Palavras ao Vento é fruto de uma necessidade interior de corrigir deslizes orais ou escritos, presenciados no cotidiano; mostrar a urgência de se fazer da educação prioridade nacional; discorrer sobre trivialidades, mostrando o porquê disso ou daquilo e destacar a força que a palavra tem naqueles que captam o sentido das entrelinhas.
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Irrite o chato
Esta crônica do Paulo Sant'Ana foi publicada em 6 de setembro de 2010. Talvez uma das últimas a ser públicadas no Blog do Sant'Ana. Uma pena!
Vou publicá-la aqui, porque, há poucos dias, encontrei uma pessoa a quem posso denominar de chata. Mais, chatérrima. Daquelas que, descaradamente, se finge não vê-la para se furtar de sua apurrinhação e a danada também finge que não vê que se está fugindo dela. Pois a criatura cercou-me por todos os lados e foi aquele desastre. Torrou-me a paciência por mais de uma hora. Senti-me como se sentirá um boi de canga sendo fustigado pelo boiadeiro... Ou um pobre peixe, lutando desesperado, querendo fugir do mortífero anzol.
Mas vamos ao texto:
"Se você quiser irritar um chato, finja que não o está escutando. O chato passa, então, para o terreno em que ele é mestre, o da repetição.
Continue fingindo que não está ouvindo o que o chato diz, o chato entra, então, em exasperação.
Se você for tenaz e se mantiver firme no fingimento, o chato se entrega e vai embora.
Há chato que diz: “Impressionante! É o terceiro surdo que encontro hoje. É muito azar. Mas vamos em busca do próximo”.
Encontro célebre entre mim e um chato, anteontem:
CHATO – Tu poderias me conceder 30 minutos do teu tempo, Sant’Ana?
EU – 30 minutos?
CHATO – É que eu tenho muitos assuntos para tratar contigo.
EU – O problema é a diversificação.
CHATO – Eu poderia abordar um só assunto, mas com profundidade.
EU – Não dá para reduzir a explanação do teu assunto para 15 minutos?
CHATO – Só se eu fizer um resumozinho.
O chato acabou me ocupando por 15 minutos, contados no relógio. Quando terminou o tempo, ele não tinha nem chegado ao âmago. Eu o interrompi e disse que não havia remédio, tinha de ir embora, estavam esgotados os 15 minutos.
E o chato desolado: “Mas não tem prorrogação?”
Esse Sant'Ana! Na mosca! Inclusive, postei esse nojento insetinho lá em cima, para fazer uma analogia entre ele e os chatos.
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