terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Receita para 2011



Sem inspiração para escrever um belo texto, encontrei o "Receita para 2011”, de Liberato Vieira da Cunha, que reproduz um pouco do que gostaria de ter escrito:

“Nestes primeiros dias de 2011, eu queria ter 10 anos menos (e eu 35).

Nestes dias inaugurais do Ano Novo, eu desejaria não ter dito palavras, não ter tomado atitudes das quais me arrependeria.

Neste período inicial de uma nova era de minha vida, eu gostaria de ter feito gestos de que me esqueci.

Almejaria ter usado mais vezes o verbo almejar, para desejar paz, saúde, felicidade a todos os que me eram próximos.

Queria não ter calado a palavra quase dita, a frase quase formulada, a declaração quase enunciada.

Nestes primeiros dias de 2011, eu gostaria de ter a idade da inocência.

Eu pretenderia não haver ouvido ainda todas as músicas que me comoveram.

Eu ambicionaria não ter lido ainda toas as obras-primas que me emocionaram.

Eu aspiraria a não ter visto ainda todas as grandes telas da pintura que mexeram com meu coração e minha alma.

Eu pretenderia ser tão puro de mente que todo o saber me fosse desconhecido.

Me apeteceria desconhecer toda a ciência, para que eu próprio a descobrisse.

Ansiaria por desvendar todos esses pequenos, grandes segredos da alma humana, só para esquecê-los depois.

Ambicionaria voltar a cada trecho dos livros que me tocaram, só pelo gosto de reiventá-los.

Anelaria tornar a cada grande museu que visitei, ao menos para reencontrar a Mona Lisa, a Vitória de Samotrácia e a Vênus de Milo.

E , em tudo isso, buscaria, em cada sentimento e anelo e desejo, o melhor de mim mesmo, aquele que procura norte e rumo na beleza”.

A esse final acrescento:
Adoraria vagar por mares desconhecidos como um barco à deriva, cujos caminhos da vida se abririam para mim sem que precisasse fazer nenhum esforço.


Mais este poema recebido da Isabelly Silva:

"Não se acostume com o que não o faz feliz,
 revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças,
mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-as.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!"

(Fernando Pessoa
)

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