segunda-feira, 26 de abril de 2010

Dirigir com economia


A maioria das pessoas que conheço, quando aprendeu a dirigir, incorporou determinados vícios que, além de gerar sérios riscos na condução de seu automóvel, ainda faz gastos desnecessários. Também eu, ousada que sempre fui, aprendi a dirigir aos doze anos com o meu irmão-professor de apenas seis. Não se assustem!

Fizemos nossos "ensaios " nas estradas ao redor dos campos de nosso pai. Voávamos livres e sentindo-nos os donos do mundo num elegante e bom Chevrolet. Como duas crianças que éramos, aprendemos a dirigir empiricamente, incorporando às nossas lições todos os erros observados e cometidos pelos adultos.

Dentre os "defeitos de origem" mais evidentes posso destacar:

MÃO NA ALAVANCA

Dirigir com a mão pesando sobre a alavanca de marcha força o trambulador (peça fundamental na ligação entre o câmbio e as engrenagens da transmissão) e seus terminais, que podem desgastar-se excessivamente.

ENCHENTE

Passar por trechos alagados pode ser bastante oneroso para o proprietário do carro, caso o motor aspire água em vez de ar, provocando o calço hidráulico: como o pistão recebe água que não se comprime, pode travar o motor e entortar as bielas, danificando-as seriamente. Evite passar por locais alagados quando a água ultrapassar a metade das rodas.

QUEBRA-MOLAS

Outro mau hábito é o de passar em lombada transversalmente (uma roda de cada vez). Essa prática pode danificar as buchas de suspensão, amortecedores e rolamentos. Além disso, provoca maior torção da carroceria, o que pode empenar o monobloco.

SUSPENSÃO

Ao ver um buraco na estrada, certos motoristas têm a péssima mania de frear bruscamente. Com a roda travada, o impacto é muito maior, o que sobrecarrega a suspensão e o próprio sistema de freios. A roda venceria esse obstáculo muito mais facilmente se estivesse em movimento.

DIREÇÃO HIDRÁULICA

Não se deve girar o volante com a direção hidráulica com o motor desligado. Isso pode forçar a tampa do reservatório, causando derramamento de fluido ou, até mesmo, deslocar a tampa. Mesmo com o motor funcionando, não se deve deixar o volante completamente virado por mais de 15 segundos. Nessa condição, o óleo é bastante aquecido pela bomba de direção hidráulica, o que pode causar danos no sistema e ruídos.

ESTACIONAR

Apoiar o pneu no passeio faz com que ele sofra a pressão do peso do veículo. Isso pode gerar a deformação na estrutura, alterar a capacidade de resistência e uniformidade do pneu, além de afetar as condições de balanceamento do conjunto rodas (aro) /pneu.

BRAÇO NA JANELA

Além do perigo de não conseguir fazer uma manobra de emergência, pode custar multa e perda de quatro pontos no pontuário.

EMBREAGEM

Dirigir com o pé apoiado sobre o pedal da embreagem é um vício muito comum e difícil de ser superado, afinal muitos aprendem na escola da vida e até na autoescola esse tipo de comportamento. As alavancas da embreagem são responsáveis por multiplicar de oito para 400 kg o peso aplicado sobre pedal e separar o disco de embreagem do platô. O pé constantemente apoiado sobre o pedal acelera o desgaste de disco, molas e rolamentos em até 40%.

CALIBRAGEM DOS PNEUS

Não calibrar toda semana os pneus causa desgaste irregular, aumenta o gasto de combustível e o desempenho é prejudicado.

FREAR EM PONTO MORTO

Frear com a embreagem acionada ou em ponto morto desgasta as pinças e as lonas de freio, aquece excessivamente o fluido, aumentando o espaço de frenagem.

ACELERAR

Acelerar antes de desligar o motor prejudica-o.


SEGUNDA MARCHA

Fazendo o carro se movimentar na saída, usando a segunda marcha, acaba desgastando muito o platô da embreagem.

AFOGADOR LIGADO

Esquecer o afogador ligado desgasta muito mais o escapamento além do aumento do consumo de combustível.

TANQUE NA RESERVA

Andar com o tanque na reserva gera o entupimento dos bicos injetores ou o funcionamento irregular do carburador.


Amigos visitantes, se sabedores desses vícios e assim mesmo continuarem a exercitá-los, realmente não amam o seu carrinho e nem o seu bolso.

Como sou apaixonada por automóveis (e já variei, sempre tendo como prioridade a melhor marca, ou seja, a marca 0km), trato o meu veículo como se fosse um filho postiço. Mantenho-o (ou melhor, o meu marido) sempre impecavelmente limpo e ajustadíssimo! Afinal, ele serve como as minhas (e as dele) mais velozes pernas. E que pernas!

Fontes: Rafael Badra e UOL

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