quinta-feira, 10 de março de 2011

Como se usa o TU sem medo de errar




Recebi um e-mail muito interessante de uma visitante. Nele, a  ansiosa amiga afirmava que, quando achava um texto publicado, neste espaço, bonito ou interessante, sentia vontade de postar um comentário, mas que se reprimia por medo de cometer algum erro.

Essa angústia, segundo ela, agigantava-se quando, por ser gaúcha como eu, deveria manifestar-se usando a segunda pessoa do singular, o mal empregado Tu. Afirmou também que não se sentia à vontade em usar, nos comentários, o Você. Não sabendo como corrigir, abortava a vontade e o gesto. Argumentava, ainda, que, ao escrever algo e depois vê-lo publicado com erros, sentia uma vergonha danada.

A resposta que lhe dei não poderia ser diferente de “o que importa é a intenção. Os erros são a consequência entre o querer e o poder”. No entanto, não deixei de dar razão à minha interessada amiga. Sei muito bem o que é sentir essa vergonha, esse desconforto denunciado por ela. Dentre os artifícios que forneci à minha visitante, reforço-os nesta postagem, porque, na resposta dela, afirma-me que adorou as dicas. O que deduzi: se foram de alguma utilidade para ela, provavelmente o serão para tantos outros. Espero.

O que mostrei a ela são pequenos recursos eletrônicos e duas regrinhas de Português. Isso chamei de “Como fazer um comentário sem erros”.

Aí vão!

Primeiro:

Faz(e) o rascunho do que queres escrever no Microsoft Windows 2007, que todo mundo tem no computador. Essa poderosa “arma” te auxiliará nessa tarefa porque aponta, em vermelho, os erros que podem ser de grafia, pontuação, concordância ou colocação pronominal. Em verde, quando há excesso de espaço ou pequenos deslizes.

Mesmo que o autor da escrita não domine a gramática portuguesa, usa aquele velho e infalível recurso: a tentativa e o acerto. Vai mudando letras, acrescentando ou excluindo uma vírgula até o sublinhado vermelho desaparecer. Depois é só copiar e colar naquele link abaixo da postagem, que aparece como "comentários".

Segundo:

O uso do Tu é bem simples.

Nessa pessoa, só há duas terminações: -STE se o verbo estiver indicando uma AÇÃO transcorrida no PASSADO ou -S se estiver em qualquer outro tempo.

Como exemplos, vou usar o verbo AMAR em todos os tempos e modos:
Tu já amaSTE muito?

Tu amaS a vida, tu amavaS..., tu amaraS..., tu amaráS..., tu amariaS..., se tu amasseS..., que tu ameS..., quando tu amareS..., não ames...

Mostrei, nas flexões acima, o verbo amar sendo conjugado no pretérito perfeito (primeiro exemplo), presente, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do indicativo e nos presente, pretérito perfeito e futuro do subjuntivo e imperativo negativo respectivamente (nos demais exemplos).

Serei mais prática. Exemplifico:

Se tu chegaste (sem s) agora e não sabeS do que se trata este assunto, fazeS o favor de ler o que escrevi acima. Assim saberáS que, se precisareS usar o tu, basta mantereS o S no fim do verbo.

Se achasseS que nunca cometeriaS erros, certamente que não estariaS aqui, solicitando a minha ajuda.

No entanto, se não *chegaste a entender nada, **compra uma boa gramática e estuda as regras de que tens medo.

Obs.: * Não te esqueças de que o -STE( amaste, chegaste) só se usa para o Tu. Se colocares um S após o -STE, estarás te referindo a VÓS, que é a segunda pessoa do plural (Vós amastes..., vós chegastes...) e por aí vai.

**O Tu perde o S também na seguinte construção: se o escritor estiver dando uma ORDEM, fazendo um PEDIDO ou suplicando. Nesse caso, o TU desaparece.

Assim: Compra uma gramática, estuda as regras e, por favor, vira um bom escritor.

Quanto ao emprego das vírgulas, pouca gente domina as regras, porque são 17. Isso! DEZESSETE!

Se quiseres, farei uma futura postagem sobre as LEIS da Vírgula. É só pedires.

Amigo! Amiga!

Só te faço um pedido:

Não deixes de me visitar e comenta sem medo, porque este blog não é um espaço de assombração...

Nenhum comentário:

Postar um comentário