terça-feira, 2 de novembro de 2010

Dia de Finados

Mudando de assunto. Eis a mais trágica das fotos por mim considerada. Quando a vi pela primeira vez, chorei copiosamente e senti uma raiva incrível ao imaginar a frieza do fotógrafo.


Ganhadora do Prêmio Pulitzer em 1994 e publicada pelo The New York Times, a foto foi tirada em 1993 no Sudão, pelo fotógrafo sul-africano Kevin Carter (1960-1994). O motivo inspirador da foto é  uma criança faminta já sem forças para empreender a tentativa de rastejar até um campo de alimento da ONU, localizado  a um quilômetro do local. O urubu, pacientemente, permanece inerte, à  espera da morte da menininha para depois devorá-la.

Carter afirmou quter esperado cerca vinte minutos, na esperança de que o urubu fosse embora, mas isto não aconteceu. Então rapidamente tirou a foto e fez o urubu fugir dali, açoitando-o. Em seguida, saiu dali o mais rápido possível.

O fotógrafo criticou duramente sua postura por apenas fotografar, mas não ajudar a pequena garota: “Um homem ajustando suas lentes para tirar o melhor enquadramento de sofrimento dela talvez tambem seja um predador, outro urubu na cena.”, teria dito.

Um ano depois, o fotógrafo, em profunda depressão, suicidou-se.
 Se a criança viveu ou morreu até hoje não se sabe. Da mesma forma como o fotógrafo se manifestou, sob minha visão, todos os "paparazzis" que perseguem personalidades em busca da melhor ou da mais escandalosa foto são predadores também, porque destroem reputações e até vidas como a da princesa Diane da Inglaterra.


"Eu estou depressivo… sem telefone… dinheiro para o aluguel… dinheiro para o sustento de criança… dinheiro para dívidas… dinheiro!!!… Eu estou sendo perseguido pela viva memória de matanças, cadáveres, cólera e dor… pela criança faminta ou ferida… pelos homens loucos com o dedo no gatilho, muitas vezes policial, assassinos... (Esse é um trecho de carta de suicídio deixada por Kevin Carter).

Referências:
http://www.hbo.com/docs/programs/kevincarter/index.html
http://www.time.

Psiu!
Esta postagem foi feita em referência a outra que havia apresentado aqui e o meu Anjo Número Dois achou com jeito de DIA DE FINADOS, portanto, pelo soturno do texto, pela tragédia que envolve a foto e pelos acontecimentos que se seguiram, reproduzem, muito bem, esse dia.

Por quem, hoje, dobram os sinos?  Não sei se para a decadência física causada pelo peso dos anos ou a advertência de um filho: "Mãe! Aproveita porque já não tens mais muito tempo para isso!" Por isso, rosas vermelhas  para os que se foram...

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