Eis o texto que saiu, hoje, 6 de maio, na página 16. Página nobre, por sinal . Sempre que isso acontece, fico "mais faceira do que guri em puterio". Este é o terceiro texto publicado em 2011 e o 18º desde que me enchi de coragem e passei a enviar os meus artigos a Zero Hora, o mais importante jornal do Rio Grande do Sul. O interessante é que o enviei ontem. Fiquei surpresa (de novo!) com a rapidez da publicação. Rosas para mim!
Guerrilheiros sem causa
Pode existir pessoa mais chata do que aquela que vive reclamando de tudo, que critica o que vê e ouve? Tudo é motivo para destilar a raiva que sente pelos outros, pelas coisas e pela vida. O convívio, contaminado pelo pessimismo, gera tristezas e decepções. Ignora que só os felizes são capazes de permitir que os outros ascendam à felicidade. Em seu diário, Anne Frank escreveu palavras de inestimável valor experiencial: “Quem for feliz quererá tornar os outros felizes”. Verdadeira é a contradita dessa verdade. Se alguém não gera em si felicidade, vontade de viver bem e melhor, carrega consigo o estigma de tornar infelizes aqueles com quem compartilha emoções ou vive.
As pessoas amargas, pessimistas, críticas ou maldosas são seres preconceituosos, cuja origem dos males centra-se na inveja, no desamor, na falta de perspectiva ou na impossibilidade de se admitirem portadores de tão reprováveis defeitos. Muito deles carregam problemas, nos quais agregam uma dimensão muito superior à causa que lhes deu origem. Agigantam-se diante de fatos menores e minimizam-se diante de situações exacerbadas.
São os guerrilheiros sem causa que fazem “tempestade em copo d’água”, que destilam sobre os circundantes toda a cólera fomentada em problemas reprimidos ou intuitivamente criados. São suas as maiores dores, só eles são infelizes, o passado é seu referencial, só volvem o olhar para enxergar o próprio umbigo. O egocentrismo não lhes permite vislumbrar a beleza e os mistérios encobertos pela noite, nem se permitem rejubilar-se pela magnitude do sol, que torna os dias mais radiosos com sua magnânima claridade.
Existe o chato de nascença. Aquele que, quando uma pessoa o cumprimenta e o questiona como vai, não almeja o relato das mazelas que se abatem sobre o inquirido. O que deseja ouvir é a afirmação de que vai bem. O resto são quizílias que ganham maiores proporções naquele que as vivencia. Também aprendi que quem fala quer ser ouvido, quem escuta o outro, igualmente, requer atenção. Há pessoas que falam muito, ao lhes ser exigido o devido interesse, ignoram o falante. São essas criaturas que se assenhoram das verdades do mundo, ofendem-se ao serem contestadas ou inimizam-se com aqueles que as alertam sobre tal comportamento.
Aprendi muito cedo que é importante aceitar as pessoas como elas são, contudo permanece em mim a esperança de que se deem conta de como o convívio se tornaria muito mais prazeroso, se fizessem algo para se tornar mais interessantes. Errar é um componente intrínseco na índole humana, no entanto, ao incidir no erro, merece o pecador continuar no limbo dos ignorados. A única penalidade capaz de levá-lo a refletir sobre tão ignóbil condição é alertá-lo de que o contraponto do amor não é o ódio, mas a indiferença. Talvez, assimilando essa verdade irrefutável, aprenda e mude. É o que todos os otimistas como eu esperam.
Fessorinha querida, quanta emoção eu sinto quando leio o teu nome na Zero Hora.Conto pra todo mundo que foste minha professora. Texto lindo. Como os outros! Parabéns.Um entusiasmado e feliz abraço
ResponderExcluirCarmem Ligia
Querida amiga!
ResponderExcluirNem precisaria escrever o que está a olhos vistos, mas faço questão de ressaltar a beleza do texto e, principalmente, a lição de vida que ele contem, gerada por uma alma nobre, solidária e experiente, que não hesita em compartilhar suas pérolas de sabedoria com todos os leitores.
Um grande abraço e meus cumprimentos. Fico louca de faceira quando leio um texto teu na ZH!
Nivia
Recebi este comentário do meu filho Rodrigo:
ResponderExcluir"Meus colegas estão a elogiá-la.... Pois aqui todos já lemos....
Josiel manda dizer que se identificou e concorda em número, gênero e grau.... E me deu a Zero dele...hehehe"
Beijão e parabéns por mais esse brilhante texto....
Olá, querida Carmem Ligia!
ResponderExcluirEmocionada fiquei eu com os elogios que emprestaste ao meu artigo. Gratificada também me sinto em tu teres sido minha aluna e tão bem vens demonstrando o quanto algum bem causei em tua vida.
Obrigada.
Um afetuoso abraço.
Nivia querida!
ResponderExcluirLer o que escreveste sobre o artigo acima causa-me uma satisfação de igual tamanho ao ter o texto publicado em ZH. Jornalista sensível e artífice caprichosa no trato com o idioma luso, um elogio teu só engrandece os meus escritos e me induz a escrever mais e melhor. Obrigada por tuas generosas e lindas palavras.
Um carinhoso abraço.
Filho querido!
ResponderExcluirTalvez, o maior incentivador para que eu enviasse artigos a ZH tenha sido tu. Desde os primeiros textos, quando mal sabia como digitá-los, eras tu que os formatava e os enviava à redação desse jornal.Obrigada por tudo isso.
Mil beijos.
Amiga, cada vez mais me certifico que a vista ao seu blog, além de prazerosa, me dá muito orgulho de ser um de seus comentaristas. Texto muito bem escrito e que revela com todas as letras o que é um chato. Quem não conhece ou tem como amigo, pelo menos um chato?
ResponderExcluirFaço coro a sua lista de parabéns. Abçs. João Lucas
O fato da Zero Hora publicar no dia seguinte ao envio do texto fala por si mesmo. A análise e a propriedade das colocações tornam o texto uma leitura de grande proveito para quem procura superar-se, nas relações do dia a dia, diante dos chatos e da ausência da felicidade. Uma matéria assim, de imediato, mereceu ocupar um lugar na próxima edição do jornal, talvez já em andamento. Meu comentário parece mais demorado que a publicação. É que ando longe de casa, mas não tanto que não encontre um acesso a essa notícia que te faz muito feliz, como também aos amigos que te amam. Abraços. Fortunato dos Santos Oliveira
ResponderExcluirComadre Arlete,
ResponderExcluirli o texto que escrevestes e gostei muito!
Um abraço forte,
Ana Maria