Eis o meu artigo, publicado em ZERO HORA de hoje:
As raras demonstrações de apreço dispensadas ao professor em 15 de outubro, pela mídia e representantes da sociedade, induzem a questionar os reais motivos de tanto desinteresse. É mister que se analisem as bases sociológicas da educação, visto que, na estrutura conservadora e dissociada da realidade em que é concebida, amalgamam-se o contexto social, político, econômico, religioso e cultural num todo hegemônico. Encontram-se, de forma desconexa, irreal e inautêntica, inovações e desenvolvimento à maneira de aparelho registrador coletivo. Concebidas sem consultar os envolvidos, as diretrizes educacionais são aplicadas com o intuito de oficializar o pensar social, a vivificação do presente, estabelecendo vínculos que transitam pelo passado, encadeando-o com o hoje e o amanhã como se fosse o elo capaz de desobstruir a realidade.
A proposta educativa às vezes se transforma em estrangulamento de qualquer processo desenvolvimentista, social ou individual. Ao sintetizar o pensar de dirigentes, se oriunda de cima para baixo, eclode como forma de desajuste entre imposições do sistema e a realidade a ser vivenciada pelo estudante, porque o aluno interfere de maneira restrita ou quase nula em mudanças sociais, já que o mundo da escola é universo subjacente que rompe e ignora a ingerência do homem. A educação é tida como uma forma de comportamento em que o estudante deve acatar o que lhe é imposto, ao invés de ser seu foco maior de interesse.
Conclui-se que o sistema de ensino resume-se a um conjunto burocratizante de conceitos, técnicas, metodologias, objetivos vários e enorme vontade em acertar por parte dos professores. Serve ainda como gerador de conflitos, empecilho de ações qualitativas, propenso à erradicação do conformismo, da acomodação e do alienamento de jovens. Surge disso uma educação desenraizada do contexto ao ignorar os anseios de seus integrantes enquanto deveria buscar aperfeiçoá-los visando a mudanças. Aliado a outras instituições, o ato de educar torna-se um aparelho ideológico, embora o professor não o perceba, ao insistir em tratar a todos por igual, quando o próprio estrato social se diversifica, já que para alguns estudantes o ensino é privilégio, para tantos, as escolas são válidas enquanto distribuem alimentos.
Os envolvidos no processo de desenvolvimento social devem verificar se os cursos de formação de professores preparam-nos para desempenhar suas funções com competência. Para mudar, precisam buscar respostas longe dos gabinetes, ouvir os jovens, sondar-lhes os anseios, analisar o comportamento das crianças, cujas capacidades intelectuais são irremediavelmente danificadas pelas privações e desestímulos do meio onde vivem. Sem envolvimento social e mudanças em ações docentes, nem remuneração justa aos professores poderá melhorar a qualidade da educação.
Artigo publicado em ZERO HORA, em 21 de outubro de 2011, pág. 20
A proposta educativa às vezes se transforma em estrangulamento de qualquer processo desenvolvimentista, social ou individual. Ao sintetizar o pensar de dirigentes, se oriunda de cima para baixo, eclode como forma de desajuste entre imposições do sistema e a realidade a ser vivenciada pelo estudante, porque o aluno interfere de maneira restrita ou quase nula em mudanças sociais, já que o mundo da escola é universo subjacente que rompe e ignora a ingerência do homem. A educação é tida como uma forma de comportamento em que o estudante deve acatar o que lhe é imposto, ao invés de ser seu foco maior de interesse.
Conclui-se que o sistema de ensino resume-se a um conjunto burocratizante de conceitos, técnicas, metodologias, objetivos vários e enorme vontade em acertar por parte dos professores. Serve ainda como gerador de conflitos, empecilho de ações qualitativas, propenso à erradicação do conformismo, da acomodação e do alienamento de jovens. Surge disso uma educação desenraizada do contexto ao ignorar os anseios de seus integrantes enquanto deveria buscar aperfeiçoá-los visando a mudanças. Aliado a outras instituições, o ato de educar torna-se um aparelho ideológico, embora o professor não o perceba, ao insistir em tratar a todos por igual, quando o próprio estrato social se diversifica, já que para alguns estudantes o ensino é privilégio, para tantos, as escolas são válidas enquanto distribuem alimentos.
Os envolvidos no processo de desenvolvimento social devem verificar se os cursos de formação de professores preparam-nos para desempenhar suas funções com competência. Para mudar, precisam buscar respostas longe dos gabinetes, ouvir os jovens, sondar-lhes os anseios, analisar o comportamento das crianças, cujas capacidades intelectuais são irremediavelmente danificadas pelas privações e desestímulos do meio onde vivem. Sem envolvimento social e mudanças em ações docentes, nem remuneração justa aos professores poderá melhorar a qualidade da educação.
Artigo publicado em ZERO HORA, em 21 de outubro de 2011, pág. 20
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