domingo, 12 de agosto de 2012

FELIZ DIA DOS PAIS



O texto que publico hoje serve como uma sincera homenagem a todos os pais que me visitam.

                          
                           Deixem-me homenagear os pais

Não me deixem falar dos sonhos porque temática maior é mais relevante. Não me deixem falar das flores porque chuva violenta, tomada de extremada raiva, varreu os canteiros de praças. Não me deixem falar do vento porque, lá fora, só a brisa, fraquinha, sem traquejo, meio sem jeito, deu uma assopradinha, bem micha, na cara da tarde. Não me deixem falar das vozes porque, surda a lamentos, a inquietude do dia tapou os ouvidos para não ouvir os sons irritantes nascidos na pressa de carros e andantes. Não me deixem falar da fartura porque sol inclemente sugou a força da terra, bebeu as águas dos rios, fugiu para longe e foi se deitar nos doces encantos do arco-íris.

Não me deixem falar das crianças porque foi preciso ocultar as chaves das casas, protegendo-as contra perigos iminentes para lhes garantir as promessas de vida. Não me deixem falar da noite porque as estrelas se esconderam no ponto mais negro do céu e a disfarçaram de fada e bruxinha. Não me deixem falar das maldades porque as guerras, espalhadas por toda a parte, exauriram os combatentes e os generais, banhando os continentes com seu sangue e estratégias. Não me deixem falar da dor porque se acomodou nos leitos dos hospitais, abafou o choro dos desesperados e prometeu a eles um pouco da seiva da vida.

Deixem-me falar do amor paterno e irrestrito, de abraços bem apertados, de conselhos bem sentenciados e de promessas de felicidade. Deixem-me falar da esperança depositada nos pais preocupados com a formação de cidadãos íntegros, criados a partir de seus exemplos. Deixem-me falar dos que se empenham em ser fazer admirar por sua simplicidade e grandeza. É preciso capturar as palavras mais expressivas para homenagear os homens que se transformam em heróis, dependendo de como se empenham no convívio mais harmônico com os filhos. Não poderia eclipsar a homenagem porque a data se faz importante e escrever sobre o melhor deles se faz necessidade.

Falarei de seres especiais que equilibram a extensão do acariciar, de mantenedores e do impor limites a quem gestaram a vida ou, por força da adoção, acolheram-no como seu. Escreverei sobre homens que agem como anjos ao não se envergonharem de ser tão cuidadosos quanto as mães. Falarei de pessoas iluminadas que compartilham tarefas domésticas, dividem com as mulheres a educação dos filhos, fazem adormecer os pequeninos com suaves cantigas, escutam, com cautela e cumplicidade, as confissões dos mais jovens e aconselham os vacilantes na escolha do caminho futuro a ser seguido. Falarei de pais que, por força das circunstâncias, eles próprios assumem encargos domésticos sem se sentirem menos viris pela execução de tarefas delicadas, transformando-se em cuidadores exclusivos de seus filhos. Deixem-me homenageá-los em seu dia tão especial, porque assim o merecem, mesmo que insuficientes sejam as palavras para lhes realçar a grandeza.

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