sábado, 3 de março de 2012

Olhem eu na Zero Hora de hoje.




Cada vez que Zero Hora publica um artigo meu, vibro de alegria. Para muitos, nada significa, mas, para mim, que tenho que "concorrer" com mais de 8.000 artigos que enviam para aquele jornal, a cada semana, ver um escrito meu publicado nesse grande periódico, será sempre motivo de renovadas alegrias.

Eis o artigo:

O recomeço de mais um ano letivo

Ao iniciar mais um ano letivo, todos os envolvidos com educação precisariam analisar os motivos do insucesso do atual sistema e as causas da violência que se abateu sobre a escola. Sabe-se que o ensino tem servido mais como entrave à aprendizagem porque conserva ideias ultrapassadas, transferidas de uma geração para outra como itens desmotivadores, já que os elementos constitutivos do ensinoaprendizagem centralizam-se nos conteúdos, desconsiderando os reais interesses do aluno.

Se os professores repensarem o ato de ensinar, visando ao aprofundamento de metodologias integradas e harmônicas, abandonarão ações imediatistas e paliativas. Através da educação centralizada no aluno, estarão lhe franqueando a descoberta da realidade circundante, transformando-o em ser ativo, questionador, integrado e apto a gerar significativas mudanças em seu agir, contribuindo para que tais mudanças se propaguem a toda a sociedade.

Antes de o governo pensar na profissionalização do aluno, cabe aos professores redefinirem valores educativos para aperfeiçoá-los, descobrindo caminhos novos, adaptando conteúdos a serem ministrados ao tipo de cidadão que querem formar, preparando-o para o melhor desempenho que dele esperam. Em espaço renovado, não deve existir centralizador do saber, mas círculos de cultura, cujos objetivos sejam o aluno e o seu crescimento cultural.

A educação integral e permanente não é novidade. O novo é torná-la comum e acessível a todos, em que a escola deixe de ser lugar privilegiado, restrito à transmissão de conhecimentos que, devido às mutabilidades rápidas demais, não permitem ao educador inteirar-se integralmente deles. Assim, se a escola não tiver como função exclusiva o ato de ministrar conteúdos, sobrará espaço para conceber, informar, exercitar o indivíduo para o conhecimento amplo, responsável por um futuro melhor dele e do espaço onde atua. Para isso, museus, teatros, cinemas, academias de desporto, dentre outros precisam ser bem utilizados para atividades coletivas com vistas a ações em que o professor não seja um mero propagador do saber e use também recursos midiáticos e situações de vida.

Educação permanente e de qualidade exigirá que o professor pesquise, redefina técnicas e métodos pedagógicos adaptáveis a um processo educativo voltado para o desenvolvimento da autonomia, da criatividade, da criticidade, da incorporação de princípios novos, da reestruturação de informes recebidos e acumulados em que o aluno possa ser visto como pessoa inteira, cujo ajustamento e desenvolver sociais sejam tão importantes quanto os conteúdos disciplinares.

Se o professor incorporar significativas mudanças na ação docente, tendo como foco o aluno e o seu crescimento interpessoal, não caberá apenas às escolas técnicas e às empresas oferecerem cursos profissionalizantes?


In Zero Hora, 3 de março de 2012, pág. 17

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