segunda-feira, 27 de abril de 2009

Millôr bem humorado


Sou fã incondicional de Millôr Fernandes tanto por seu humor cáustico, que atinge as vísceras do leitor inteligente, como por sua irreverência em, intencionalmente, "ferir" suscetibilidades.

Não deu outra! Como muitas pessoas não têm acesso à Veja, com as devidas desculpas para os que já a leram, saiu, nessa revista, um artigo sensacional, escrito por ele, por isso vou reproduzir os seus escritos. O ensejo de que se deliciem como eu o fiz, é o grande motivador desta postagem. Portanto,vou copiar, ipsis littera, o que Millôr escreveu.

"O coração tem razões que a razão desconhece." Tudo bem, doutor Pascoal, mas não esqueça que a razão tem emoções de que o coração nem suspeita.

"O inferno são os outros." Sartre dizia isso, com sua habitual falta de autocrítica. Mais racional, completo: "Certo, messiê, mas falta dizer: 'O céu também'."

"Ouço a toda hora pobre e rico, preto e branco, brilhante e medíocre repetindo: `Da morte ninguém escapa!'"
Mentira. Da morte todo mundo escapa. O morto nunca sabe que está morto. Quem tem medo da morte e faz essas frases está bem vivo. Da vida é que ninguém escapa.

"Não confie em ninguém com mais de 30 anos", slogavam os hippies. Mas eu me pergunto: "Por que confiar em dimenor?".

"Arte é coisa mental", pensava Da Vinci, mas como se explica tanto idiota pintando, compondo e tocando?

"Só sei que nada sei." Sempre me parece frase dita por um corno manso. (E eu completo: ou pelo LULA!)

"Penso, logo existo." É frase de moribundo.

"À noite todos os gatos são pardos." Depois do sucesso dessa negada aí da timbalada, as meninas tão dando pra turma, adoidadas. E murmuram: "À noite todos os pardos são gatos"."

P.S.: Já imaginaram se os "agentes" da lei resolvem mandar o Millôr mudar certas palavras do contexto acima? Olhem como ficaria: "Depois do sucesso desses afro-descendentistas, as meninas tão dando pra turma, adoidadas."

M.F. não é genial mesmo?

Para os que não gostaram, dou uma "palhinha", revisando um "probleminha com os verbos LEMBRAR, ESQUECER e derivados.

Releiam a segunda oração do primeiro período deste artigo: "...mas não esqueçam que a razão tem emoções..."

Essa oração poderia ter sido escrita assim: "...mas não SE esqueçam DE que a razão tem emoções..."

Perceberam que houve o acréscimo de um SE e de um DE? E eu lhes dou MACETES, as famosas muletinhas da memória:

ESQUECER e LEMBRAR SEM PRONOMES (me, te, se, nos vos, lhe e lhes), SEM PREPOSIÇÃO( de, deste, desta, desse, dessa, daquele,...).

ESQUECER e LEMBRAR COM PRONOMES, COM PREPOSIÇÃO.

Exemplifico melhor:

Não esqueçam essas regras!

Não SE esqueçam Dessas regras!

Valeu?

Nenhum comentário:

Postar um comentário