Dentre as muitas atividades atrativas que levava à sala de aula para motivar os meus alunos a escreverem corretamente, eram inícios de provérbios, manchetes de jornais, textos, livros ou versos bastante conhecidos para que eles concluíssem a frase ou lhes modificassem os finais.
Depois de concluída a tarefa, deveriam ler o que escreveram. O prêmio era o aplauso ou as risadas dos colegas. O trabalho mais aplaudido ou o mais hilário ia para o meu caderninho, que eu chamava de "Caça ao Tesouro" e ao MURAL da escola. Os alunos sentiam-se altamente prestigiados e, assim motivados, escreviam mais e melhor.
Ah! A grande preocupação deles e a minha era que os textos não contivessem nenhum erro, senão o autor cairia no 'ridículo' e na "boca do povo". Se fosse hoje, mesmo obrigada pelo governo e tivesse que adotar os famigerados livros que estão causando tanta polêmica, procuraria reverter a situação. O primeiro argumento que usaria seria este: "Alunos queridos! Vocês têm duas opções: ou continuam falando e escrevendo sem respeitar a forma erudita e serão, no futuro, discriminados como pobres e burros, ou transitarão no cenário dos ricos e vitoriosos ao falar e escrever corretamente."
O segundo argumentos seria: "O governo quer que haja duas castas como quando se iniciaram a formar as línguas latinas. Haverá os usuários do português cheio de erros, à moda do Latim vulgar, falado pela plebe, pelos malfeitores e pelos párias da sociedade. No entanto, se aprimorarem o idioma, trilharão o caminho dos iluminados, que falavam o Latim Culto. A esse, só tinham acesso os ricos e os que almejavam ascender à riqueza." Acredito piamente em que eles entenderiam a mensagem...
(Claro, lembraria a eles que o português teve origem no Latim Vulgar. Preciso salvaguardar o meu prestígio.Vai que a forma coloquial com que grande parte dos brasileiros utiliza para se comunicar seja, por decreto governamental, declarada a língua oficial brasileira. Neste país "sem leis", em que o homem de confiança da presidente Dilma enriquece num vapt vupt e houve uma Reforma Ortográfica sob o tacão da caneta, tudo é possível neste Brasil, sil, sil... Quem viver verá... Pensem nisso!)
O que me motivou a escrever o texto acima foi um recortezinho de Zero Hora que encontrei nos meus "perdidos e achados". É hilário e tenho plena convicção de que meus alunos iriam adorar!
"Um é pouco, dois é bom, três é chat.
Quem semeia e-mails, colhe spams.
Quem não tem banda larga, caça com modem.
Melhor prevenir do que formatar.
Mais vale um arquivo no HD do que dois baixando.
Não adianta chorar sobre arquivo deletado.
Para um bom provedor, uma boa senha basta.
Abençoados sejam os pessimistas, pois fazem backcap.
Aluno de informática não cola, faz backcap."
Fonte: Almanaque do Gaucho, ZH
Ex-alunos!
Já imaginaram o que eu teria feito, além do que lhes apresentava, quando era professora de vocês, se tivesse acesso a todos os recursos disponibilizados pela web como hoje? Nossa! (Se ia a Porto Alegre especialmente para comprar livros, coletar propaganda e tantos recursos que só eram disponibilizados na capital...)
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