sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Filhos distantes, sinônimo de saudades


Quando os meus filhos vêm me visitar e depois vão embora,  instala-se uma  estranha sensação de vazio como se uma parte houvesse sido tragada, retirada, à força, de mim. Então, surge a vontade de fazer coisas inusitadas e de que detesto realizar. Cozinhar é uma dessas atividades que, se dependesse de mim, não existiria.

No entanto, quando os filhos voltam para as suas e esta casa fica vazia, encho-a de flores e as contemplo como se me fossem ofertadas pelos meus rebentos. Apaziguada, volto às atividades de rotina, cozinhar, inclusive, sem deixar de ter em mente as surpresas que proporcionarei a eles em próximas visitas.

Esperas compensadas pela chegada mesmo que próxima a partida. Abraços que se fundem com a saudade. Palavras para serem ditas, guardadas ou esquecidas, se ofensivas, abortadas no âmago da boca. Lábios que acariciam e deixam na pele do beijado o agreste sabor e cheiro do mel. Mãos que se apertam e se descolam cientes do reencontro. Assim é a vida, repleta de encontros e desencontros, lágrimas, sorrisos e saudades.

Hoje, numa cálida tarde de verão, em que uma suave e refrescante brisa ocupa o lugar do sol, a vontade de abraçar e acariciar os meus amores distantes se pontua e se intensifica. Mesmo sabendo que estão bem, curtindo uma bela praia como a filha, o genro e a neta ou tornando interessantes as suas rotinas como os dois filhos solteiros, queria tê-los sob o meu olhar.

Valerá a pena ficar tanto tempo longe deles? Afirmativa é a resposta porque, ao me encontrar com eles, o afeto reduplica e o querer ser melhor, mais delicada, atenta e companheira também se multiplica. Quem sabe a presença constante, o zelo desmedido e, tantas vezes, irritante, mataria o encanto?  A certeza congela afetos e os torna menos interessantes. A dúvida do que poderia ser ou como se faria isto ou aquilo é um dos grandes paliativos dessa etapa enigmática que é viver e deixar viver os que amamos.

Como não encontrei as flores imaginadas para enfeitar a nossa casa, filhos muito amados, faço-o através deste espaço com as que a adornaram por fora durante a Primavera e início do Verão. Eu queria fazer arranjos como estes.




Só encontrei estas flores!


As  fotos abaixo são para vocês, meus queridos, para sentirem vontade de retornar ao lar, cujas portas abrir-se-ão  por inteiro para acolhê-los. Sempre!







5 comentários:

  1. Oh Mana que coisa mais linda, sem palavras!
    Que saudade, saudade e saudade do nosso tempo juntas.
    Qualquer dia escrevo o texto que me pediste.
    Vou tentar com uma condição de que corrijas meus erros de pontuação.

    Amo vocês!
    Ah! Queria que o Nicolas pudesse ler esse texto. Nele tu expressas o sentimento que brota do meu coração em relação a ele. Pensar que ficarei seis meses sem vê-lo!
    Mil bjus
    Adejane

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  2. Djeininha querida! Como é bom sentir-te tão próxima, embora virtualmente. Saudade é assim e devemos procurar os mais ternos e eficazes jeitos de abrandá-la. Sabes o que o Decésari e eu fizemos ontem, corroídos de saudades dos filhos? O C.A. cortou a grama e eu fiz faxina na casa. Tudo ficou lindo! Depois, exaustos, imaginas qual foi o nosso lanche? Pão com sardinha. Isso mesmo! Sabes por quê? Porque "as crianças" adoravam. Para eles, cada um abrir e comer, tendo em mãos uma ou duas latinhas, esmagar e “enfiar” tudo num pão d’água, valia por mil excelentes manjares. Vês? É simples abrandar esse sentimento...

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  3. Arlete,antes de postar,favor revizar.Obrigado

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  4. Amigo! Já copiei e arrastei o teu texto para as páginas do blog. Sai amanhã.
    Muitíssimo obrigada por mais esta colaboração. Um abraço.

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  5. Amei seu texto tia Arlete !! Me emocionei muito...por afinal essa saudade e sentida todo tempo por mim com a casa dos meus pais !Abraço a ti. carina

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