício, por sua gentileza tosca em momentos de sobriedade, mas, e talvez muito mais por isto: sempre que me encontrava, cavalheiro à moda antiga, beijava-me a mão, dizia que eu era linda e que o César era um sortudo!)

Quando me reconheceu, dirigiu-se ao velório em frente, gritando assim: "Ironda! Ironda! A Arlete está comendo o defunto errado." (Na sua confusão mental, motivada pela bebida, trocara velando por comendo.) Creio que, gritando assim, entrou no verdadeiro funeral em que eu deveria estar. De lá saiu, arrastando, com ele, a minha cunhada. Esta, assustada, dirigiu-se até mim: "Criatura, faz horas que te espero. Tu errou de morto. Este não é o teu!" Não sei se quis mencionar o primo ou o velório.


Outra confusão. As pessoas que, comovidas, cumprimentaram-me com os “meus pêsames”, realmente, haviam me confundido com a filha da falecida, casada com um fazendeiro do Paraná. Como a sala mortuária não era muito grande, tudo o que se falava era ouvido por todos, a cunhada se sai com mais isto: "Pede desculpas pra eles e sai! Os parentes do César já estão perguntando por ti!"

Quando fico nervosa, sinto imensa e indisfarçável vontade de rir e se me acomoda na cabeça, sem pedir licença, uma tremenda confusão. Troco tudo, letras, nomes, pessoas, tremo, transpiro. Tentando me controlar, caí na asneira de fazer um pequeno discurso de escusas. Foi a minha perdição. Nervosíssima, comecei assim: "Senharos e senheros!"

Percebendo a troca silábica das letras, cai numa risada inoportuna. Buscando, no fundo de minha alma pagã, um pouco de auto controle, ainda se retorcendo em minha mente a gritaria do “bebum”, lasquei mais esta: “Desculpem a trepalhada, mas acho que comi o morto errado mesmo!" Outra infeliz mancada! Não parei por aí. Como dizem os mais sábios: "Em boca fechada não entra mosca"... e a minha insistia em se manter "aberta".

Lágrimas escorriam-me pelo rosto porque tentava abafar o riso. Como todo mundo sabe, o ato de rir é terrivelmente contagiante. Quanto mais tentava me controlar, mais as lágrimas brotavam e, com elas, uma risada nervosa ia tomando conta de mim e se alastrando por todos os que acompanhavam aquela esdrúxula cena. Naquelas alturas “do campeonato”, todos os amigos, parentes e "volúntários" choravam comigo, mas de tanto rir também.

Final da história: depois que readquiri o controle e sufoquei a risada, dirigi-me a um a um dos presentes, abraçando-os com carinho e pedindo desculpas pela minha distração e trapalhada. Sabem o que aconteceu ainda? Ao me despedir e tentando limpar a barra com os familiares, fechei o espetáculo com chave de ouro falsificado. No lugar de dizer boa-noite, nervosa, troquei por "Boa morta para todos!" Vejam se pode?

Ah! Imaginem como foi a minha entrada "triunfal"no outro velório, o verdadeiro? O Miguel se encarregara de espalhar "que comi o morto errado"!

Falta de ética?

Assistam ao comercial que enfureceu a Coca Cola.

Como vocês o classificam?

Falta de ética? Concorrência desleal? Vale tudo para ganhar a preferência dos consumidores?

Deem a sua opinião, clicando no ícone "comentários" abaixo.



quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Históras que vivi 2.


Como já ressaltei anteriormente, às vezes, pareço nefelibata, ou seja, a ideia que passo é a de que vivo nas nuvens, desligada do real sentido dos acontecimentos. Credito a isso à capacidade que possuo, e alimento com muito carinho, de me envolver e realizar muitas coisas ao mesmo tempo, não dando chances para a ociosidade.

O que relatarei, hoje, foi rememorado por minha irmã Adejane, que já presenciou muitas de minhas atitudes de desligamento.

Avessa a funerais, a missas de sétimo dia, a visitas de condolências, ações de sociabilidade forçadas, dificilmente reavivo a morte de um ser querido através de “meus pêsames”. Salvo se, por querer muito bem ao falecido ou falecida e aos seus, obrigo-me a participar de solenidades fúnebres. Quero dizer, para estar nas exéquias de alguém, seja homem ou mulher, tenho que amar muito o defunto, senão, não contem comigo para chorar o morto. Por essas razões, muitas vezes, esqueço-me se determinada pessoa está viva ou se já plantaram um lindo jardinzinho em cima dela.

Houve uma época em que eu gostava de sair às compras em sábados e, de preferência, chuvosos. Pois chovia torrencialmente quando entrei em uma loja, cujos donos eram amigos muito apreciados por meus pais. Logo na entrada, encontrei-me com a dona do estabelecimento. Efusivamente a cumprimentei, cingindo-a num caloroso abraço e beijos estalados. Passada a emoção do encontro, caí na asneira de fazer a seguinte pergunta: “E o seu Tamiosso, dona Geni, como vai?"

Pra quê!? A gentil senhora desatou numa choradeira danada! Eu, tentando consolá-la, invento de intensificar nova pergunta: “Não me diga, querida? O nosso bom amigo está doente! Não sabia! Desculpe!” Quanto mais eu falava, mais a grande dama caía num choro convulsivo e ascendente.

Já desesperada, não sabendo mais o que dizer e fazer para estancar toda aquela choradeira, arrematei com um tiro certeiro e mortal e, agora, já chorando também “ Não me diga, dona Geni?! O seu Tamiosso morreu? Aí, vi a coisa feia. Se antes a minha amiga chorava, a partir daquele momento, desatou numa risada que findou em gostosa gargalhada. Pensei: “A velhinha pirou ou está faceira! O marido deve estar com câncer! E terminal!”

Já não sabia mais se continuava chorando, se ria com ela ou me calava para sempre. Como o riso é contagiante, ria a Geni, ria eu, ria a loja inteira. Para arrematar e acabar com a histeria, ainda tentei remediar: “Mas, afinal, amiga, onde está o seu Tamiosso?”. Nova choradeira. Entre uma fungada e outra, a inconsolável senhora finalizou: “Filhinha, o Tamiosso já morreu faz cinco anos; tu e o teu pai foram ao enterro dele!”
Nossa! (aqui plagiando o Stanislaw Ponte Preta), nunca se chorou tanto sem se dar bola pro defunto...

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Histórias que vivi 1


Inicio hoje a contar fatos engraçados de minha vida. César Augusto, filhos e amigos, acostumados com esse meu lado esquisito, sempre ficam esperando que eu apronte alguma. Sou tão desligada e distraída que, para me defender, sempre digo que a minha melhor amiga poderia compartilhar a cama com meu marido que eu nem notaria.
Iniciarei os relatos sobre histórias inusitadas que já vivi por uma das mais recentes, embora do hoje até o acontecido já tenham transcorrido alguns anos.
Soou a campanhia da porta. Era uma vizinha pedindo-me donativos para a festa de Santa Rita de Cássia, cuja igreja fica num bairro próximo à minha casa. Conversamos animadamente e eu lhe prometi que iria à procissão em homenagem à Santa e depois assistiria à missa que se seguiria ao cortejo. Como palavra por mim empenhada é palavra cumprida, no dia 22 de maio, meia-hora antes, dirigi-me para a localidade de onde sairia a procissão. Quando lá cheguei, havia um grande número de pessoas e carros pelas ruas que circundavam a igreja. Precisei estacionar o carro bastante longe. Naquelas alturas, pensei, "teria sido muito melhor ter vindo a pé!" Nem mesmo a longa caminhada, equilibrando-me nos saltos altos, arrefeceu a minha felicidade por estar fazendo algo que, há muito tempo, abandonara: a religião.

Com uma fé que imaginava não mais possuir, acompanhei os fiéis por todo o trajeto até a entrada da igrejinha. Quem me via, ficava surpreso de eu estar ali, cantando e rezando animadamente. Foi uma recaída “eclesiástica” a que fui acometida. O bom da história é que, naquele ambiente místico, senti-me muito bem e feliz. O rolo aconteceu no fim da festa religiosa.

Como nunca mantive uma vida social intensa, nas ocasiões em que saía, aproveitava para conversar com amigos, o que implicava um bom tempo para eu retornar a casa. Feitas e aprimoradas as relações sociais, saí em busca do carro para retornar. No meio daquela multidão de pessoas e automóveis, não conseguia me lembrar onde estacionara o meu.

Procurando manter os nervos sob controle, caminhai por toda a cercania e nada. Por ser um acontecimento que envolvera, como já dissera, grande concentração de pessoas, encontrava muitos conhecidos, ia conversando com eles para ver se me lembrava onde deixara o automóvel. Chegou um momento em que entrei em desespero. Quanto mais buscava, não encontrava o veículo. Quem me via caminhando de um lado para outro, perguntava-me o que procurava, a que lhes respondia "meu carro!" Eles: que cor é o teu carro?. Eu: “vermelho!” E dê-lhe procura.

Nervosa e cansada, lembrei-me de que o meu filho Vinícius viera passar o fim de semana em casa (estudava em São Leopoldo). Dirigi-me, quase correndo até a minha residência em busca da ajuda dele para me auxiliar na busca. Já estávamos perto do local, quando o mesmo me questionou se eu havia procurado bem. Nessas alturas, já estava imaginando que fora roubado e os ladrões andavam longe!

Cansadíssima e com a consciência pesada por ter arrancado o meu filho da convivência com o pai e amigos, tendo que abandonar o churrasco que faziam, em silêncio, o acompanhava. E a pé, empreitada raríssima em minha vida. As ruas ainda estavam abarrotadas de carros. Num lugar distante, em rua lateral à igrejinha, um reluzente Fiesta brilhava ao luar. Meu filho, furioso, se sai com esta: “Mas, mãe, está li o nosso carro!” Eu: “Não, meu filho, o nosso é um cadete vermelho! Vamos à polícia!”

Vinícius, às risadas, pediu-me que eu lhe entregasse as chaves do carro e que eu o esperasse em frente à igreja. Entreguei-as a ele. Como demorava, resolvi sair-lhe ao encontro. Não o vislumbrando, imaginei que, talvez, tivesse ido em busca de brigadianos para solicitar ajuda ou comunicar o roubo do automóvel.

Já andara uma quadra, retornando para casa, quando um garoto, num carro brilhante, com voz esganiçada, chamou-me assim:"Oi, Boazuda! Entra aqui!" . Como era noite, não lhe dei importância. Ao contrário, passei a temê-lo, visto que ia até o fim da quadra em que eu andava e voltava, passando por mim e gritando com a mesma voz estranha: "PSIU! Gostosa! PSIU! Boazuda!"

Eu nem olhava, continua sempre em frente e, cada vez, mais nervosa! Naquelas alturas, para não chorar, comecei a rir baixinho. Ao perceber a insistência do motorista, imaginava que era alguém me confundindo com as mulheres de vida “airosa”, tal era o adiantado da noite. Tentando não perder a compostura e manter o bom astral, falava com meus pensamentos: “Quem será a mãe desse tarado que não o ensinou a respeitar senhoras na rua? Ainda bem que ensinei cavalheirismo a meus filhos, mas, se esse idiota continuar me seguindo, vou fazer dupla queixa na polícia: roubo de veículo e assédio sexual!”

Já perto de casa, o medo aumentando cada vez mais, um carro estacionou no lado oposto e um pouco à frente da calçada por onde eu caminhava. Falando com voz imperativa, disse-me o garoto: “Agora, chega, mãe! Já te judiei bastante por tua distração!”

Foi naquele momento que me dei conta de que o garoto "tarado" era o meu filho e o carro que ele dirigia era nosso. O meu marido havia trocado o Kadett vermelho por um Fiesta dourado, um dia antes. O problema foi que eu havia me esquecido disso...


Elas cantam Roberto Carlos 7

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Plantas que curam com economia...


Meus amigos!
Correndo pela internet atrás de um veneno natural para eliminar uns insetos verdes e pequeninos que atacaram os amores-perfeitos que, lindamente, enfeitam as jardineiras das janelas de minha casa, encontrei estes remédios naturais e caseiros, extraídos de flores e plantas. Esse era o único tipo de postagem que ainda não havia feito.

Inclusive, posso lhes garantir que, orientada por minha mãe, fã de carteirinha de todo o tipo de remédios, já testei chá de camomila, de macela, de gengibre, de hortelã, de erva-cidreira, noz-moscada e deram certo. Atingiram o fim para o qual foram fervidas...

ABACATEIRO – As folhas e as frutas são ricas em proteínas e vitaminas. É diurético, estomáquico, anti-sifilítico. Combate o artritismo e a gota, calmante de dores, elimina urina, cálculos renais e biliares. Melhora os rins e a bexiga. É preferível usar o chá das folhas secas, porque as verdes são estimulantes e aumentam as palpitações cardíacas. O caroço ralado e preparado em álcool serve para fricções contra o reumatismo e nevralgias; e, torrado, o pó (uma colher de chá), combate a diarréia, gases intestinais e os vermes. A massa do fruto ou o suco do caroço são tônicos do couro cabeludo; melhoram os cabelos e têm poder cicatrizante notável.

ALHO - é um famoso expectorante e muita gente tem o hábito de usá-lo com água fervente. No entanto, para aproveitar melhor as propriedades terapêuticas, o ideal é deixá-lo macerar, ou seja, descansar em água à temperatura ambiente”,

AMOR-PERFEITO – Conhecida também com o nome: flor-da-trindade, violeta de três cores. Os seus valores terapêuticos são: purificador do sangue, algo laxante, atua sobre as glândulas linfáticas, mau funcionamento dos rins com retenção de líquidos (edema). O povo faz uso deste medicamento na crosta láctea das crianças, eczema que dá no rosto e na cabeça com coceira. Usado contra a vontade contínua de urinar, emissão abundante de urina fétida, palpitações do coração, poluições noturnas com sonhos que causam inquietação. Para as indicações acima usa-se o chá com 10 g de flores ou 20 g de folhas para um litro de água a ferver, 3 a 4 xícaras por dia.

CALÊNDULA, MARGARIDA-DOURADA, MAL-ME-QUER – É excitante, expectorante, antiespasmódica, anti-abortiva, fortalece o útero; ótimo remédio na idade crítica, nas anemias nervosas; o suco das folhas se aplica sobre calos, verrugas, pólipos e internamente como chá. Externamente é um poderoso antisséptico, contra inflamações das vistas, feridas e chagas cancerosas, dor de garganta, icterícia; combate qualquer alergia. São muito usados os sabonetes e as pomadas de calêndula.

CAMOMILA – Indigestões, gases, debilidades do estômago, falta de apetite, cólicas, histerismo; contra vermes intestinais, doenças do útero e dos ovários; é tônica.

CARQUEJA – Desobstruente do fígado; febrífuga; contra anemia, fraqueza intestinal e perda de sangue: 10 g de carqueja, 10 g de fedegoso, 4 folhas de laranja e 10 g de sal e coar, é um remédio contra tosse. Útil na diabete. É estomacal e cura inflamações das vias urinárias, baço, bexiga e rins, chagas venéreas e leprosas.

COMINHO – Usado como condimento é praticamente como o anis. É carminativo (combate os gases), diurético, estomocal, provoca o mênstruo. Em cataplasma faz desinflamar os seios e os testículos. Dose normal: 3 g por xícara. Há povos que o usam para aromatizar queijos e pães.

CRAVO-DA-ÍNDIA – Excitante aromático; alivia dor de dente, digestivo, nas fraquezas sexuais; contra gases, promove fluxo menstrual. Combate o mau hálito, mas aumenta a pressão arterial. (Cuidado! É abortivo).

ERVA-CIDREIRA, MELISSA – Veja também a palavra "Capim-cidreira". Afecções do estômago, nervos insônia, dores, desmaios, palpitações do coração, resfriados, contra gases; folhas secas colocadas sobre as pálpebras aliviam a dor.

ERVA-DE–PASSARINHO – As folhas e flores contra: diabetes, histeria, hemorragias, feridas (lavar), pneumonia, arteriosclerose, asma, afecções da pela, frieiras, úlceras e moléstias uterinas. Remédio para baixar a pressão do sangue. Exerce ação tônica-sedativa sobre o coração e é eficiente na idade crítica, transtornos nervosos das mulheres e mesmo em casos de câncer. Iniciar com dose fraca.

ERVA-MATE – O chimarrão reanima as forças corporais, estimulante do cérebro, resistência a fadiga, ativa a circulação. Mate cozido é bom para lavar feridas, desinfetante, contra insônia, sudorífica, efeito bom para o fígado e os rins. Contém cafeína, por isso, vicia e, tomando demais, ataca os nervos.(Sou viciada em chimarrão!)

FUNCHO – É semelhante à erva-doce, anis; aperiente, contra gases, digestivo, bom para crianças, raiz é diurética, aumenta o leite das mães, afecções das vias urinárias. Guarde sementes secas em casa.

GERGELIM – Planta asiática, aclimatada no Brasil. As sementes torradas servem para fazer bolos de agradável sabor. O óleo de gergelim é de elevado poder nutritivo, tônico nervino, consumido no mundo inteiro como alimento. Para as mulheres tem efeitos abortivos e em geral é laxativo. Tem ação afrodisíaca. O seu óleo raramente fica rançoso. Aplica-se nas dores reumáticas e tumores. Ainda é recomendado nas queimaduras, dor de ouvido e clisteres.

GERVÃO – Dores do fígado e estômago, febres, prisão de ventre; diurético; lavar a cabeça com o cozimento, facilita a menstruação, tônico estimulante; o suco com sal aplica-se sobre tumores e furúnculos.

GUARANÁ – Excita o coração, contra nevralgias, diarréias, hemorragias, desinfetante intestinal, previne arteriosclerose. Remédio para quem urina na cama. Puro, contém muita cafeína.

HORTELÃ – Existem 25 espécies. Estimulante, tônica, digestiva, prisão de ventre, vermes, calmante e contra reumatismo; com o bagaço, limpa-se feridas.

JASMIM – Diurético, estimulante, combate a falta de ar; flores dão xarope em gargarejos, inflamações das amígdalas, doenças do útero, ovários e em lavagens vaginais.

MACELA – Indigestões, males do estômago, inapetência; sumo nas epilepsias, tônico amargo, perturbações gástricas como disenterias e diarréias. É a camomila brasileira. É emenagoga, anti-inflamatória, antisséptica e diminui a taxa de colesterol.

MALVA – Calmante dos nervos e dores em geral. Tem virtudes emolientes, para cataplasmas, inflamações do estômago, da vista, dor de dente, da boca das gengivas, da garganta, dos intestinos, da bexiga, dos rins, da pele, irrigação nas inflamações da vagina, banhos nas inchações das pernas, desinfetante posto sobre feridas e úlceras, faz emagrecer sem prejudicar o coração (tomar 30 a 40 dias). Combate inflamações dos ouvidos e das pálpebras.

MANJERICÃO – Contra gases intestinais e do estômago, excitante, tônico, digestivo, nas fraquezas, cozimento das raízes serve para estancar o sangue.

MANJERONA – Indicada nas fraquezas musculares e dos nervos, combate resfriados, cólicas intestinais, males do estômago, insônia, incontinência dos instintos sexuais; reumatismo; o excesso prejudica o sistema nervoso das crianças e provoca sono artificial.

MARACUJÁ – Calmante para dores em geral, insônia; diurética, desinfetante; semente e raiz são vermífugas; sucos são um agradável refresco.

NOZ-MOSCADA – Digestiva, estimulante, contra gases; elabora-se um unguento contra o reumatismo. Temperar sopa e em fricções em casos de dores e de gota.

PAPOULA – Sementes comidas com pão conciliam o sono; calmante; contra tosse, asma, alivia as dores mesmo do câncer; as cabeça do fruto são narcóticas; do leite se extrai o ópio.

PIMENTA-DO-REINO – Estimulante forte, tônica; sudorífica; afecções do estômago e febres, em gargarejos junto com limão é contra a inflamação das amígdalas.

QUEBRA-PEDRA – elimina catarros vesicais, cálculos do fígado, areia dos rins e da bexiga, alivia as dores de cadeira e das juntas e a hidropisia. Combate dor de barriga, azia, prostratite. Chá das folhas e das sementes é indicado contra diabetes.

SALSA – Usadíssimo como condimento. Riquíssima em vitaminas e sais minerais com ferro; por isso, recomendada aos anêmicos, fracos e nervosos; abre o apetite; boa para a memória, favorece a digestão, tanto as folhas como a raiz. Seu chá combate as febres da primavera e outono, o amarelão, a retenção da urina, a obesidade; provoca suor, gases intestinais, inchaços de fígado, estimula as contrações uterinas. O suco tomado em leite acalma a asma, levanta o espírito após a embriaguez. Externamente, se usa em cataplasmas ou compressas para curar úlceras, mesmo cancerosas, chagas rebeldes, machucaduras, pancadas, contusões. Contra a dor de dente (colocam-se folhas esmagadas com um pouco de sal no ouvido do lado em que dói o dente), uma bolinha posta no nariz faz estagnar a hemorragia nasal.

SALVA, SÁLVIA – Desta erva, antes de Cristo, já se dizia: "De que pode morrer o homem tendo um pé de salva à sua porta?" Com as folhas prepara-se um chá e toma-se quente, contra gripes, resfriados, todo tipo de febres, problemas digestivos, gases intestinais, dor nos membros; estimulante dos nervos; aumenta a capacidade intelectual; cólicas menstruais, deficiências cardíacas, debilidade sexual, deficiências ovarianas, fortalece o útero, anti-abortiva , reguladora da tensão arterial, tem ação sobre o pâncreas em caso de diabete. Fumando as folhas secas, alivia a sobre o pâncreas em caso de diabete. Fumando as folhas secas, alivia a tosse asmática e esfregando com suas folhas nos dentes, branqueia-os e fortalece as gengivas; esfregam-se também as folhas no espinhaço das crianças retardatárias ou se lhes dá banhos com o cozimento de salva. Com seu suco, fabricam-se pomadas que se aplicam em úlceras, feridas, varizes e toda classe de paralisias. Apreciado condimento.

SOJA - É aproveitada com alimento, seja como óleo, leite, queijo, farinha; entra em muitas receitas culinárias e de rações para animais. Recomendada para os fracos, diabéticos, doenças de pele, arteriosclerose.

URUCU, COLORAU – O pó da semente é um bom condimento para dar cor ao arroz. Chá das sementes tem bom efeito nos males do coração, prisão de ventre, hemorragias, afecções do estômago, como expectorante e males do peito. É contra veneno da mandioca brava, antídoto do ácido cianídrico. Os índios o usam para se pintar e, com isso, se defender contra picadas dos mosquitos.

VANILA, BAUNILHA – A vanila é uma orquídea que produz uma vagem que só depois de seca é aromática. A vanila artificial é que mais se usa em doces. Esta, natural, tem como propriedades ajudar a estimular o apetite, tonificar o estômago e os intestinos e sobretudo fluidificar a secreção biliar. O pó ou a tintura feita das vagens é uma delícia em bolos e doces.

Interessantes, não? Inofensivos remédios. Será?

Elas cantam Roberto Carlos 6

Adoro todas estas músicas do Roberto Carlos e também gosto demais das cantoras. Foram escolhidas a dedo! (Zizi Possi,Rosemari e Vanderleia detêm o segredo da eterna juventude!)



Realmente, meu Anjo Número Dois, "Elas cantam Roberto Carlos" é um esplendoroso DVD.

Lindo! Lindo!

(Vou me presentear no Natal com um, pois sempre me dou um presentinho nessa data e no meu aniversário. Escolho o presente que eu gostaria de ganhar e, com receio de não recebê-lo, antecipo-me e o ofereço a mim mesma. (Só não agrego um belo cartão, porque seria um exagero!) Assim, se ganhar outro que não "fale" ao meu coração, interesse ou necessidade, já me sinto compensada. Coisas de Dordoleti, como dizia o meu filho Vinícius enquanto gurizinho!)

Ah! Que mulher já não ganhou um par de chinelas com pelinhos de lã no Dia das Mães? Ahahahah!

domingo, 22 de agosto de 2010

sábado, 21 de agosto de 2010

Elas cantam Roberto Carlos 4

Sizi Possi!



Tudo se completa neste vídeo: a elegância de Zizi, a delicadeza do gestual, o timbre da voz, a letra da canção.

Ouvindo e vendo a interpretação dessa magnífica cantora e das outras em "Elas cantam Roberto Carlos", questiono-me se há alguém, no momento, à altura dele. Assim como o Rei, jamais teremos o privilégio de ter outro Roberto, outra Gisele Bündchen, outro Pelé, Noel Rosas, Pixinguinha, Érico Veríssimo, Mario Quintana, Jorge Amado, Clarice Linspector, Cecília Meirelles. Um Pedro Celso Luft, um Édison de Oliveira, um Cláudio Moreno e tantos outros que admiro e acredito, insubstituíveis.

São pessoas únicas, aves raras, voejando gloriosas num paraíso sem rumo como o Brasil.

(Ah! Um cartão vermelho para os seus detratores!)

Antes que eles cresçam



Se existe um texto que eu amaria ter escrito é este. Nele, o autor diz, com todas as cores, se é que as letras ditadas pelo coração têm cores, o que senti e sinto em relação às minhas três eternas crianças, os meus filhos.

O Texto?

Antes que eles cresçam

Autor?

Autor:Affonso Romano de Sant'Anna


"Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.

É que as crianças crescem. Independentes de nós, como árvores, tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença. Crescem como a inflação, independente do governo e da vontade popular. Entre os estupros dos preços, os disparos dos discursos e o assalto das estações, elas crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância.

Mas não crescem todos os dias, de igual maneira; crescem, de repente.

Um dia se assentam perto de você no terraço e dizem uma frase de tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.

Onde e como andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu? Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal?

Ela está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Ali estão muitos pais, ao volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins, cabelos soltos sobre as ancas. Essas são as nossas filhas, em pleno cio, lindas potrancas.

Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão elas, com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros ou, então com a suéter amarrada na cintura. Está quente, a gente diz que vão estragar a suéter, mas não tem jeito, é o emblema da geração.

Pois ali estamos, depois do primeiro e do segundo casamento, com essa barba de jovem executivo ou intelectual em ascensão, as mães, às vezes, já com a primeira plástica e o casamento recomposto. Essas são as filhas que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias e da ditadura das horas. E elas crescem meio amestradas, vendo como redigimos nossas teses e nos doutoramos nos nossos erros.

Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.

Longe já vai o momento em que o primeiro mênstruo foi recebido como um impacto de rosas vermelhas. Não mais as colheremos nas portas das discotecas e festas, quando surgiam entre gírias e canções. Passou o tempo do balé, da cultura francesa e inglesa. Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Só nos resta dizer “bonne route, bonne route”, como naquela canção francesa narrando a emoção do pai quando a filha oferece o primeiro jantar no apartamento dela.

Deveríamos ter ido mais vezes à cama delas ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de colagens, posteres e agendas coloridas de pilô. Não, não as levamos suficientemente ao maldito “drive-in”, ao Tablado para ver “Pluft”, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas merecidas.

Elas cresceram sem que esgotássemos nelas todo o nosso afeto.

No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, comidas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhas. Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de sorvetes e sanduíches infantis. Depois chegou a idade em que subir para a casa de campo com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma aqui na praia e os primeiros namorados. Esse exílio dos pais, esse divórcio dos filhos, vai durar sete anos bíblicos. Agora é hora de os pais na montanha terem a solidão que queriam, mas, de repente, exalarem contagiosa saudade daquelas pestes.

O jeito é esperar. Qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso, os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável afeição. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.

Por isso, é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que elas cresçam."

E isso, pais, mães, avôs e avós!

Será que se sentem como o autor e eu que estamos nos sentindo órfãos de nossos próprios filhos?

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Elas cantam Roberto Carlos 3

Hoje, deliciem-se com a interpretação desta grande dama da televisão e do teatro brasileiros: Marília Pera



Sempre gostei do Roberto, todavia nunca me detive para analisar a força poética das letras de suas canções. Com o tempo, estou ficando mais atenta e sentimental. Creio que é a velhice chegando... e as canções sugeridas por meu Anjo Número Dois são de grande beleza melódica, letras emotivas e perfeitas. Se nos ativermos a elas, sempre encontraremos uma canção para homenagear alguém.

RC pensou em tudo: nos seres apaixonados, nos que perderam um grande amor, nas mulheres de todos os tipos físicos e idades; nos caminhoneiros, nos andarilhos, na mãe, nos amantes; em Jesus Cristo, em Nossa Senhora. Será que ele não compôs, ainda, uma canção explícita para os traídos (os "cornutos" num italiano mais vão)? E ele já o foi e, segundo creio, várias vezes. (Mas, cá entre nós, quem já não foi traído por alguém que ama ou amou, por amigos, por sócios, um parente próximo ou até por estranhos?)

A volatilidade do tempo, a busca por realizar sonhos intransferíveis, a distância que contribui para afastar pessoas, tantos porquês que fazem da vida uma indecifrável incógnita, servem como motivos suficientes para homens e mulheres procurarem outras pessoas, a fim de que preencham vazios amorosos, relações de amizade, de parentesco ou profissionais. É o preço que pagam por confiar em alguém e dele esperar muito mais do que pode devolver.

Voltem aqui, amanhã para apreciar Celine Imbert.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O trem da vida


Texto lindo. Podem lê-lo ou ouvi-lo. Dou-lhes essas opções.

"Isso mesmo, a vida não passa de uma viagem de trem, cheia de embarques e desembarques alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns embarques e grandes tristezas em outros.

Quando nascemos, entramos nesse trem e nos deparamos com algumas pessoas que, julgamos, estarão sempre nessa viagem conosco:
Nossos pais.

Infelizmente, isso não é verdade; em alguma estação eles descerão e nos deixarão órfãos de seu carinho, amizade e companhia insubstituível….
Mas isso não impede que, durante a viagem, pessoas interessantes, e que virão a ser super especiais para nós, embarquem.

Chegam nossos irmãos, amigos e amores maravilhosos.
Muitas pessoas tomam esse trem, apenas a passeio, outros encontrarão nessa viagem somente tristezas, ainda outros circularão pelo trem, prontos a ajudar a quem precisa.

Muitos descem e deixam saudades eternas, outros tantos passam por ele de uma forma que, quando desocupam seu assento, ninguém nem sequer percebe.

Curioso é constatar que alguns passageiros, que nos são tão caros, acomodam-se em vagões diferentes dos nossos. Portanto, somos obrigados a fazer esse trajeto separados deles.

O que não impede, é claro, que durante a viagem, atravessemos, com grande dificuldade nosso vagão e cheguemos até eles….

Só que, infelizmente, jamais poderemos sentar ao seu lado, pois já terá alguém ocupando aquele lugar.

Não importa, é assim a viagem, cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas…, porém, jamais, retornos.

Façamos essa viagem, então, da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com todos os passageiros, procurando, em cada um deles, o que tiverem de melhor. Lembrando, sempre, que, em algum momento do trajeto, eles poderão fraquejar e, provavelmente, precisaremos entender isso. Porque nós também fraquejaremos muitas vezes e, com certeza, haverá alguém que nos entenderá.

O grande mistério, afinal, é que jamais saberemos em qual parada desceremos, muito menos nossos companheiros, nem mesmo aquele que está sentado ao nosso lado.

Eu fico pensando, se, quando descer desse trem, sentirei saudades….
Acredito que sim. Separar-me de alguns amigos que fiz nele será, no mínimo, dolorido.

Deixar meus filhos continuarem a viagem sozinhos, com certeza será muito triste. Mas me agarro na esperança que, em algum momento, estarei na estação principal e terei a grande emoção de vê-los chegar com uma bagagem que não tinham quando embarcaram… E o que vai me deixar feliz, será pensar que eu colaborei para que ela tenha crescido e se tornado valiosa.

Amigos, sorridentes, façamos com que a nossa estada, nesse trem, seja tranquila, que tenha valido à pena que, quando chegar a hora de desembarcarmos, o nosso lugar vazio traga saudades e boas recordações para aqueles que prosseguirem."



Elas cantam Roberto Carlos 2

Como prometi, eis Ana Carolina.



Amanhã, Marília Pera!


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Elas cantam Roberto Carlos 1

Os vídeos que postarei a partir de hoje, faço-o em homenagem a todas as pessoas que gostam das músicas de Roberto Carlos. Três delas "copiei" da ideia exposta em comentário feito pelo Meu Anjo Número Dois. Duas acresci porque as acho belíssimas.



Há coisa mais bonita do que este apelo apaixonado:"Onde você estiver, não se esqueça de mim"? Ah! Esse Roberto...

Voltarei amanhã com Ana Carolina.

Esta é para as gordinhas...


Se alguma de vocês, minhas amigas, está se sentindo gorda, engane o seu amado, seja namorado, noivo, namorido, marido, tico-tico no fubá ou "ficação"! Como?

Use somente perfumes com "tempero floral". Por quê?

Porque a percepção desse perfume dá aos homens, até aos que se consideram muito espertos, a ilusão de que as mulheres que exalam aroma de flores parecem seis quilos mais magras, ou seja, nos "olhinhos" deles, ocorre um "afinamento" da imagem de suas amadas. E elas, exalando perfumes de rosas, cravos, jasmins, camélias, lavandas, darão uma rasteira na visão dos trouxinhas.

Ah! mas muito cuidado na hora de escolher a cheiro da flor pela qual querem exalar o emagrecedor perfume. Já imaginaram aquela amarela chamada, com todo o mérito, de cravo de defunto? O maridão vai imaginar que está vendo, tocando ou fazendo todo o "laixelaixe" com um corpo putrefato. Nesse caso, não há nariz e nem olho que resista.

Para o azar das mulheres, o floral só influencia os olhos dos homens. Nossas amiguinhas, (às vezes "amigas da onça", se é que esses termos já não caíram em desuso) e, nós mesmas, sempre achamos que poderíamos perder alguns quilinhos, embora os nossos amores nos achem umas gatas. No bom sentido, é claro! Se for gatas como uma metáfora para belezas, tudo bem! Já imaginaram se nos consideram assim por nossas "afiadas" investidas e rabugices?

Só não se preocupa com gordurinhas, a garota que parece uma olívia palito. Traduzinho: a bichinha é magra de dar um dó sem tamanho (dó(= pena, compaixão) é palavra masculina, não esqueçam!)

(Esta postagem foi editada em 2006, Daniella! Percebeste a diferença?)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Feliz aniversário, irmãzinha!



Recados para Orkut

Jane, querida!

Neste dia, queria estar contigo para te dar o mais apertado e amoroso abraço, dizer-te o quanto admiro essa tua capacidade de se reerguer depois da queda e continuar acreditando que o amanhã sorrirá com a alegria inocente e feliz das crianças e que tudo sempre ficará melhor.

São tantas as coisas que queria te dizer, falar das ausências, dos reencontros e das despedidas. Sobretudo, nesta data tão importante, quero desejar-te que as portas da felicidade e da bonança se abram em definitivo e nunca mais se fechem. Que tudo dê certo para ti!

Procurei um FELIZ ANIVERSÁRIO diferente para te homenagear. Encontrei!





Irmãzinha!

Fui para ti meio mãe, às vezes, terrível madrasta. Fui teu juiz e teu algoz. Todavia, podes ter certeza de que tu nunca deixaste de ser a "filhinha" que o meu coração acolheu. Jamais te esqueças disso!

Ah! Um dia, vou fazer uma postagem relatando quando, ao nove (?) anos, te auxiliei a vires ao mundo.

Aceita esta rosa tão especial como testemunho de meu carinho.




Há coisa melhor?


"Em vez de pedra, quero flor e borboleta nas mão. Certamente foi a água açucarada que pus na zínia que fez a borboleta permitir que eu colocasse minha mão na flor em que ela estava. Nasceu uma amizade colorida entre nós..."

Existe coisa melhor do que saber que se tem amigos, sejam eles homens ou mulheres?

Ouvi, na rádio local, a música do vídeo abaixo, então, deu-me uma vontade louca de abraçar os amigos do ontem e os do hoje, os que magoei e aqueles para quem ofereci flores. É por isso que os guardo muito bem trancafiados, "no lado esquerdo do peito" como diz a canção.


"Um amigo é alguém que sabe a canção de seu coração e pode cantá-la quando você tiver esquecido a letra" (Autor desconhecido)