segunda-feira, 28 de maio de 2012

Uma verdade escondida


Maiakovisk, poeta russo, “suicidado" após a revolução de Lenin… escreveu, ainda no início do século XX :

Na primeira noite, eles se aproximam
e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.

Até que um dia, o mais frágil deles,
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a lua,
e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.
                                   
                                   Depois de Maiakovisk...

Primeiro levaram os negros,
Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida, levaram alguns operários,
Mas não me importei com isso.
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis,
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados,
Mas, como tenho meu emprego,
Também não me importei

Agora estão me levando,
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém,
Ninguém se importa comigo.

Bertold Brecht (1898-1956)



Um dia vieram e levaram meu vizinho
 que era judeu.
Como não sou judeu,
 não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho
que era comunista.
Como não sou comunista,
não me incomodei.

No terceiro dia, vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico,
não me incomodei.

No quarto dia, vieram e me levaram;

já não havia mais ninguém para reclamar...

Martin Niemöller, 1933, (símbolo da resistência aos nazistas)


O que os outros disseram, foi depois de ler Maiakovski.

Incrível é que, após mais de cem anos, ainda nos encontremos tão desamparados, inertes e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que vampirizam o erário, aniquilam as instituições, e deixam aos cidadãos os ossos roídos e o direito ao silêncio : porque a palavra, há muito se tornou inútil…

                                        - até quando?..
Pensem nisso!

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