Este editorial foi publicado em ZH num domingo. Como combatia a propaganda eleitoral gratuita, repensei esse meu posicionamento após refletir sobre o penúltimo parágrafo. Leiam, por favor, depois me digam o que pensam.
"Tão paradoxal quanto o título deste editorial é o tema por ele abordado: o horário político obrigatório ou gratuito, de acordo com a denominação do próprio Tribunal Regional Eleitoral. Em primeiro lugar, não é gratuito, a não ser para candidatos, partidos e coligações que nada pagam pelo acesso aos meios de comunicação.
A sociedade paga. As empresas de mídia recebem compensação fiscal pelos espaços que dispensam à propaganda eleitoral. A polêmica, porém, é outra: tem sentido impor ao público uma programação geralmente demagógica e de má qualidade, que é rejeitada por parcela expressiva de espectadores e reduz a audiência dos programas de rádio e televisão?
No Brasil, onde o voto também é obrigatório, faz sentido. Pesquisa divulgada pelo instituto Datafolha no mês passado, após consulta a 10.905 eleitores, em 379 municípios do país, mostrou que 65% dos entrevistados utilizam a TV como mídia preferida para obter informações sobre partidos e candidatos. Os jornais aparecem em segundo lugar com 12% da preferência dos eleitores, restando para o rádio e a internet o terceiro lugar, com 7% do público consultado. Apenas 6% dos inquiridos disseram que se preparam para o voto com informações colhidas em conversas com amigos e familiares.
Então, é inquestionável o valor da mídia eletrônica na orientação do eleitorado. Ainda assim, não deixa de ser uma imposição incômoda para a maioria da população. Pesquisa encomendada ao Ibope pela Associação Brasileira de Agências de Propaganda mostra que o brasileiro não simpatiza com a propaganda eleitoral compulsória: 76% dos consultados informaram que “não gostam nada” ou “não gostam muito” do horário político. Apenas 11% assinalaram “gostar” ou “gostar muito” da propaganda partidária.
Além de impositivo, o horário eleitoral também gera outras deformações, como a formação de alianças partidárias espúrias com o único propósito de ampliar o tempo de exposição de candidatos e siglas, com total prejuízo para os conteúdos programáticos e para a coerência ideológica.
Também o tempo exíguo dispensado aos candidatos às eleições proporcionais mal permite que digam o nome, o número e, em certos casos, alguma gracinha, que só serve para ridicularizar o debate eleitoral.
Ainda assim, existe, pelo menos, um fator insuperável a justificar a manutenção desta programação nas emissoras brasileiras: o direito de todos os candidatos ao acesso à mídia.
Se a propaganda fosse paga, ou dependesse apenas do interesse jornalístico, o poder econômico poderia prevalecer e os candidatos menos conhecidos talvez não tivessem oportunidade de se apresentar ao público. Agora, mesmo com todas as deformações, o horário eleitoral possibilita este contato entre o eleitor e os pretendentes a mandatos eletivos.
Trata-se, portanto, de um incômodo, mas ainda necessário."
Bom dia mana querida!
ResponderExcluirEta assunto bom para publicar nas páginas do Agora ainda mais com o site reformulado! Visite-o www.jornalagora.com.br
Este ano optei por não transferir meu título, vou apenas justificar minha ausência.
Estou aguardando os teus textos:
para assuntos em geral editoria@jornalagora.com.br, adejane@jornalagora.com.br
para assuntos referente às questões da mulher, viagem e turismo é rosaneleiria@gmail.com é só se identificar como minha irmã e dependendo do assunto ela publica.
Não tenho dúvidas que será uma excelente colaboradora.
Adejane M Gudolle
Oi, Djeine querida:
ResponderExcluirSe servirem textos que já publiquei neste blog, poderei enviar um dos bons, visto que o meu tempo para compor anda bem miudinho. Continuo no "se vira nos 30". Quando alguém me diz que não tem tempo para nada , penso: Para nada? Essa não faz nada!" Acho tempo para tudo, por isso, " vou reservar um espacito para bom escrito. Tu mereces!Ainda mais que tenho "QI". Não! Não é o que estás pensando. Ainda não cheguei ao "taiche" É Quem Indica mesmo: tu!
Um beijão muuuuuuuito carinhoso.