quinta-feira, 2 de abril de 2009

Um filme para refletir sobre o horror das guerras

Viagem alucinante ao universo paranóico da guerra, inesquecível mergulho nos infernos do mais indizível horror, Apocalipse Now é, à semelhança do seu criador, uma obra de intenso impacto visual, de enorme genialidade e de revelação sem limites.

Focando a intervenção americana no Vietnã, tornou-se, com o passar do tempo, uma das mais ousadas e inteligentes visões sobre a(s) guerra(s), em que o conflito específico do Vietnã serve de pretexto para uma alegoria universal sobre a interrogação inicial da violência e sobre a loucura homicida do homem.

Se o filme, na sua visão global, atinge o nível de epopéia bélica, também a história da sua rodagem apresenta momentos épicos: foram 14 meses de isolamento nas Filipinas; houve tufões e chuvas torrenciais, além de inundações e destruição de cenários por várias vezes, toda a equipe sofreu uma epidemia de disenteria e Martin Sheen, o protagonista, sofreu um ataque de coração.

Coppola perdeu cerca de 30 quilos e Marlon Brando, pelo contrário, estava tão obeso que era necessário filmá-lo de longe, na sombra, ou em breves planos do rosto.

"Estávamos na selva, tínhamos demasiado dinheiro (32 milhões de dólares), demasiados equipamentos, e enlouquecemos. Eu próprio me tornei uma espécie de General Kurtz" - diria Coppola mais tarde. Aliás, as filmagens parecem ter sido de tal ordem traumatizantes que chegou a indigitar John Millius, o argumentista, ou George Lucas, como hipóteses para terminar o filme caso ele adoecesse.

"Apocalipse Now, repito-o, foi quase o meu apocalipse pessoal. Nele deixei um pouco da minha saúde, muita da minha inspiração. Tive, por momentos, a impressão de estar num impasse"


Durante a sua apresentação no Festival de Cannes, em 1979, Coppola disse que o filme não era sobre a guerra - era a própria guerra.

Para os amantes de um filme bem feito, a chance é ver ou rever Apocalypse Now Redux, mesmo na telinha da TV.

Para motivá-los a assitirem a essa obra-prima, apresento-lhes um resuminho do filme que compilei da revista Veja:

"Durante a Guerra do Vietnã, o Capitão Willard (Martin Sheen) percorre o rio Mekong, em território inimigo, para localizar o Coronel Kurtz (Marlon Brando), que instalou uma república de selvageria no Camboja. O espectador, então, adentra uma obra-prima feita com ambição e com um brilhantismo que simplesmente não existem mais no cinema americano."



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