Adoro pessoas de atitudes, que têm coragem de se despir psicologicamente. Não gosto das que agridem gratuitamente, que falam a verdade "doa a quem doer". No entanto, uma personalidade que sempre me fascinou é o Tatata Pimentel, não o debochado, mas o culto, o fascinado pela Espanha, o apaixonado pela literatura francesa, o profundo conhecedor de óperas, o cidadão erudito.
Em entrevista dada a Fernanda Zaffari, no caderno Donna deste domingo, o que me chamou a atenção foi a resposta em que afirmou não ter amigos. Essa resposta revelou o mais autêntico dos sinceros: "Não tenho amigos. É difícil de explicar. Meus amigos são psicologicamente, culturalmente e economicamente muito abaixo de mim. Eles foram atraídos por onde circulo, pelos jantares que ofereço, e, aí, começou junto com a amizade a inveja. Tenho um amigo meu, que é a única pessoa com quem dialogo por telefone, que vem eventualmente aqui e só pede emprestado DVD de ópera para copiar e ver em casa.” E continua: “Eu comento no Café TVCOM, não confundam amigo, conhecido, namorado, programa, chefe com amizade. Isso são várias categorias.”
E termina: “Eu sou muito solitário e muito sozinho. É uma faca de dois gumes. Há momentos em que quero conversar, falar e não tenho com quem sair. Então transformei isso em neurose. Fico em casa, que é onde tenho tudo o que quero e preciso. Eu pensava muito em futuro, mas, na minha idade, só pensa daqui a 20 anos um débil mental. Não penso em futuro, só penso no dia de amanhã.”
Por que me detive na entrevista de Tatata Pimentel? Porque, em alguns aspectos, identifiquei-me com a visão deles sobre amigos. Será que os tenho? Amigos verdadeiros, aqueles que chegam de surpresa, por simples saudades e sem nenhum motivo? Aqueles que choram nos momentos negros e sorriem com a gente nos dias ensolarados e de pura felicidade? Aqueles que convidam para ir a sua casa? Que retribuem as gentilezas recebidas?
A resposta é Não! Um redundante Não! Não por arrogância, mas por me dedicar, com enorme empenho ao trabalho, afastei muitas pessoas amigas. Porque sempre fui avessa a fazer visitas, embora adore recebê-las, deixei de conviver com que gostava e admirava. Hoje, quando quero conversar com alguém com mais tempo e intimidade, convido a pessoa a quem estimo para vir à minha casa.
Nessas ocasiões, enfeito cada aposento como se fosse realizar uma grande festa. E, para que as pessoas convidadas, parentes ou não, percebam a importância que dou a suas visitas, encomendo saborosas iguarias, coloco belas flores nos vasos e as recebo com honras e pompas. Em contrapartida, jamais recebi convite para retribuir a visita. Será que o excesso de zelo e a formalidade com que recebo essas pessoas inibe-as ou não são minhas amigas, são meras conhecidas?
O mais trágico disso tudo foi que, por duas vezes, DUAS, passei dois dias preparando-me para receber amigas (uma de cada vez) e não apareceram. (Depois, comunicaram-me que se esqueceram do convite). Para compensar, vesti a minha roupa mais bonita, maquiei-me com esmero, fiz um belo penteado, calcei o mais alto dos sapatos, fiz tocar belíssimas músicas, abri um champanhe reservado para o Natal e fiz, comigo mesma, uma espetacular festa de reencontro.
Eu jamais perderia os aprontes. E acreditem, não me senti infeliz por isso. Perderam elas. Os presentinhos que comprei para selar a visita, guardei-os para, quem sabe, oferecer-lhes ao vivo e a cores porque sou teimosa e não me rendo às evidências.
Apesar de tudo isso, em 2011, vou receber mais, telefonar para os distantes, mandar recadinhos por este blog, mostrar que gosto das pessoas e que ADORARIA conviver mais com elas. Solidão? Deixo para o Tatata que deve se sentir como o "barqueiro"da imagem lá de cima.
Além do mais, todo o mundo sabe que o cultivo das amizades exige o mesmo cuidado ao dedicado às flores. Se não forem regadas na época certa, com muito cuidado e frequência, fenecem e morrer, portanto...
Ah! Vale a pena ler a entrevista de Tatata Pimentel, essa personalidade tão diferenciada! (Caderno Donna, encartado em Zero Hora, de domingo, 16 de janeiro de2011).
Em entrevista dada a Fernanda Zaffari, no caderno Donna deste domingo, o que me chamou a atenção foi a resposta em que afirmou não ter amigos. Essa resposta revelou o mais autêntico dos sinceros: "Não tenho amigos. É difícil de explicar. Meus amigos são psicologicamente, culturalmente e economicamente muito abaixo de mim. Eles foram atraídos por onde circulo, pelos jantares que ofereço, e, aí, começou junto com a amizade a inveja. Tenho um amigo meu, que é a única pessoa com quem dialogo por telefone, que vem eventualmente aqui e só pede emprestado DVD de ópera para copiar e ver em casa.” E continua: “Eu comento no Café TVCOM, não confundam amigo, conhecido, namorado, programa, chefe com amizade. Isso são várias categorias.”
E termina: “Eu sou muito solitário e muito sozinho. É uma faca de dois gumes. Há momentos em que quero conversar, falar e não tenho com quem sair. Então transformei isso em neurose. Fico em casa, que é onde tenho tudo o que quero e preciso. Eu pensava muito em futuro, mas, na minha idade, só pensa daqui a 20 anos um débil mental. Não penso em futuro, só penso no dia de amanhã.”
Por que me detive na entrevista de Tatata Pimentel? Porque, em alguns aspectos, identifiquei-me com a visão deles sobre amigos. Será que os tenho? Amigos verdadeiros, aqueles que chegam de surpresa, por simples saudades e sem nenhum motivo? Aqueles que choram nos momentos negros e sorriem com a gente nos dias ensolarados e de pura felicidade? Aqueles que convidam para ir a sua casa? Que retribuem as gentilezas recebidas?
A resposta é Não! Um redundante Não! Não por arrogância, mas por me dedicar, com enorme empenho ao trabalho, afastei muitas pessoas amigas. Porque sempre fui avessa a fazer visitas, embora adore recebê-las, deixei de conviver com que gostava e admirava. Hoje, quando quero conversar com alguém com mais tempo e intimidade, convido a pessoa a quem estimo para vir à minha casa.
Nessas ocasiões, enfeito cada aposento como se fosse realizar uma grande festa. E, para que as pessoas convidadas, parentes ou não, percebam a importância que dou a suas visitas, encomendo saborosas iguarias, coloco belas flores nos vasos e as recebo com honras e pompas. Em contrapartida, jamais recebi convite para retribuir a visita. Será que o excesso de zelo e a formalidade com que recebo essas pessoas inibe-as ou não são minhas amigas, são meras conhecidas?
O mais trágico disso tudo foi que, por duas vezes, DUAS, passei dois dias preparando-me para receber amigas (uma de cada vez) e não apareceram. (Depois, comunicaram-me que se esqueceram do convite). Para compensar, vesti a minha roupa mais bonita, maquiei-me com esmero, fiz um belo penteado, calcei o mais alto dos sapatos, fiz tocar belíssimas músicas, abri um champanhe reservado para o Natal e fiz, comigo mesma, uma espetacular festa de reencontro.
Eu jamais perderia os aprontes. E acreditem, não me senti infeliz por isso. Perderam elas. Os presentinhos que comprei para selar a visita, guardei-os para, quem sabe, oferecer-lhes ao vivo e a cores porque sou teimosa e não me rendo às evidências.
Apesar de tudo isso, em 2011, vou receber mais, telefonar para os distantes, mandar recadinhos por este blog, mostrar que gosto das pessoas e que ADORARIA conviver mais com elas. Solidão? Deixo para o Tatata que deve se sentir como o "barqueiro"da imagem lá de cima.
Além do mais, todo o mundo sabe que o cultivo das amizades exige o mesmo cuidado ao dedicado às flores. Se não forem regadas na época certa, com muito cuidado e frequência, fenecem e morrer, portanto...
Ah! Vale a pena ler a entrevista de Tatata Pimentel, essa personalidade tão diferenciada! (Caderno Donna, encartado em Zero Hora, de domingo, 16 de janeiro de2011).
Você tem amigos, sim. Pelo menos eu sou um, virtual, mas eu já a considero uma grande amiga. Espero que a recíproca também ocorra.
ResponderExcluirAbçs.
João Lucas
MInha querida bichinha, li esta matéria pelos mesmos motivos que os teus, gosto e não gosto dele...engraçado isso, mas a questão da amizade é interessante tudo o que tu descreveu, pois essa é a Arlete que conheço dedicada ao trabalho e deixando de lado as pessoas...na verdade não as pessoas, mas deixando de lado a ti mesmo. Então quem sabe é a hora do recomeço, pois sempre que sai gosta e não quer voltar, então para que na próxima postagem diga que tem bons amigos, busque-os!!!
ResponderExcluirBeijos!
Que puxão de orelhas, hem? Mas não achaste que estou bem "melhor"? O pior (ou o bom) disso tudo é que estou adorando a "vagabundagem"! Tudo o que é bom acostuma... Ahahahah!
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