domingo, 24 de julho de 2011

Um dia de 40 horas




Cheguei à sábia ou à escravagista conclusão de que o meu dia deveria ter 40 horas. Não, tu não leste mal, meu querido leitor ou leitora. 24 horas têm se mostrado ínfimas para que eu possa realizar tudo o que planejo fazer. Quando era viva, a Cristiane, a mãe de meu neto Andrei, chamava-me, carinhosamente, de Bombril. Segundo ela, eu era de “mil e uma utilidades” e, ainda, por cima, brilhava.

O que ela queria dizer: fazia muitas coisas ao mesmo tempo e tão bem feitas, que o sucesso estava sempre garantido. Se as 40 horas se apresentassem à minha jornada diária, faria jus a esse estereótipo Se for feito um paralelo entre a labuta de muitas pessoas e a minha, creio que Bombril, com seu slogan encantador, seria uma boa tarja dourada para mim.

Às vezes, penso ser movida a vapor ou à propulsão eletromagnética, quando, ao fim de um dia (de 24 horas) concluo as quase mil e uma atividades a que me propus realizar. Então vejamos, como diz o meu marido. Começo enumerando o feito, associando-o a uma profissão.

Pela manhã, sou blogueira, escritora, faxineira, lavadeira, passadeira, cozinheira, doceira e jardineira. Pela tarde, professora, corretora de todo tipo de textos, palestrante, conselheira, costureira, bordadeira, patchouorqueira, pintora, decoradora, estofadora.

À noite, quando ministro cursos de Português, no retorno, beirando às 23h30min... Bem, isso não conto porque sou uma mulher muito bem casada, bem resolvida, cabeça muito aberta e, por isso, muito feliz.

Na madrugada, depois que o meu marido dorme, estudo espanhol. Nas horas vagas, leio, mateio, faço as próprias unhas, pinto o cabelo, transito pelo espaço eletrônico, inclusive escrevo textos muito sérios sem deixar de me divertir com escritos bobos como este.

Nessas alturas, deves estar imaginando, caríssimo amigo ou queridíssima amiga, que não fui ou não sou uma boa esposa, mãe, avó e amiga. Meus amores nunca se queixaram, porque sempre que precisaram de mim, nunca deixei de socorrê-los tanto nas questões físicas, financeiras, amorosas quanto nos estudos. Reafirmo! Teria tantas outras coisas a realizar se o meu dia tivesse 40 horas...

É, justamente, por saber aproveitar a passagem das horas que me arrepio quando alguém diz que “não tem tempo para nada”. Nessas oportunidades, se conheço a figura, não deixo de pensar: realmente, o nada não precisa de tempo. O nada é nulo, um zero à esquerda.


E tu, que estás me lendo, o que achas? Sou ou não sou uma mulher de “mil e uma utilidades”?

Porque chegaste ao fim deste texto, ofereço-te as flores lá de cima.

3 comentários:

  1. Arlete,sinceramente fiquei preocupado com toda esta energia e atividades,realmente o apelido de "bom bril"é verdadeiro.Mas,sou obrigado a fazer uma unica pergunta,e o marido,faz o que? Seu turno inicia após as 23 hs? Mas aí não é trabalho é diverção. Desculpe pela brincadeira.

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  2. Boa tarde, amigo querido!
    Não te respondi antes, porque estava visitando os meus filhos. Fui para os 2 aninhos da Marianna. Atrasado, um feliz dia do AMIGO. Também eu me sinto muito feliz por poder incluir-te na lista de meus seletos amigos e por me permitires envolver-te em minha vida.
    Um abraço muito afetuoso.

    Arlete

    Psiu! O "anônimo? Culpa do Blogger!

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  3. Ah!Não sabes que Bombril tem mil e uma utilidades? E também sabe se divertir? Meu marido não se queixa! Descobri que para se manter um casamento "no brilho", o bom mesmo é viver em casas separadas ou só manter o convívio com extrema qualidade. Assim, mais parecemos dois namorados! Só que às avessas!
    Viver é fazer tudo para ser feliz!Eis um de meus lemas!
    Arlete

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