sábado, 13 de agosto de 2011

Olha eu em Zero Hora mais uma vez!



Como sempre, quando vejo publicado um texto escrito por mim em Zero Hora, sinto a mesma emoção como se o feito estivesse se realizando pela primeira vez.

Hoje, véspera do Dia dos Pais, saiu mais este.

Com ele, quis homenagear o meu e todos os pais que me honram com suas leituras.

Eis o texto "Pais heróis"

Quando ouvi a canção de Fábio Júnior “Pai”, estava dividida entre o desejo de continuar a ser criança e a vontade de me tornar senhora absoluta de meu destino. Por isso, a revolta se incorporou em mim ao não entender a mensagem contida nos versos paradoxais: ”pai, você foi meu herói, meu bandido”, porque, naquela controversa fase da vida, só via a figura paterna como o herói gigante, o mais bonito e o mais gentil de todos os homens.

Era ele quem afugentava os monstros que rondavam o escuro das noites e apagava os ruídos mais estranhos que ressonavam no imaginário infantil. Enquanto se fragilizava para me contar histórias de um paraíso intocável, repleto de fadas, de personagens esdrúxulos e de cantigas que ora soavam como doce acalanto, ora ecoavam como hinos bélicos para combater estranhos inimigos, conseguia eliminar as negritudes do sono e que pareciam mais profundas longe dele.

Somente percebi a força do seu lado “bandido” ao não aceitar minhas falhas, segundo ele, atos imperdoáveis; para mim, meras atitudes de rebeldia em busca da descoberta do universo dominado pelos adultos. Ou quando parecia não se importar com o razoável desempenho escolar que, na irresponsabilidade de adolescente, não passava de inadaptações da escola ao meu universo particular e à minha inusitada concepção de mundo.

Mais forte ainda emplacou o adorável bandido, quando dele me afastei e senti se agigantar o sofrimento gerado por sua ausência, pelo vazio de conselhos na luta entre o certo e o errado, pelo não ecoar de sua voz para proferir o não vai, fica, espera, continua, tão necessários à etapa vivencial, onde não se sabe equacionar limites.

O tempo foi escorregando, somando sonhos, dividindo-os em realidades e fracassos superáveis e o pai deixou de ser o bandido para se transformar, definitivamente, em herói, conselheiro, amparo nos momentos incertos, concretizador dos sonhos palpáveis, mágico disposto a enfrentar meus inadaptados monstros interiores para fazer aflorar em mim um ser pleno, consciente do viver ético, cuja decência na concretização dos ideais tornou-se um parâmetro a ser, tenazmente, perseguido.

No amadurecer constante, passei a entender por que um homem, para transformar os filhos em pessoas completas, cumpridoras de seus deveres, cidadãos leais com os deveres pátrios, responsáveis pelos próprios atos, correto no desempenho de atividades executadas, precisa ser um misto de herói, que saiba insuflar os sonhos e um “bandido”.



Se os pais refreassem os atos desabonadores dos filhos, dispusessem-se a lhes impor limites, talvez seus descendentes pudessem parafrasear os versos de outra famosa canção: Ah! Se só existissem pais iguais a você, como seria bonito viver. Talvez, não chorassem por filhos viciados, mortos em acidentes automobilísticos ou em assaltos para outros enriquecerem o mundo das drogas...

10 comentários:

  1. Arlete,mais uma vez parabéns,por mais um artigo teu publicado na ZH,e este muito especial,homenageandoa uma pessoa que além de ser teu pai te amou muito,quando fostes para Santa Maria estudar,ele sentiu muito,seu Luiz.Aproveito para mandar um abraço para o espõso e pai admiravel.Bom final de semana.

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  2. Parabéns pelo texto e por conseguir sintetizar o sentimento do que é ter, sentir e ser pai. Espero ser um bom herói para a nossa Marianna. Abc.
    Cesar

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  3. Querida amiga Arlete!

    Parabéns pelo lindo texto e por sua publicação em Zero Hora!

    Também tive a felicidade de ter um pai maravilhoso como deve ter sido o teu. Não está mais conosco fisicamente, mas sua memória é reverenciada todos os dias de nossa vida. Ele vive em nós, para sempre.

    Abraço,

    Nivia

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  4. Bom dia, Amigo querido!

    Que neste diatão especial, teus filhos te demonstrem a importância do papel que ocupas junto a eles.
    Obrigada pelos elogios.
    FELIZ DIA dos PAIS!

    Um, abração. Arlete

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  5. Bom dia, meu genrinho muito amadoFiquei emocionada por teres revelado o que a leitura do meu artigo representou para ti. FELIZ DIA dos PAIS!

    Um beijão.

    Arlete

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  6. Bom dia, Nivia querida!

    Saber que te identificas com os meus sentimentos em relação a nossos pais reveste-se de incentivo para continuar tocando em frente este blog e o que é publicado em ZH.

    Um efusivo abraço.

    Arlete

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  7. cinara velasquez para mim
    mostrar detalhes 17:42 (21 minutos atrás)

    Caríssima Arlete!

    Parabéns pela publicação em ZH, do texto “Pais heróis”. A cada dia nos presenteia com reflexões sábias, cujas mensagens provocam nossa sensibilidade.
    No transcorrer da leitura, por instantes, fui abrindo páginas da história da minha feliz adolescência. Revivi a presença do meu pai, ainda, felizmente entre nós. Pai herói, 80 anos de sabedoria, alegria e candura. Da eloquência juvenil, lembro das suas sentenças, vistas por mim, com suspeição e, em um piscar de olhos, o pai herói se revelava bandido. Ora, uma menina com bandeiras idealistas era atingida, como golpes, pelas palavras de um pai cauteloso: “não deves” ou “não podes”, doíam muito.
    Hoje, com o passar dos anos agradeço as palavras, à época, não bem-vindas. Foi aprendizado para me tornar uma pessoa que se espelhou nas suas atitudes de caráter, de ética e respeito, cujo pai herói, sentenciou como máximas para a vida dos seus filhos (as).
    Que bom, a mim, serviram como lume para guiar-me pelas veredas desconhecidas da longa estrada da vida.

    Obrigada pelo maravilhoso texto.

    Um fraterno abraço.

    Cinara

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  8. Eleonora Pegorini para mim
    mostrar detalhes 20:27 (12 horas atrás)

    "Pai, você foi meu herói, meu bandido"....
    Parabéns, querida. Conseguiste fazer todos que leram o teu
    texto entender o papel verdadeiro do pai.
    Um grande beijo
    Lola

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  9. Oi Arlete!
    Li o artigo que escreveste na Zero Hora. Fiquei muito feliz pois sempre soubeste escrever muito bem.
    Sabes que muitas pessoas comentaram e acharam excelente teu artigo . Um amigo e vizinho meu, gostou tanto que
    mandou para colegas dele que residem em várias partes do país. Parabéns. Foi um sucesso
    Eu, aliás, peguei parte da glória dizendo: Fomos colegas e ela sempre foi ótima. Um grande abraço da Marilene

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  10. Fortunato S. Oliveira para mim
    mostrar detalhes 11:00 (43 minutos atrás)

    Prezada Arlete


    Esse "Em tempo..." é uma tentativa de dizer o que deveria desde o dia 14 quando li teu artigo sobre os pais. Você, seguramente, é a nossa principal articulista. Parabéns e continue...

    Um forte abraço,

    Fortunato

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