quinta-feira, 8 de abril de 2010

Ditos populares


Histórias que ouvi contar, que li em algum lugar e que repasso para vocês, após o texto ser adaptado por mim.

Amigos ou amigas:


Vou lhes contar o que me ensinaram. Quando ainda era uma menininha, expliacaram-me a origem do termo pé de moleque, que antes era com hífen, depois dessa famigerada reformícula ortográfica virou um "samba de crioulo doido"! O pior que ficou grafado assim mesmo, o que oficializou o erro. Se a gente olhar para o doce vai ver que não se parece em nada com um pé de criança, não é?

A verdade é que as doceiras de antigamente faziam os doces de calda e amendoim e colocavam na janela para secar e endurecer. Os moleques da rua passavam e roubavam os doces e elas então diziam: "-Pede moleque!" Se eles pedissem elas davam e, feito isso, não precisariam roubar.


A outra quem me fez ler na Seleção Reader's (nem lembro se é assim que se escreve. Preciso consultar a Marli, o meu Anjo número 1) foi meu pai. Há uma passagem bíblica que diz : "É mais fácil um camelo passar por um buraco de agulha do que um rico entrar no céu".

A dedução mais óbvia é da impossibilidade física de um camelo passar pelo buraco da agulha. Na verdade, o termo "agulha" refere-se ao modo como eram chamadas as passagens muito estreitas, verdadeiras fendas, nas montanhas, por onde os viajantes árabes tinham que passar. Para conseguir atravessá-las, eles deveriam tirar de cima dos camelos todos os alforjes e baús com as mercadorias. Simbolicamente, os ricos não podiam levar seus bens para o céu, ou seja, deveriam desfazer-se deles, o que é bem difícil.Não se desfazendo dos ouros, melhor ir para o inferno...


E a gente pensa que repete corretamente os 'ditos populares'...

Vou "roubar" algumas dicas do Prof. Pasquale para testar a capacidade intelectiva em cultura inútil de vocês:

No popular se diz: 'Esse menino não para quieto, parece que tem bicho
carpinteiro'.
Essa foi uma das indeléveis dúvidas que arrastei na infância...Que bicho seria que, além de ser bicho ainda era
carpinteiro? Um bicho pode ser carpinteiro, artesão, ter o domínio de ferramentas, saber serrar madeira etecétera e tal?

A expressão original era: 'Esse menino não para quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro'. Bah! essa eu aprendi recentemente.

Já a conhecidíssima "Batatinha quando nasce, se esparrama pelo chão" nasceu assim: "Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão."

Se a batata é uma raiz, ou seja, nasce enterrada, como ela se
esparrama pelo chão se ela está embaixo dele?" Os meus neurônios infantilizados (eu era criança!) não conseguiam digerir essa máxima, mas, vox populi vox Dei, vá lá!
Tudo bem, eu era uma
malinha! Acreditava em quase tudo o que me diziam na hora. Depois é que botava "minhoca na cabeça"! Essa também achava dura de engolir!

"Cor de burro quando foge." Epa! Era muita fofoca para os meus neurônios escandalizados.

O correto é: 'Corro de burro quando foge!' Esse foi o pior de todos!
Burro muda de cor quando foge? Qual cor ele fica? Porque ele muda
de cor? Eu jamais parara para pensar, portanto passei um tempão de minha infância procurando ver um burro fugindo e nada!

Outra expressão que mudou de cor, Ops! formato e que no popular todo mundo acredita que está falando conforme a origem: 'Quem tem boca vai a Roma.'
Bom, esse eu entendia, de um modo errado, mas entendia! Pensava que
quem sabia se comunicar ia a qualquer lugar!

O correto é:
'Quem tem boca vaia Roma.' (isso mesmo, do verbo vaiar).

Outro que todo mundo diz errado, 'Cuspido e escarrado' - quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa. Esse... No fundo, fazendo uma comparação com algumas pessoas ou conhecidos políticos, vira uma verdade "verdadeira"!

O correto é: 'Esculpido em Carrara.' (Carrara é um tipo de mármore)

Mais um famoso.... 'Quem não tem cão, caça com gato.'
Entendia
também, errado, mas entendia! Se não tem o cão para ajudar na caça o gato ajuda! Tudo bem que o gato só faz o que quer, quando quer e se quer, mas vai que o bicho tá de bom humor!

O correto é:'Quem não tem cão, caça como gato.... ou seja, sozinho!'

Isso tudo se explica porque, por serem ditos populares e, de tanto ouvidos e repetidos, foram se desvirtuando. É o nosso velho e conhecido "Quem conta um conto aumenta um ponto".

O meu filho do meio de tanto ouvir a babá dele me chamar de Dona Arlete, quando aprendeu a falar, ao se dirigir a mim, chamava-me de Dordolete!
Só começou a usar o termo mãe um tempão depois e já era taludinho. Deveria ter uns três aninhos, portanto...

Já a minha irmã mais velha (mais velha umas pinoias, apenas um ano e dois meses nos separam), quando bebezinho ouvia alguém lhe chamar a atenção ao pegar algo que era meu: "-Não! É de Arlete!"

Ao falar, a danadinha passou a me chamar de
Dileta, faz isso até hoje e eu detesto. Acho que era para se vingar por eu ter usurpado o lugar dela...



Nenhum comentário:

Postar um comentário