terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

"Basta juízo" para se ver " A cara do corruptor"?




O texto abaixo é o final da crônica de domingo “Basta Juízo”, escrita por Flávio Tavares, por quem nutro grande admiração.

“Na área federal, outro ministro, o das Cidades, foi demitido por corrupção. Mário Negromonte sai sob acusação de fraudes e falcatruas hipermilionárias, mas o PP fica e já nomeou outro. A presidente é refém dos conluios e conchavos e quem nomeia é o partido, não ela, que apenas assina o ato de nomeação.

O instrumento corruptor (a forma de nomeação) continua intocado e intocável. Ou entocado, como naquelas locas de pedra em que se ocultavam cobras e serpentes. O novo ministro das Cidades (com amplo orçamento para obras difusas nos quatro pontos cardeais) é Aguinaldo Ribeiro, até aqui líder do PP na Câmara dos Deputados. Aparentemente, reúne as credenciais necessárias para ser ministro: responde a dois processos criminais no Supremo Tribunal Federal, oriundos da Paraíba, seu Estado.

Em qualquer caso, situação ou lugar, lá ou aqui, basta ter juízo para saber para onde vamos!”
Completo comparte do artigo “E a cara do corruptor”, de Moisés Mendes:

“...........................................................................................

Mas onde se esconde o corruptor privado, o que superfatura, que paga aditivos, que convence governos a pagar por obras precárias? Que cara tem essa figura peluda que arquiteta e atualiza a tecnologia da falcatrua de Brasília e nos governos estaduais, fica com a parte do leão, nunca se mostra e nunca devolve o que embolsou?

O senador Pedro Simon tentou ver esses bichos pela frente na CPI das Empreiteiras. Insistiu, desde 1993, nunca conseguiu apoio, e a CPI não saiu, porque a face protegida dos corruptores faz parte de um dos vergonhosos pactos de silêncio em vigor no Brasil."

E finaliza:

"No filme Homens de Bem, de Jorge Furtado, que a Globo exibiu há pouco, Rodrigo Santoro é Giba, um araponga a serviço da Polícia Federal. Giba segue políticos por serem corruptos. Vemos as caras dos políticos, mas ficamos diante de um, apenas um mandalete de corruptor. Nem o cinema consegue mostrar a cara do chefe, de quem exerce o poder de corromper, porque o chefão é cuidadoso.

O resumo previsível de tudo isso é: o consumidor de rua, de maconha ou de crack, é a parte mais frágil e visível do ramo pobre de um grande negócio, em que o grande cheirador que corrompe nunca aparece nem mesmo para Caco Barcellos.

É assim também com o chinelão que enfia dinheiro nos bolsos, em flagrantes que se repetem no YouTube. Ele é apenas a caricatura, a figura simplória que nos diverte e nos confunde, porque o grande corruptor não tem rosto. E daí? E daí que eu quis apenas estragar o seu fim de semana, porque nada vai mudar. Os pactos de silêncio estão aí para serem respeitados."

Reproduzi esses finais de artigos escritos por pessoas importantes para reforçar o que penso sobre o “ser político”. Para mim, homens (e mulheres) cultos, bem intencionados, honestos e que ajudariam a desenvolver a Nação jamais serão aceitos nesse balaio de gatunos que sempre foi e continuará sendo o Brasil.

Pobre Brasil  sem leis e com poucos donos, uma perpétua capitania hereditária! Jamais perderá a condição de “deitado eternamente em berço esplêndido”.

O autor do hino pátrio seria um adivinho?

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