segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O aluno, o desempenho do professor e a meritocracia



Mudanças no sistema avaliativo do desempenho docente calcam-se na constatação de que o ensino ministrado em escolas gaúchas apresenta resultados pífios. Constitui-se como entrave à aprendizagem ao conservar ideias ultrapassadas, transferidas de uma geração para outra, como itens desmotivadores, porque os elementos constitutivos do ensinoaprendizagem centralizam-se nos conteúdos, desconsiderando os reais interesses do aluno.

Urge que os educadores repensem o ato de ensinar, visem ao aprofundamento de metodologias integradas e harmônicas e abandonem ações imediatistas e paliativas. Devem procurar dar base à educação que se centralize no aluno, franqueando-lhe a descoberta da realidade circundante, (transformando um ambiente onde se mantém sentado, muito ouve e pouco opina) para que ocorram transformações pessoais, na estrutura política e na moralidade do país.

Diante de indefinições, que direção e corpo docente não esperem soluções vindas do governo. Precisam, sim, redefinir valores educativos para aperfeiçoá-los, redescobrindo novos caminhos, adaptando conteúdos a serem ministrados ao tipo de cidadão que querem formar, preparando-o para evidenciar criticamente o desempenho que dele esperam. Em espaço renovado, não deve existir o centralizador do saber, mas círculos de cultura, cujos objetivos sejam o aluno e o seu crescimento cultural.

A ideia de educação permanente não é novidade. O novel é torná-la elemento comum e acessível a todos, em que a escola deixe de ser lugar privilegiado, restrito à transmissão de conhecimentos que, devido às mutabilidades rápidas demais, não permitem ao educador inteirar-se integralmente deles. Assim, se a escola não tiver como função exclusiva o ato de ministrar conteúdos, sobrará espaço para conceber, informar, exercitar o indivíduo para o conhecimento amplo, responsável por um futuro melhor dele e do espaço onde atua. Para isso, museus, teatros, cinemas, academias de desporto, dentre outros precisam ser mais bem utilizados para atividades coletivas com vistas a ações em que o professor não seja apenas o propagador do saber e use também recursos midiáticos e situações de vida.

A educação permanente e de qualidade compelirá o professor a pesquisar, a redefinir técnicas e métodos pedagógicos adaptáveis a um processo educativo voltado para o desenvolvimento da autonomia, da criatividade, da criticidade, da incorporação de princípios novos, da reestruturação de informes recebidos e acumulados em que o aluno possa ser visto como uma pessoa inteira, cujo ajustamento e desenvolver sociais sejam tão importantes quanto os conteúdos disciplinares. É preciso ainda que o professor conserve e realimente, na práxis atual, o mesmo entusiasmo e o prazer que sentiu quando lecionou pela primeira vez. Para tal, a meritocracia não poderá contribuir?

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