Ó tu que vens de longe, ó tu, que vens cansada,
Entra, e, sob este teto encontrarás carinho:
Eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho,
Vives sozinha sempre, e nunca foste amada...
A neve anda a branquear, lividamente, a estrada,
E a minha alcova tem a tepidez de um ninho,
Entra, ao menos até que as curvas do caminho
Se banhem no esplendor nascente da alvorada.
E amanhã, quando a luz do sol dourar, radiosa,
Essa estrada sem fim, deserta, imensa e nua,
Podes partir de novo, ó nômade formosa!
Há de ficar comigo uma saudade tua...
Hás de levar contigo uma saudade minha...
Muita gente pensa que esse soneto de ALCEU WAMOSY foi dedicada à mulher amada.
Não foi! O autor escreveu-o para demonstrar o seu amor... à MORTE!
Nenhum comentário:
Postar um comentário