quinta-feira, 3 de março de 2011

A Saudade Fala Português

Recebi este texto da Eleonora, uma encantadora prima de meu marido e que, pelo coração, também a considero minha. Parece que há uma estranha ligação entre nós duas. Raramente me envia textos, quando o faz, vêm preencher um vazio inexplicável que há em mim. O dia de ontem foi de uma intensa e dolorida saudade de meus três filhos e de minhas irmãs.

Talvez o isolamento, a distância, tudo me faz pensar neles e o quanto os queria perto para, juntos, trocarmos abraços, falarmos das coisas amenas da vida ou das dores que nos consomem, mas, acima de tudo, dar cor e ânimo ao nosso imenso amor.

O  autor de "Saudade fala português" será mesmo Antonio Carlos Affonso?


"Eu tenho saudades de tudo que marcou a minha vida:
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
Quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
Eu sinto saudades...

Sinto saudades de
amigos que nunca mais vi,
De pessoas com quem não mais falei ou cruzei...
Sinto saudades da minha infância,
Do meu primeiro
amor, do meu segundo, do terceiro,
Do penúltimo, e daqueles que ainda vou vir a ter,
Se Deus quiser...

Sinto saudades do
presente, que não aproveitei de todo,
Lembrando do passado e apostando no futuro...
Sinto saudades do futuro, que se idealizado,
Provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei,
De quem disse que viria e nem apareceu;
De quem apareceu correndo, sem tempo de me conhecer direito,
De quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.

Sinto saudades dos que se foram
E de quem não me despedi direito,
Daqueles que não tiveram como me dizer adeus;
De gente que passou na calçada contrária da minha vida
E que só enxerguei de vislumbre;
De coisas que eu tive e de outras que não tive, mas quis muito ter;
De coisas que nem sei como existiram, mas que se soubesse,
De certo gostaria de experimentar;

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que,
Não sei aonde,
Para resgatar alguma coisa que nem sei o que é
E nem onde perdi...

Vejo o mundo girando e penso que poderia estar
Sentindo saudades em japonês,
Em russo, em italiano, em inglês,
Mas que minha
saudade,
Por eu ter nascido brasileira,
Só fala português embora, lá no fundo, possa ser poliglota.

Aliás, dizem que se costuma usar sempre a língua pátria,
Espontaneamente, quando estamos desesperados,
Para contar dinheiro, fazer amor e declarar sentimentos fortes,
Seja lá em que lugar do mundo estejamos.
Eu acredito que um simples "I miss you",
Ou seja, lá como possamos traduzir saudade
Em outra língua, nunca terá a mesma força
E significado da nossa palavrinha.

Talvez não exprima, corretamente,
A imensa falta que sentimos de coisas ou pessoas queridas.

E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra para usar
Todas as vezes que sinto este aperto no peito,
Meio nostálgico meio gostoso,
Mas que funciona melhor do que um sinal vital
Quando se quer falar de vida e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis,
De que amamos muito do que tivemos e lamentamos as coisas boas
Que perdemos ao longo da nossa existência...

Sentir saudade é sinal de que se está vivo!"


Para mim, a saudade é uma dama de branco que flana sobre nossos corações e, quando apaziguada, transforma em flores brancas as nossas lágrimas.

7 comentários:

  1. Arlete,prezada amiga,o dia de ontem também não foi bom para mim,mas passou,como tudo passa,como dizes temos que olhar para a frente e viver o presente.O texto é lindo,sentimental,autêntico quando diz "Sentir saudade é sinal de que está vivo" Um bom dia,quem sabe um passeio com o maridão,tão perto dos free-shop de Rivera,ou vão pular no carnaval? Vivam e aproveitem a vida.

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  2. Bom dia amigo!
    Lindo o texto mesmo. Havia escrito um para postar neste espaço, mas esse eclipsou o meu.
    Um excelente Carnaval.

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  3. Oi...acho que dá um nó na garganta de qualquer pessoa...afinal a vida é feita de saudades.
    abraços !!!

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  4. Quem sente saudades de alguém, de algum lugar ou de aldo mais: um animal ou um objeto é por que sabe amar e esse sentimento inigualável e sofrido é a evidência do amor.
    Volta sempre.
    Um abraço.

    Arlete

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  5. O texto não é autoria de Antonio Carlos Affonso, é de todas as almas puras e sofredoras, mas que têm nas mentes e nos corações a lembrança viva da vida que viveu e a que deixou de viver. Antonio Carlos Affonso foi apenas o instrumento.

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