quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Banco de praça

Banco de Praça

 Há que se ter a firmeza de um banco de praça
de um jardim fechado
Vivendo igual o frio e o sol
a chuva e a luz
a lua e o porvir
Sem que uma fímbria sequer
da sua alma de banco tremule
ou exale suspiro.



                  Há que se ter a certeza de um banco de praça
de um jardim fechado
Sobre a extensão dos dias
o passar das noites
o trinar dos pássaros,
o ladrar dos cães
o vagar vazio dos insones.



                 E suportar a dor lenta da decomposição
do seu corpo de ferro
o peso invariável de sua estrutura metal
 e dos vazios - tantos - que nela se apóiam.

E aceitar o limo
E permear as horas
E encontrar no chão
flores de se ver.



E como ele saber a hora exata de se levantar
erguendo as patas em pré-tropel
correndo alegre para encontrar a aurora
no espanto dos homens
no domínio das horas
nas nuvens alvuras pinçadas de rosa

E no céu da pós-manhã
encontrar enfim o caminho de volta
e abraçar terno o solo de sempre
fincar os braços na terra humorosa
acalentar as folhas caídas.
Recebendo como filhas as sementes perdidas
que a primavera deixou.

Alguém sabe o autor deste belo poema?

4 comentários:

  1. Mana querida!
    Que vontade me deu de ficar horas a fio sentada num banco da praça, só lembrando de tudo de bom que se passou e sonhando com que estará por vir!
    Lindo poema e as imagens me fizeram viajar...
    Um lindo dia para ti,
    Mil beijos
    Adejane M Gudolle
    Aqui no Rio Grande existem muitos banco de praça tanto à beira mar, na lagoa ou na cidade... pena não poder ir até lá.

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  2. Bom dia, irmãzinha:
    Por gostar de bancos de praça é que publiquei essa postagem. O meu sonho de consumo é mandar fazer um igual aos que há na Rua dos Poetas aqui em Santiago. Um primor!
    Só que o preço é salgado também. Imagino colocá-lo num nicho rodeado por flores e folhagens. Espaço eu tenho, "só me falta me glamour" (=dindim para jogar fora!)Continuo mão fechada!
    Só gasto no estritamente necessário. Ah! tudo o que envolve decoração, mudança de cor, tecido e transformação de móveis e ambientes, tenho feito essas mudanças quase que anualmente. E adoro o efeito que modificações causam na vida da gente. É como se eu voltasse a casar todos os anos, baseada no "quem casa, quer casa". E sou imensamente feliz!
    Mil beijos

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  3. Ai como eu queria estar agora sentada no banco da 4ª foto...eu, minha Duxe, Cesinha e o Ludo correndo em volta...pena que aqui em São Leo não tem nada nem parecido com isso!!
    Que sonho!!!

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  4. Daniella!
    As florezinhas vermelhas não te lembraram nada? Aquelas que adornam o jardim onde está o banco da 4ª foto?

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