terça-feira, 15 de março de 2011

Tempestade em copo d'água


Pode existir pessoa mais chata do que aquela que vive reclamando de tudo, que critica o que vê, ouve, imagina que vê ou ouve? Tudo é motivo para destilar a raiva que sente pelos outros, pelas coisas, pela vida. Conheço poucas pessoas assim, no entanto gostaria de jamais ter delas me aproximado. O convívio, por já estar contaminado pelo pessimismo, gera tristeza e decepções. Esquecem-se essas pessoas de que só os felizes são capazes de permitir que os com quem convivem também ascendam à felicidade. Em seu diário, Anne Frank escreveu, com simplicidade, palavras de inestimável valor experiencial: “Quem for feliz quererá tornar os outros felizes”. Verdadeira é a contradita dessa verdade. Se alguém não gera em si alegria, felicidade, vontade de viver bem e melhor, carrega consigo o estigma de tornar infelizes aqueles com quem compartilha emoções ou vive.

Pessoas amargas, pessimistas, críticas, que veem maldade em tudo, geralmente, são seres preconceituosos, cuja origem desses males centra-se na inveja, no desamor, na falta de perspectiva ou na impossibilidade de admitirem ser portadores desses reprováveis defeitos. Muito deles carregam problemas, perfeitamente descartáveis, mas que agregam uma dimensão muito superior à causa que lhes deu origem. Agigantam-se diante de fatos menores e minimizam-se diante de situações exacerbadas.

São os chamados guerrilheiros sem causa, que fazem “tempestade em copo d’água” e que destilam sobre os circundantes toda a cólera fomentada em problemas reprimidos ou intuitivamente criados. Segundo eles, são suas as maiores dores, só eles são infelizes, o passado é o seu referencial, não volvem o olhar a não ser para enxergar o próprio umbigo. O egocentrismo não lhes permite vislumbrar a beleza e os mistérios encobertos pela noite e nem se permitem rejubilar-se pela magnitude do sol, que torna os dias mais radiosos com sua magnânima claridade.

Existem ainda os chatos de nascença. Centrada neles, cedo entendi que, quando uma pessoa cumprimenta alguém e lhe questiona como vai, ela não quer ouvir o relato de todas as mazelas e infortúnios que se abatem sobre o inquirido. O que deseja escutar apenas é que este diga, com poucas palavras, que vai bem. O resto são quizílias que só dizem respeito ao pseudo desafortunado e ganham maiores proporções naquele que as, imaginariamente, vivencia ou as sente. Muito cedo também aprendi que quem fala quer ser ouvido, no entanto quem escuta o outro, da mesma forma, requer atenção. Quem não conhece alguma pessoa que fala muito, porém, ao lhe ser exigido o devido interesse, ignora o falante? O pior de tudo é que são, justamente, essas pessoas que se assenhoram das verdades do mundo, ofendem-se ao serem contestadas ou inimizam-se com aqueles que as alertam sobre esse mau comportamento.

Aprendi muito cedo que é importante aceitar as pessoas exatamente como elas são, contudo permanece em mim a esperança de que se deem conta do quanto tudo seria mais fácil, o convívio se tornaria muito mais prazeroso, se fizessem algo para se transformarem em  seres mais interessantes. Acredito também que errar é um componente intrínseco da índole humana, no entanto, ao dar-se conta e continuar errando, merece o pecador continuar no limbo dos ignorados. É a única penalidade capaz de levá-lo a refletir sobre tão ignóbil conduta, colocando, ao alcance da visão: “O contraponto do amor não é o ódio, mas a indiferença”. Talvez, assimilando essa verdade irrefutável, aprenda e mude. É o que todos os otimistas de plantão como eu esperam.

13 comentários:

  1. Mana querida!

    Quando não te visito é porque estou muito envolvida com o trabalho.
    Não vou te abandonar, apenas, aguardo o momento correto para expressar meu parecer sobre o que está escrito.
    Muitas vezes os textos postados não me dizem respeito ou minha opinião é um pouco polêmica. Aprendi a respeitar o gosto e opinião das pessoas, aceitando-as com aprendizado.
    De que valeria expressar minha opinião sobre a Beija Flor, Roberto Carlos e outros se não concordo? Então me isento de opinar.
    Minha rotina das manhã sempre será visitar teu blog, visitar o Youtube do Logan, ler os jornais virtuais G1, R7, JB, A Razão, Agora, ZH etc. Só não visito o da Marianna porque não tenho acesso e se é orkut no Jornal não permite. As vezes visito a Danny pelo facebook para matar a saudade dos sobrinhos.
    Estarei sempre atenta ao que escreves, pois, como sempre tuas postagens são uma lição de vida e de aprendizado.
    Hoje por exemplo me identifiquei sobre algumas fases dificeis que passei e as superei, a quais fui bem chata.
    Aprendi mais um pouco contigo sobre como somos e como podemos melhorar porque sou um "ser em aperfeiçoamento".
    Um grande beijo daqueles bem do fundo da alma,
    Eu te amo muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuiito,
    Adejane M Gudolle

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  2. Ah!
    esqueci de mencionar convivo todos os dias com uma pessoa destas na minha sala de trabalho.
    Passa o tempo todo se lamuriando e falando sobre coisas negativas, doença etc...
    Já nem a escuto mais, finjo que a ouço, enfim cansei.
    Ainda bem que será por pouco tempo, logo estarei em outro local com pessoas jovens a para cima.
    Bjus
    Deja

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  3. Olá, irmãzinha!
    Tens toda a liberdade para baixar "o pau" no que escrevo ou posto, visto que este espaço prima pelo espírito democrático. Só não aceito palavrões. O resto, que "vienga el toro".
    Fico feliz por agregares alguma coisa com minhas "mal traçadas linhas". Esforço-me pela diversidade de assuntos. Às vezes, sou tolhida pela escassez do tempo. Quando dá, capricho.
    Quanto aos chatos, o mundo está cheio deles. O pior é o que, além de lançar jatos de baba na cara da gente e, quando fala ainda fica dando cutucões para se fazer ouvir. Detesto também aquele maldito "né". Acho isso chato também. Ou o que liga em horas impróprias ou acorda a gente num domingo, bem cedo e pergunta, com a maior cara de pau: "Te acordei?"
    Ficaria um tempão falando do que acho chato, mas, nesse caso, a chata seria eu. Despeço-me, pois.
    Mil beijos.

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  4. Arlete,"nesta longa estrada da vida" fui obrigado a conviver com muitas pessoas inconvinientes,chefes e subordinados,como era dificil,traziam de casa seus problemas e todos nós tinhamos que aguentar,talvez em pensamento copiei de ti que temos que sempre aproveitar as coisas boas e desprezar os "azedos".Para encerrar e só para variar tenho que meter o "pau" no PT,quando são oposição detonam todo o mundo,usam Policia Federal e tudo mais,agora no Governo falam que a oposição tem que ajudar a governar,acabando com os ransos.Vou tomar um tarja preto para tentar dormir,com tanta cara de pau.Boa Noite

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  5. Bom dia, amigo!
    Eis o motivo porque me "acomodei". Pura desilusão com aqueles a quem creditava a salvação da "alma" pátria: honestidade, ética em todos os trâmites, política, combate à corrupção. Miudando: queria ver, na prática, os ideais do PT e da o oposição(PTB, PDT,PSB,...
    Por tudo isso é que só leio, nos jornais, o que têm de "alma boa". Cansei de "malhar com ferros frios". Traduzindo: de nada adianta vociferar nos ouvidos dos que nos são próximos, se, quem deveria ouvir faz, "ouvidos moucos". Além do mais, a raiva reprimida, a cólera dispensada a essa catrefa não faz mal a ela. Volta-se contra nós próprios.
    Eu, pelo menos, não tenho mais tempo para perder inutilmente.
    (Um segredinho: os textos mais irados, os que pego pesado contra o governo, governantes e asceclas, o ZH nunca publicou. Em parte, fico aliviada, porque tenho um sobrinho do Cesar Augusto ocupando um alto cargo no governo e o quero muito bem. "Por causa do santo, beijo o altar".) Interesses como dizia o Briza.
    Só para o "the end": quem não tem pecado, que atire a primeira pedra". Capiste?
    Um dia cheio de luz e alegria para ti.

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  6. Ah! Se eu tivesse coragem suficiente para revelar qual o agente motivador do texto acima, arrepiarias os cabelos...

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  7. Arlete,tenho certeza de quem se trata,mas vou respeitar o teu silêncio,só afirmo que estava de passagem,pois reside na capital federal.

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  8. Ledo engano, meu bom amigo. O acontecido motivador ocorreu aqui mesmo e não tem nada relacionado a Brasília. Não acertaste "na mosca" destavez.Deste uma de cigana e erraste! Ahahaha!
    Vês, amigo, esse tipo de brincadeira virtual já não é um bom motivo para sorrir e...ser feliz?

    Como diz o ditado: "Bobo e rico riem à toa". Como não sou o último, ... "Vivre la vie!"

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  9. Epa!
    Acho que, agora, quem rateou fui eu! A quem te referiste acima é o sobrinho ou o motivador do texto que postei lá em cima?

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  10. Leste a Martha Medeiros de hoje? Adorei. Queria ter escrito.
    Sempre digo para quem quiser ouvir que, lá no fundo bem fundo de cada um de nós, existe um ladrãozinho de plantão. Dando no jeito, carrega o alheio. Nem que seja uma flor. Faz parte da índole humana,. Eis o motivo por serem eleitos tantos ladões.

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  11. Ladrões. Escrevi errado. Pardonnez moi!

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  12. Arlete,a pessoa a que me refiro é o Deputado Federal Chicão.Quanto a Martha Medeiros,leio sempre,ela tem um astral maravilhoso,procuro aprender com ela

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  13. Amigo querido!
    Longe da "mosca"!
    Não foi o Chicão. Esse tem muito respeito por mim. Sempre que me encontra, tece os mais generosos elogios. E eu a ele, bem educada que sou.
    Sabe que ele foi um excelente aluno? Tomara que saia um bom deputado, mas estadual.(Acho que não tem cacife para dep. federal).

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