sábado, 12 de março de 2011

Quase...



Motivada por um excerto publicado em comentário feito por um amigo anônimo, a quem chamo de Anjo Número Dois, por conhecer o texto e a polêmica por ele causada, resolvi publicá-lo aqui. E por dois motivos: um é para homenagear o meu encantador amigo, que sempre escreve coisas lindas em seus comentários e que  inflam o meu ego. O outro, por ser conhecedora de quem escreveu o artigo motivacional.

Leiam o texto "Quase" . É lindo. Só não foi escrito por Luís Fernando Veríssimo como circula na internet. A real autora dele é *Sarah Westphal Batista da Silva.

"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.

É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.

A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.

Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.

O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.

De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.

Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu. "

(*Autoria atribuída a Luís Fernando Veríssimo, mas que ele mesmo diz ser de Sarah Westphal Batista da Silva, em sua coluna do dia 31 de março de 2005, do jornal O Globo e foi comprovada por  
O Diário Catarinense, de Florianópolis, que publicou, na capa do caderno Variedades de segunda-feira, 4 de abril de 2005, matéria de Felipe Lenhart com a verdadeira autora da crônica Quase.)

3 comentários:

  1. Arlete,os meios justificam os fins,se não tivesse errado a autora verdadeira do texto,não teria conhecido essa "obra" tão linda,tão cheia de verdades,que nos dão mostras como erramos por ter medo de lutar por aquilo que idealizamos para a nossa vida,poderiamos ser mais do que somos,bastava ter mais coragem,quem sabe na proxima? Bom final de semana.

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  2. Oh!meu caro amigo!
    O texto é lindo mesmo e, como disseste, contém verdadeiras filosofias de vida. E foi escrito quando a autora tinha 19 anos. Vou pesquisar se, agora, com 25 anos, terá melhorado ainda mais os seus escritos.
    Volta aqui amanhã. Postei outro texto lindo com falsa autoria.
    Um excelente fim de semana para ti também.

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  3. Eu queria saber de onde voce tira tanta foto linda.

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