quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Cinquenta tons de cinza e cia.



Que estranho julgamento ético, intelectual e isento move os críticos literários. Se o leitor ou espectador gosta de algum livro, seja de poemas, um romance, ficção científica, ou um livro de contos ou de crônicas, a crítica, mais rápida do que um alazão veloz, ou do que a fúria de um furacão, discrimina-o, acha-o ruim. O que caem de elogios, dificilmente o leitor normal gosta.

Levei meses para concluir a leitura de  "Cem Anos de Solidão". Que Cabriel Garcia Marquez me perdoe! E "O Vermelho e o Negro" de Stendhal, iniciei a leitura quando bem jovenzinha e apenas  concluí a leitura não faz muito tempo. (Que os fãs desses dois geniais escritores me perdoem também!)

Pouca coisa li sobre o que os críticos apregoam acerca dos best-sellers do momento: Cinquenta tons de cinza, Cinquenta tons mais escuros e Cinquenta tons de liberdade. Li o primeiro em dois dias, quase ininterruptos. “Arrepiei” os cabelos com uma única descrição de sexo mais brando. O livro, mesmo que envolvente, enche muitas páginas com toda a conformação dos e-mails. A linguagem sem rebuscamentos, incisiva, direta, vai no “ponto”. Acredito que reside 
 o encarceramento das leitoras (e por que não, dos leitores?) na aparente linguagem simplificada dos capítulos. O sadomasoquismo rola frouxo. Não sei se vou ler os outros... 

O que me seduziu e me manteve presa à leitura foi a curiosidade de saber se uma jovem ingênua, independente, culta e com neurônios bem aprimorados deixar-se-ia envolver por um homem fora dos padrões da normalidade.(Isso foi um bom "gancho" da autora).

Cativa também me mantive até o fim mesmo que curiosa para saber como terminaria o jovem multimilionário lindo, problemático e sedutor. (Por convicção e ética, jamais leio o final de um livro, nem os de Agatha Christie).
O que eu responderia se me pedissem para "criticar' o primeiro volume que li: como livro pornográfico, está cheio de cenas de sexo  (sadomasoquismo e masoquismo puro), diálogos muito pobres e repetitivos Como obra de arte, literatura no literal do termo? Zero. Quanto a tradução? Acredito que tradutor nenhum faz milagres se a obra é muito fraca).
Acredito que o grande sucesso dessa trilogia reside na coragem que uma mulher teve em revelar, através das palavras, os sonhos eróticos que repousam (bem escondidos), no imaginário feminino.

Aos quatorze anos li um livro muito polêmico e que se manteve clandestino até a Feira do Livro de Porto Alegre de 2012. O “ressuscitado das sombras do erotismo” é “Eu e o Governador” de Adelaide Carraro. Li-o com a concordância de meu pai, um dos homens mais cultos que conheci. Depois de mim, ele o leu também. O que me disse: “É de lascar, heim, filha? Mas gostei.” Eu, disse a ele, adorei! Numa época em que ser virgem, casar virgem era obrigação, ler pornografia seria um ato condenável pelos pais. O meu, não! Sabia a filha que criava…

Ah! Adorei o papel da capa e o das páginas dos livros de E L James, porque, segundo a distribuidora desse material, sua cor reflete menos luz e deixa a leitura muito mais confortável. Seduzida por esses detalhes, será o que vou usar no meu livro: O inquietante perfume de cravos.

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