quinta-feira, 30 de junho de 2011

A presidenta também é cega e surda?


Será que a presidenta Dilma é tão cega e surda como o seu antecessor, que não sabia de nada das falcatruas e roubos feitos em seus governos?

Usar o BNDS para "doar" ao Abílio Diniz, dona Dilma?

Ou não lê jornais?

Isso é o Brasil,sil,sil...

A crise no Grêmio

Nossa!
Oh! Dirigentes do Grêmio! Celso Roth de Novo?

Não merecemos tanto castigo! O "Até a pé nós iremos" já está nos deixando EXAUSTOS.

Amigos e Amigas queridos

Bom dia! Rosas para vocês e este urso fofo para lhes esquentar o dia.

Ser gaúcho é... Reeditado


Retirei estas brincadeiras e/ou provocações do Almanaque do Gaúcho (ZH).

Ser gaúcho é...


  • morar em Florianópolis e dizer que Porto Alegre é muito melhor...


  • assinar Zero Hora em Nova York...


  • comer a costela antes da picanha...


  • dizer que vaso sanitário é patente...


  • dizer que tem uma frigidaire em vez de geladeira...


  • afirmar que Kleiton e Kledir são mais machos que Gil e Caetano...


  • considerar o Laçador mais bonito que o Cristo Redentor...


  • dizer que tomar água a 100° com gosto de mato é coisa de macho...


  • propagandear que o pôr-do-sol do Guaíba é o mais lindo do mundo...


  • gritar que só bebe leitE de noitE e dizer que não tem sotaque...


  • achar as prendas do Sul as mais lindas mulheres do planeta.
  • quarta-feira, 29 de junho de 2011

    Salas de jantar.

    Adoro tudo o que lembra o bonito, o bom e o belo. Decoração é uma de minhas paixões. Zapeando pela internet, atrás de um lustre bonito, encontrei um site em que o tema era sala de jantar.

    Imaginem se ia perder a oportunidade de fazer uma postagem sobre isso. Copiei, arrastei, colei as imagens. Confiram.



























    Amor, Romantismo e Canções 9

    segunda-feira, 27 de junho de 2011

    Boi Garantido é campeão!



    O Boi bumbá Garantido é o campeão do 46º Festival Folclórico de Parintins. Com o tema 'Miscigenação', o Garantido venceu o Festival com 1.258,8 pontos contra o Caprichoso que ficou com 1.258,6. A diferença foi de dois décimos.

    O boi vermelho venceu nas noites de sábado e domingo, derrotando o azul em quesitos como coreografia e música.

    Centenas de torcedores fazem festa na Arena do Bumbódromo e nas ruas de Parintins.

    Em Manaus, o Garantido fará a Festa da Vitória no próximo sábado, no Sambódromo.

    Fonte:
    Equipe Parintins.com

    Festival Folclórico de Parintins- 2011


    Assisti ao Festival Folclórico de Parintins deste ano,  durante as noites de sexta-feira, sábado e domingo. Os adjetivos mais reduntantes são inexpressivos para descrever tanta beleza. Valeu eu ter ficado até tarde para me encantar com o que foi apresentado.

                                                                     Caprichoso

                                                                    Garantido

    Assistam aos vídeos abaixo. Há, neles, um pouquinho do que é esse festival.



    Festival de Parintins 2011, Boi Azul, o Caprichoso



    Cora Coralina, poema = vida




    Amor, Romantismo, Canções 5

    domingo, 26 de junho de 2011

    Grêmio, duro de aguentar


    "Com o Grêmio, onde o Grêmio estiver...", mas está difícil de aguentar...

    Com o tempo você aprende


    Depois de algum tempo, você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

    E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

    Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendermos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos mesmo que a distância.

    Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa aonde já chegou, mas para onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

    Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

    Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

    Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não lhe dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, contudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

    Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não para para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.

    Portanto... plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!"

    Dizer que o texto é de autoria de
    William Shakespeare é subestimar a genialidade do mais conhecido poeta de língua inglesa.

    Amor, Romantismo, Canções 4

    sábado, 25 de junho de 2011

    Os meus anjinhos reeditado



    Numa tarde chuvosa da semana passada, relutantemente, saí de casa para tratar de assuntos inadiáveis. Essas oportunidades, que estão se tornando, cada vez, mais raras em minha vida, porque tenho um marido muitíssimo especial. Ele é que realiza as atividades mais rotineiras como ir a supermercados, a bancos, inclusive comprar linhas, botões, fechos, entretelas, produtos comezinhos, mas que são responsáveis pelas roupas bonitas com que me visto e por muitos dos objetos que adornam a casa.

    Pois foi numa dessas raras tardes, que encontrei um número significativo de pessoas conhecidas, ex-colegas professoras, ex-alunos. Como um ritual, todos eles e elas mostravam a surpresa de me ver e relembravam fatos importantes vivenciados junto com eles ou isolados vividos por mim. Ora recordavam-se das aulas por mim ministradas, ora reavivavam um artigo publicado em Zero Hora, ou traziam à baile uma entrevista dada por mim numa das rádios locais. Outras elogiavam este bolg. Feliz pelo ostensivo reconhecimento de minhas múltiplas capacidades, já estava prestes a retornar a casa, quando encontrei mais uma pessoa conhecida.

    Depois de calorosos abraços e beijos, muitas falas e gargalhadas, pediu-me que reeditasse as crônicas em que conto histórias vividas por mim. Para mostrar o quanto fiquei feliz com o reconhecimento, reedito uma delas e de que gosto muito: "Os meus anjinhos".

    Existem crianças tão especiais e naturalmente amorosas que tudo o que fazem, mesmo algo que, em outras, causaria desconforto, nelas fica uma gracinha. Há também as que se pode denominar de chatas, mal-criadas, geradoras de desconforto para os pais. Sortuda como eu sou, as minhas eram uns diabinhos, pintavam e bordavam em casa. Na casa dos outros, ou em lugares públicos, vestiam-se de anjinhos, eram educadíssimas. E espertas.

    O pai adorava levá-las ao supermercado, não lhe pediam nada, permaneciam comportadíssimas. Ele é que lhes perguntava o que queriam.

    A primeira vez que foram comigo ao súper, o “passeio” virou um verdadeiro inferno. Eu pegava os produtos escritos numa listinha que previamente organizara, enquanto riscava os já escolhidos, um deles colocava algo de seu agrado no carrinho também. Eu devolvia para as prateleiras. Vinha o outro e fazia o mesmo. Eles colocavam, eu tirava, colocavam, eu tirava,...

    Não dizíamos nada, não brigávamos como é o comum num caso desses. Nós nos comunicávamos sem palavras. Olhares de reprovação de minha parte e aparente resignação da parte deles. Tudo indicava que a cena viraria tragédia. "Se um deles me fizer passar vergonha abrindo um berreiro ou fazendo má criação, esgoelo o pestinha", pensava enraivecida e temerosa.

    De repente, sumiram pelos corredores entre os produtos. Como toda cidade pequena, na época da infância deles, conhecia todo o mundo e todo mundo me conhecia. Sabiam, também, de quem eram filhos aqueles garotos. Não me preocupei, portanto.

    Estava na fila do caixa, enorme como só sabem ser filas em sábados à tarde, esperando a minha vez de pagar o que comprara, quando um dos meninos apresentou-se com um carrinho cheio de salgadinhos, pacotes e mais pacotes de balas, caixas e mais caixas de chicletes, barras de chocolate de marcas variadas. Um monte de porcarias e, obviamente, todos os brinquedos que lhes encheram os olhares.

    Apresentara-se com tudo o que antes colocaram e eu tirara do carrinho de compras e ainda mais outros produtos conhecidos deles. Sabonetes. Pastas de dente. Até uma engraçadíssima escova de fazer massagem! Desesperada, disse a ele que não tinha dinheiro para pagar tudo aquilo.

    Resposta estranha: - Não faz mal!

    Aliviada, pensei feliz o quanto as minhas crianças eram compreensivas.

    No intervalo em que o primeiro retornava com o carrinho que eu dispensara...

    Voando pelos corredores, apareceu o segundo com outro carrinho não tão cheio quanto o primeiro, mas causador de preocupação financeira. Outra vez argumentei que o dinheiro não dava para pagar o que escolhera.

    Resposta: - ´Tá boooom! Ta booooom!

    Nessas alturas do campeonato, muitas pessoas olhavam, curiosas, para ver no que ia dar aquela cena e a estranha correria!

    Achei que o vexame havia terminado quando... Tchatchatchã!

    Como um bólido, autêntico carro de fórmula um, aparece a “generala”, a caçulinha. Fora ela que, antes de saírem de casa, armara toda a estratégia de guerra a ser utilizada para me sensibilizarem...

    O que ela trazia no carrinho?

    Um pacote de salgadinhos dos grandes, acho que três pacotes de bolachinha recheada, um caminhãozinho, uma bola e uma boneca. Disse-me a malandrinha com os olhos brilhantes, sorriso só dentes:

    -Peguei os mais baratinhos, viu, mãe! Por favor, leva! ! Ai tu vai corrigir beeem as tuas provas...

    Entendi a mensagem! Principalmente naquela ênfase dada ao beeem. Meu coração antes endurecido virou manteiga, porque ela fizera o pedido com uma voz tão meiga e a promessa fora tão convincente e educada que não pude deixar de aceitar as compras deles. Rendi-me à inteligência e à sagacidade de meus meninos. Jurei, porém, comigo mesma, que nunca mais os levaria a supermercado, porque os gastos, naquele dia, foram muito além do planejado.

    Como toda a mãe que deseja manter com os filhos um bom prestígio, nunca cumpri o juramento. Tentava fugir deles para não perceberem que eu iria a lojas ou a supermercados, mas...

    Tenho quase certeza de que vem, dessa nossa cumplicidade, desse nosso jeito divertido de jamais sermos gatos e ratos, mãedrasta e bruxa, o carinho, o respeito, a admiração e o enorme amor que sentimos uns pelos outros.

    Amor, Romantismo, Canções 3

    sexta-feira, 24 de junho de 2011

    Copa do Mundo sem saúde

    Bom dia, meus queridos visitantes!

    Se estão preocupados com o Brasil e os brasileiros, ou seja, todos nós, leiam mais uma crônica de Paulo Sant'Ana em Zero Hora. Com o título "Copa sem saúde", o cronista gaúcho faz, mais uma vez, um alerta sobre os desperdícios e a irresponsabilidade da realização da Copa do Mundo no Brasil.

    Só um lembrete: o Canadá levou 31 anos para conseguir se livrar da enorme dívida gerada pela realização das Olimpíadas naquele país. E, lá, não há políticos e governantes corruptos como os do Brasil.

    Amor, Romantismo, Canções 2

    Poemas de Pablo Neruda

    O Poço

    Cais, às vezes, afundas
    em teu fosso de silêncio,
    em teu abismo de orgulhosa cólera,
    e mal consegues
    voltar, trazendo restos
    do que achaste
    pelas profunduras da tua existência.

    Meu amor, o que encontras
    em teu poço fechado?
    Algas, pântanos, rochas?
    O que vês, de olhos cegos,
    rancorosa e ferida?

    Não acharás, amor,
    no poço em que cais
    o que na altura guardo para ti:
    um ramo de jasmins todo orvalhado,
    um beijo mais profundo que esse abismo.

    Não me temas, não caias
    de novo em teu rancor.
    Sacode a minha palavra que te veio ferir
    e deixa que ela voe pela janela aberta.
    Ela voltará a ferir-me
    sem que tu a dirijas,
    porque foi carregada com um instante duro
    e esse instante será desarmado em meu peito.

    Radiosa me sorri
    se minha boca fere.
    Não sou um pastor doce
    como em contos de fadas,
    mas um lenhador que comparte contigo
    terras, vento e espinhos das montanhas.

    Dá-me amor, me sorri
    e me ajuda a ser bom.
    Não te firas em mim, seria inútil,
    não me firas a mim porque te feres.

    Pablo Neruda



    O teu riso

    Tira-me o pão, se quiseres,
    tira-me o ar, mas não
    me tires o teu riso.

    Não me tires a rosa,
    a lança que desfolhas,
    a água que de súbito
    brota da tua alegria,
    a repentina onda
    de prata que em ti nasce.

    A minha luta é dura e regresso
    com os olhos cansados
    às vezes por ver
    que a terra não muda,
    mas ao entrar teu riso
    sobe ao céu a procurar-me
    e abre-me todas
    as portas da vida.

    Meu amor, nos momentos
    mais escuros solta
    o teu riso e se de súbito
    vires que o meu sangue mancha
    as pedras da rua,
    ri, porque o teu riso
    será para as minhas mãos
    como uma espada fresca.

    À beira do mar, no outono,
    teu riso deve erguer
    sua cascata de espuma,
    e na primavera, amor,
    quero teu riso como
    a flor que esperava,
    a flor azul, a rosa
    da minha pátria sonora.

    Ri-te da noite,
    do dia, da lua,
    ri-te das ruas
    tortas da ilha,
    ri-te deste grosseiro
    rapaz que te ama,
    mas quando abro
    os olhos e os fecho,
    quando meus passos vão,
    quando voltam meus passos,
    a luz, a primavera,
    mas nunca o teu riso,
    porque então morreria.

    Pablo Neruda

    quinta-feira, 23 de junho de 2011

    Amor, Romantismo e Canções 1

    A partir de hoje, abrirei este espaço virtual com uma música que fala do amor e alavanca o romantosmo que espero não esteja adormecido em vocês. Inicio com "Eu não existo sem você", uma canção de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, em que letra e música se fundem e se completam.

    Confiram.

    A escutatória, Rubem Alves

    Recebi do meu Anjo Número, a Marli, um e-mail contendo um belíssimo texto de Rubem Alves, a ESCUTATÓRIA. É claro que minha alma pagã, mas sensível, rendeu-se ao encantamento do texto. Por ser muito longo, compilei partes dele, porque já recebi reclamações de que posto mensagens muito compridas, portanto...

    "Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular.


    Escutar é complicado e sutil. Diz o Alberto Caeiro que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma“. Filosofia é um monte de ideias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Aí a gente que não é cego abre os olhos.


    Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma.“ Daí a dificuldade: a gente não aguenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. Certo estava Lichtenberg - citado por Murilo Mendes: “Há quem não ouça até que lhe cortem as orelhas.“ Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos... 


     (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, como se estivessem orando. Não rezando. Reza é falatório para não ouvir. Orando. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as ideias estranhas. Também para se tocar piano é preciso não ter filosofia nenhuma). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito. Pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que julgava essenciais. Sendo dele, os pensamentos não são meus. São-me estranhos. Comida que é preciso digerir. Digerir leva tempo. É preciso tempo para entender o que o outro falou.


    Se falo logo a seguir são duas as possibilidades. Primeira: “Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava eu pensava nas coisas que eu iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado.“ Segunda: “Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.“ Em ambos os casos estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio quer dizer: “Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.“ E assim vai a reunião.


    Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir. Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras. E música, melodia que não havia e que quando ouvida nos faz chorar. A música acontece no silêncio. É preciso que todos os ruídos cessem.

    No silêncio, abrem-se as portas de um mundo encantado que mora em nós - como no poema de Mallarmé, A catedral submersa, que Debussy musicou. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Me veio agora a ideia de que, talvez, essa seja a essência da experiência religiosa - quando ficamos mudos, sem fala. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar. Para mim Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto... (O amor que acende a lua, pág. 65.)

    Fonte:
    http://rubemalves.locaweb.com.br/hall/wwpct3/newfiles/escutatoria.php


    Amigos!

    Confiram se não é a mais pura das costatações. O ouvinte quase sempre interrompe o falante para exercitar duas coisas: carregar o discurso de exemplos que, segundo ele, são mais brilhantes do que os já citados ou repete, usando palavras similares, exatamente o que o emissor falou. Como se exercitasse um jogo metafórico para dizer: eu sou mais brilhante do que tu. As minhas é que são colocações interessantes e genuínas.

    O mais triste é quando o falante quer dizer coisas que o ouvinte não quer escutar. Quem já não passou por situações constrangedoras quando, depois de ouvir pacientemente, ao tentar manifestar-se, foi ignorado pelo falador?


    Não foi exatamente isso o que o autor do texto escreveu? Os escribas também têm essas manias. Reproduzem, mesmo que em sinopse, tudo o que o autor de um belo artigo como o aqui postado escreveu. 

     "Quem não tem pecado que atire a primeira pedra", portanto...

    quarta-feira, 22 de junho de 2011

    Um mundo sem professores


    Este texto foi-me enviado pela minha filha Daniella. Uma pseudo realidade, por enquanto...

    "O ano é de 2061 D.C - ou seja, daqui a cinquenta anos - e uma conversa entre avô e neto tem início a partir da seguinte interpelação:
    – Vovô, por que o mundo está acabando? A calma da pergunta revela a inocência da alma infante. E, no mesmo tom, vem a resposta:

     – Porque não existem mais PROFESSORES, meu anjo.

    – Professores? Mas o que é isso? O que fazia um professor?

    O velho responde, então, que professores eram homens e mulheres elegantes e dedicados, que se expressavam sempre de maneira muito culta e que, muitos anos atrás, transmitiam conhecimentos e ensinavam as pessoas a ler, falar, escrever, se comportar, localizar-se no mundo e na história, entre muitas outras coisas. Principalmente, ensinavam as pessoas a pensar.

    – Eles ensinavam tudo isso? Mas eles eram sábios?

    – Sim, ensinavam, mas não eram todos sábios. Apenas alguns, os grandes professores, que ensinavam outros professores, e eram amados pelos alunos.

    – E como foi que eles desapareceram, vovô?

    – Ah, foi tudo parte de um plano secreto e genial, que foi executado aos poucos por alguns vilões da sociedade. O vovô não se lembra direito do que veio primeiro, mas sem dúvida, os políticos ajudaram muito. Eles acabaram com todas as formas de avaliação dos alunos, apenas para mostrar estatísticas de aprovação.

    Assim, sabendo ou não sabendo alguma coisa, os alunos eram aprovados. Isso liquidou o estímulo para o estudo e apenas os alunos mais interessados conseguiam aprender alguma coisa. Depois, muitas famílias estimularam a falta de respeito pelos professores, que passaram a ser vistos como empregados de seus filhos. Estes foram ensinados a dizer “eu estou pagando e você tem que me ensinar”, ou “para que estudar se meu pai não estudou e ganha muito mais do que você” ou ainda “meu pai me dá mais de mesada do que você ganha”. Isso quando não iam os próprios pais gritar com os professores nas escolas. Para isso muito ajudou a multiplicação de escolas particulares, as quais, mais interessadas nas mensalidades que na qualidade do ensino, quando recebiam reclamações dos pais, pressionavam os professores, dizendo que eles não estavam conseguindo “gerenciar a relação com o aluno”. Os professores eram vítimas da violência – física, verbal e moral – que lhes era destinada por pobres e ricos. Viraram saco de pancadas de todo mundo.

    Além disso, qualquer proposta de ensino sério e inovador sempre esbarrava na obsessão dos pais com a aprovação do filho no vestibular, para qualquer faculdade que fosse. “Ah, eu quero saber se isso que vocês estão ensinando vai fazer meu filho passar no vestibular”, diziam os pais nas reuniões com as escolas. E assim, praticamente todo o ensino foi orientado para os alunos passarem no vestibular. Lá se foi toda a aprendizagem de conceitos, as discussões de ideias, tudo, enfim, virou decoração de fórmulas.

    Com a Internet, os trabalhos escolares e as fórmulas ficaram acessíveis a todos, e nunca mais ninguém precisou ir à escola para estudar a sério. Em seguida, os professores foram desmoralizados. Seus salários foram gradativamente sendo esquecidos e ninguém mais queria se dedicar à profissão. Quando alguém criticava a qualidade do ensino, sempre vinha algum tonto dizer que a culpa era do professor.

    As pessoas também se tornaram descrentes da educação, pois viam que as pessoas “bem sucedidas” eram políticos e empresários que os financiavam, modelos, jogadores de futebol, artistas de novelas da televisão, sindicalistas – enfim, pessoas sem nenhuma formação ou contribuição real para a sociedade. Ah, mas teve um fator chave nessa história toda. Teve uma época longa chamada ditadura, quando os milicos colocaram os professores na alça de mira e quase acabaram com eles, que foram perseguidos, aposentados, expulsos do país em nome do combate aos subversivos com apoio dos políticos... Foi o tiro de misericórdia nos professores... "

    Desconheço a autoria

    terça-feira, 21 de junho de 2011

    Caricaturas fantásticas



    Tenho muitas paixões e, dentre tantas, cito as caricaturas. Considero-as a décima arte, depois das revistas em quadrinhos e das charges.

    Fico encantada como um artista pode, através de poucos traços, dilacerar a alma do caricaturado. Enquanto a fotografia revela o aspecto físico mais bonito do fotografado, a caricatura disseca até as últimas entranhas da personalidade do escolhido.

    Por isso, esse tipo de arte deveria ser mais amplamente divulgado em exposições, museus, locais de grande visibilidade. Como não tenho o poder de determinar o local onde o expor, faço-o através deste espaço virtual.

    Ah! Li, não sei quando e nem onde que o caricaturado sempre se sente ofendido com o resultado do que lhe é apresentado. Dou-lhe inteira razão porque a caricatura é a representação gráfica ou teatral que, realçando o grotesco e deformando a personagem, retrata suas características marcantes, podendo ser usada tanto para salientar os aspectos positivos quanto para ridicularizar os negativos, segundo Antonio Houaiss, o grade filólogo e dicionarista.

    Apresento, hoje, caricaturas de personalidades que influenciaram e influenciam a política e o comportamento da sociedade.