Palavras ao Vento é fruto de uma necessidade interior de corrigir deslizes orais ou escritos, presenciados no cotidiano; mostrar a urgência de se fazer da educação prioridade nacional; discorrer sobre trivialidades, mostrando o porquê disso ou daquilo e destacar a força que a palavra tem naqueles que captam o sentido das entrelinhas.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Saudade Dói
"Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua,
dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor,
Ou quando alguém ou algo não deixa que esse amor siga,
Ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania
de estar sempre ocupada;
se ele tem assistido às aulas de inglês,
se aprendeu a entrar na Internet
e encontrar a página do Diário Oficial;
se ela aprendeu a estacionar entre dois carros;
se ele continua preferindo Malzebier;
se ela continua preferindo suco;
se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados;
se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor;
se ele continua cantando tão bem;
se ela continua detestando o MC Donald's;
se ele continua amando;
se ela continua a chorar até nas comédias.
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos;
não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento;
não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer;
Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você,
provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler..."
Para mim, saudade é como um farol iluminado pelos últimos raios do sol, apontando para uma incompreensível dor, mitigada pela ternura dedicada a pessoas, a circunstâncias, a coisas perdidas e reencontradas...
Recebi esse texto de uma comadre muito querida, a Ana Maria, uma das pessoas mais caritativas que conheço. Fiquei feliz com aparecimento dela em minha caixa de e-mails, tendo em vista que, mesmo o comadresco não nos tornou íntimas, apesar disso ser o mais comum entre madrinhas de filhos. Talvez o meu formalismo em conviver com as pessoas e a distância tenham nos afastado de um convívio mais íntimo.
Vou tentar resgatar o tempo perdido, como já o fiz com um primo que mora nos Estados Unidos, uma prima, no Rio de Janeiro, um cunhado, em Aracaju, uma prima que me descobriu pela internet, o melhor médico de meus filhos, uma garotinha que adorou um texto meu publicado em Zero Hora, um professor universitário, colega de palestras e uma amiga, cuja afetividade descende do tempo de colégio. Amizades intensificadas via eletrônica, plenas de ternura e carinho. Delas todas tenho saudades... Saudades de não ter vivificado mais a presença delas...
O texto acima, recebi-o como se fosse de autoria de Miguel Falabella, caso não seja e alguém saiba disso, informe-me, visto que eu também já fui surpeendida vendo outro nome apossar-se de textos meus ou conferirem, como meus, textos de outrem.
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Todo esse contendo faz parte de fenomeno chamado Vida. vim aqui ler o seu blog, e lhe convidar a visitar o meu e se possivel seguirmos juntos por eles.Estarei lhe esperando lá
ResponderExcluirAbraços.
Que fantástico, hoje estou sentindo todos esses sentimentos da palavra SAUDADE, tristeza, sofrimento, alegria, euforia, coração apertado!!
ResponderExcluirMas com o passar dos dias, ou melhor, com o terminar do dia, tudo passa...porque,como tu me ensinou...AMANHÃ É OUTRO DIA!!!
Saudades, saudades, saudades, saudades!!
Beijocas!!
Olá, José Maria!
ResponderExcluirAdoraria te fazer uma visita, mas não deixaste o endereço de teu blog.
Bom dia, filha muito amada!
ResponderExcluirHoje, deves estar mais feliz com o retorno do maridão da Europa. Deve ter feito o maior sucesso em Viena. Vou fazer uma postagem sobre a importância conferida a ele devido ao Brasil designá-lo como seu respresente junto à ONU. Eta genrinho famoso e brilhante! Estou rindo de orelha a orelha.
Bjs.