sexta-feira, 6 de maio de 2011

Oba! saiu mais um texto meu em Zero Hora


Eis o texto que saiu, hoje, 6 de maio, na página 16. Página nobre, por sinal . Sempre que isso acontece, fico "mais faceira do que guri em puterio". Este é o terceiro texto publicado em 2011 e o 18º desde que me enchi de coragem e passei a enviar os meus artigos a Zero Hora, o mais importante jornal do Rio Grande do Sul. O interessante é que o enviei ontem. Fiquei surpresa (de novo!) com a rapidez da publicação. Rosas para mim!

Guerrilheiros sem causa

Pode existir pessoa mais chata do que aquela que vive reclamando de tudo, que critica o que vê e ouve? Tudo é motivo para destilar a raiva que sente pelos outros, pelas coisas e pela vida. O convívio, contaminado pelo pessimismo, gera tristezas e decepções. Ignora que só os felizes são capazes de permitir que os outros ascendam à felicidade. Em seu diário, Anne Frank escreveu palavras de inestimável valor experiencial: “Quem for feliz quererá tornar os outros felizes”. Verdadeira é a contradita dessa verdade. Se alguém não gera em si felicidade, vontade de viver bem e melhor, carrega consigo o estigma de tornar infelizes aqueles com quem compartilha emoções ou vive.

As pessoas amargas, pessimistas, críticas ou maldosas são seres preconceituosos, cuja origem dos males centra-se na inveja, no desamor, na falta de perspectiva ou na impossibilidade de se admitirem portadores de tão reprováveis defeitos. Muito deles carregam problemas, nos quais agregam uma dimensão muito superior à causa que lhes deu origem. Agigantam-se diante de fatos menores e minimizam-se diante de situações exacerbadas.

São os guerrilheiros sem causa que fazem “tempestade em copo d’água”, que destilam sobre os circundantes toda a cólera fomentada em problemas reprimidos ou intuitivamente criados. São suas as maiores dores, só eles são infelizes, o passado é seu referencial, só volvem o olhar para enxergar o próprio umbigo. O egocentrismo não lhes permite vislumbrar a beleza e os mistérios encobertos pela noite, nem se permitem rejubilar-se pela magnitude do sol, que torna os dias mais radiosos com sua magnânima claridade.

Existe o chato de nascença. Aquele que, quando uma pessoa o cumprimenta e o questiona como vai, não almeja o relato das mazelas que se abatem sobre o inquirido. O que deseja ouvir é a afirmação de que vai bem. O resto são quizílias que ganham maiores proporções naquele que as vivencia. Também aprendi que quem fala quer ser ouvido, quem escuta o outro, igualmente, requer atenção. Há pessoas que falam muito, ao lhes ser exigido o devido interesse, ignoram o falante. São essas criaturas que se assenhoram das verdades do mundo, ofendem-se ao serem contestadas ou inimizam-se com aqueles que as alertam sobre tal comportamento.

Aprendi muito cedo que é importante aceitar as pessoas como elas são, contudo permanece em mim a esperança de que se deem conta de como o convívio se tornaria muito mais prazeroso, se fizessem algo para se tornar mais interessantes. Errar é um componente intrínseco na índole humana, no entanto, ao incidir no erro, merece o pecador continuar no limbo dos ignorados. A única penalidade capaz de levá-lo a refletir sobre tão ignóbil condição é alertá-lo de que o contraponto do amor não é o ódio, mas a indiferença. Talvez, assimilando essa verdade irrefutável, aprenda e mude. É o que todos os otimistas como eu esperam.

9 comentários:

  1. Fessorinha querida, quanta emoção eu sinto quando leio o teu nome na Zero Hora.Conto pra todo mundo que foste minha professora. Texto lindo. Como os outros! Parabéns.Um entusiasmado e feliz abraço
    Carmem Ligia

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  2. Querida amiga!

    Nem precisaria escrever o que está a olhos vistos, mas faço questão de ressaltar a beleza do texto e, principalmente, a lição de vida que ele contem, gerada por uma alma nobre, solidária e experiente, que não hesita em compartilhar suas pérolas de sabedoria com todos os leitores.

    Um grande abraço e meus cumprimentos. Fico louca de faceira quando leio um texto teu na ZH!

    Nivia

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  3. Recebi este comentário do meu filho Rodrigo:
    "Meus colegas estão a elogiá-la.... Pois aqui todos já lemos....

    Josiel manda dizer que se identificou e concorda em número, gênero e grau.... E me deu a Zero dele...hehehe"

    Beijão e parabéns por mais esse brilhante texto....

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  4. Olá, querida Carmem Ligia!
    Emocionada fiquei eu com os elogios que emprestaste ao meu artigo. Gratificada também me sinto em tu teres sido minha aluna e tão bem vens demonstrando o quanto algum bem causei em tua vida.
    Obrigada.
    Um afetuoso abraço.

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  5. Nivia querida!
    Ler o que escreveste sobre o artigo acima causa-me uma satisfação de igual tamanho ao ter o texto publicado em ZH. Jornalista sensível e artífice caprichosa no trato com o idioma luso, um elogio teu só engrandece os meus escritos e me induz a escrever mais e melhor. Obrigada por tuas generosas e lindas palavras.
    Um carinhoso abraço.

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  6. Filho querido!
    Talvez, o maior incentivador para que eu enviasse artigos a ZH tenha sido tu. Desde os primeiros textos, quando mal sabia como digitá-los, eras tu que os formatava e os enviava à redação desse jornal.Obrigada por tudo isso.
    Mil beijos.

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  7. Amiga, cada vez mais me certifico que a vista ao seu blog, além de prazerosa, me dá muito orgulho de ser um de seus comentaristas. Texto muito bem escrito e que revela com todas as letras o que é um chato. Quem não conhece ou tem como amigo, pelo menos um chato?
    Faço coro a sua lista de parabéns. Abçs. João Lucas

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  8. O fato da Zero Hora publicar no dia seguinte ao envio do texto fala por si mesmo. A análise e a propriedade das colocações tornam o texto uma leitura de grande proveito para quem procura superar-se, nas relações do dia a dia, diante dos chatos e da ausência da felicidade. Uma matéria assim, de imediato, mereceu ocupar um lugar na próxima edição do jornal, talvez já em andamento. Meu comentário parece mais demorado que a publicação. É que ando longe de casa, mas não tanto que não encontre um acesso a essa notícia que te faz muito feliz, como também aos amigos que te amam. Abraços. Fortunato dos Santos Oliveira

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  9. Comadre Arlete,
    li o texto que escrevestes e gostei muito!
    Um abraço forte,
    Ana Maria

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