sábado, 19 de setembro de 2009

As escolhas de uma vida





Recebi este texto de minha filha Daniella. É, exatamente, como encaro a vida...

A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz:
'Nós somos a soma das nossas decisões'.

Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu.

Compartilho do ceticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso.

Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção, estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar 'minha vida'.

Não é tarefa fácil.
No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião.
Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura.

No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances.
Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar e, através do casamento, fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades.
As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços...

Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista?

Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.
Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado.

Por isso é tão importante o auto conhecimento.
Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos.

Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é.
Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre.
Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido.

A estrada é longa e o tempo é curto.
Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.

Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado.

A escolha é sua...

Autor: Pedro Bial

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Este chão tem dono


A primeira vez em que tive um texto publicado em Zero Hora, minha emoção foi tão vívida que senti vontade de cantar, falar para as pessoas, amar o mundo inteiro. A felicidade intensificou-se através das ligações recebidas congratulando-me, não só pelo texto por mim escrito, mas por ter acrescido ao meu nome o de minha cidade e o de meu estado. Percebi que, quando se tem a origem publicada, os conterrâneos sentem-se, da mesma forma, prestigiados. Desde aquele momento, comecei a entender que pessoas sensíveis não precisam de muita coisa para se ufanar de seu chão, mesmo que incontáveis situações conspirem contra o senso pátrio. Palavras significativas e gestos concretos despertam-lhes a força imperiosa e telúrica, que lhes deveria ser contumaz e inerente.

É preciso que algo aconteça, uma data importante para que aflore o orgulho de se ter nascido em um determinado lugar e para se perceber que a Pátria não é só um determinante de nacionalidade. É o solo onde se plantam amores, as pessoas com quem se interage, o singelo prazer em se plantar flores, a magia do labor diário, a saudação entusiasmada a desconhecidos mesmo que tímida a resposta, a sensação do dever cumprido, o elogio desinteressado, o abraço caloroso, as despedidas na certeza do reencontro, o não ter que se pedir perdão, as trivialidades encantadoras da vida. Até a pressa que contagia, a vontade em pular etapas para mais rápido se chegar ao almejado, o arrependimento de não se ter tentado, o peso na consciência em burlar a balança na falta de comedimento alimentar, a saudade dos ausentes, a lágrima incontida, o telefonema adiado a amigos e familiares, os deslizes do cotidiano.

São reminiscências e estranhas realidades que fazem o doce sabor da vida. Se um simples texto publicado em grande jornal causa euforia, imagine-se o rufar de tambores anunciando a passagem de escolares desfilando garbosos em homenagem à Pátria, o som de violas e gaitas gemendo vanerões e rancheiras ou o trote de cavalos anunciando a Semana Farroupilha. Numa dança festiva, vislumbre-se cada cidade, cada estado, todo o país ufanando-se por feitos grandiosos de sua gente, pela eliminação das vilanias, pela percepção do povo educado, saudável, seguro, realizado, usufruindo das benesses geridas pelo progresso, sentindo-se orgulhoso de si e de seu país, não apenas no 7 ou no 20 de Setembro, mas em todos os dias.

O que os cidadãos de bem não querem mais é sentir a sua cidade, o seu estado e o seu país como um fardo difícil de carregar e de não encontrarem motivos para festejar. O que se deseja, inspirando-se na emblemática figura de Sepé Tiaraju, na semana dedicada ao Rio Grande do Sul, é poder bradar, com galhardia, “este chão tem dono!” e desejar que o torrão gaúcho retome a condição singular de “celeiro nacional”, desde que cada gaúcho seja um tropeiro do progresso sulino e um novo bandeirante do Brasil.

Marianna, a minha netinha


Depois de longo tempo ausente, retorno para apresentar aos meus amigos visitantes a Marianna, a minha netinha, que nasceu no dia 24 de julho.

A emoção causada pelo nascimento dela renova-se todas as vezes em que a vejo no MSN (esse maravilhoso estreitador de amizades e bálsamo para amenizar ausências) ou olho alguma foto recebida por e-mail.

Sempre ouvi de minha mãe que neto (neta) "era um adorável filho (filha) cheio de açúcar". Acreditava ser exagero. Hoje tenho a certeza de que é um filho muito bem caramelado.

A Marianna, surgida em horas muito tristes de minha vida, ao nascer, o milagre aconteceu! Superei tudo e ao coração retornou o sorriso . Para ela, minha voz procurará sempre entoar doces canções de ninar.

Em meu mundo e amparada na imagem dela, permanecerei incansável roubando a policromia do arco-íris...

sábado, 22 de agosto de 2009

Homenagem à Marianna

Juntamente com o comercial "Abra a felicidade", uma peça publicitária magnífica, promovendo a CocaCola, outro, o "Bebês patinadores" foi elaborado com tanto cuidado que parece serem, realmente, os bebezinhos que estão patinando.

Faço a postagem de hoje em homenagrm à minha netinha Marianna, que nasceu em 24 de julho. Cresce feliz ao lado de seus dedicados pais: Cesar e Daniella.


quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Vento





Adoro tudo que lembra vento, inspiração para o nome deste blog - Palavras ao Vento, tanto pelo duplo sentido como pela poética que esse nome evoca: escritos para não serem lidos ou para que muita gente os leia. Um paradoxo? Até pode ser, mas que as pessoas estão gostando dele, isso posso garantir.

Os versos abaixo, embora com rima pobre, bem sintetizam a predileção e os efeitos gerados pelo vento.


Há uma luz por de trás do vento
Que aos homens conduz e traz alento
Luz que brilha na escuridão
Luz que aquece um coração
Espalha-se entre feixes e raios
Alheia a fevereiros e maios
Há uma luz por de trás do vento
Há uma voz que desobedece ao tempo
Desconhece tempo e espaço
Transforma caminhada em passo
Revela-se pelo pensamento
Quando faminto, é alimento
Há uma luz por de trás do vento
Imaturidade, fugir não tento
Vem como verdade eterna
É suave, calma, bonita e terna
Mesmo que o mundo busque escuridão
Nos corações ela revela a imensidão
Há uma luz por de trás do vento
Não é necessário ficar atento
Quando fala, a alma se cala
Mesmo invisível, a visão abala
Sonhos se tornam realidade
A mentira morre ante a verdade.


terça-feira, 18 de agosto de 2009

Os mamíferos da Parmalat cresceram....

Adoro comerciais engraçados e, se primam pela criatividade, dou créditos livres a eles.

Observem os que lhes apresento hoje e me digam se não vale a pena revê-los?






segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A pálida luz da manhã de inverno


A pálida luz da manhã de inverno,
O cais e a razão
Não dão mais esperança, nem menos esperança sequer,
Ao meu coração.
O que tem que ser
Será, quer eu queira que seja ou que não.

No rumor do cais, no bulício do rio
Na rua a acordar
Não há mais sossego, nem menos sossego sequer,
Para o meu esperar.
O que tem que não ser
Algures será, se o pensei; tudo mais é sonhar.


Fernando Pessoa

domingo, 16 de agosto de 2009

7 mitos e verdades


Recolhi de Zero Hora as seguintes informações e crendices populares:

1. É preciso tomar oito copos de água diariamente.

Crendice popular. O nutrólogo Carlos Alberto Wertsky afirma que o ser humano tem necessidade média do consumo diário de 3,7 litros para os homens e 2,7 litros para as mulheres, desde que residam em região de clima ameno e realizem atividades leves.
2. Chicletes ficam grudados no estômago por sete anos.

Mito. Esse é um argumento que serve para impedir a excessiva mastigação de chiclete por parte de crianças. Como o organismo tem muita dificuldade em digerir um chiclete, não significa que o mesmo ficará grudado no estômago. Pode custar a sair, mas sai...

3.Comer à noite engorda.

Existem controvérsias. O que os cientistas afirmam é que a alimentação efetuada antes de dormir atrapalha a digestão.O aumento de peso ocorre devido à quantidade de calorias ingeridas ao longo do dia. Isso significa dizer que comer antes de "nanar " não é o vilão do engorde.

4.Chocolate provoca espinha.

Mentira. Segundo a dermatologista Tania Cestari, os estudos dedicados a essa área não apresentaram "relação de causa e efeito entre o consumo de chocolate e acne." O que os chocólatras devem é comer chocolate com moderação.

5. Usamos só 10% do cérebro.

Não é verdade. O cérebro é muito mais usado. Quanto? No dizer do neurologista Nilo Lopes, "o cérebro está em atividade mesmo quando estamos inertes ou dormindo."

6. Chupar bico entorta os dentes.

Verdade. O dentista Joaquim Cerveira afirma que chupar bico ou o dedo é um hábito nocivo, responsável pela deformação da arcada dentária. Aconselha a, se necessário, só usar bicos ortodônticos e fazer a criança ir abandonando-o aos poucos. Existem, no entanto, especialistas que condenam qualquer tipo de chupeta.

7. Nascimento dos dentes provoca febre.

Mito. Não exitem comprovações científicas, embora possa causar febre, o nascimento dos dentes relacionado à febre não deve "ser a primeira suspeita dos pais", segundo o dr. Joaquim Cerveira, presidente do Conselho Regional de Odontologia.

sábado, 15 de agosto de 2009

Pérolas de políticos...


Fiquei tanto tempo "fora do ar" que estou encontrando dificuldades em acertar o tema sobre o qual poderei interessar aos meus amigos blogueiros. Como ando com verdadeira fúria "assassina", ao pensar ou ao verificar a má conduta de políticos, resolvi mostrar as bobagens que essa turma indigesta pronuncia em discursos ou em entrevistas.

Um importante Ministro disse:

"No segundo semestre deste ano, serão gerados mais de 30.000 novos empregos."

Se o cidadão tivesse um bom assessor, formado em Letras, jamais faria essa redundância. Isso porque, se foram GERADOS (criados), os empregos já são novos. Mesmo nessa terra de ninguém, que é o Brasil, poder-se-ia criar "emprego velho"!

Um Secretário saiu-se com esta "maravilha":

"Durante o meu tempo nesta secretaria, vou dar total prioridade à saúde pública!"

Coitado! Ao dar prioridade, só pode agir em sua totalidade!

Essa fere os ouvidos de qualquer eleitor:
"Ao conviver junto com o presidente Lula, aprendi a amar o povo!"

Além de mentiroso, "matou" as aulas de Português.

Vocês já imaginaram alguém "conviver separadamente"


E mais esta:

"Devemos salvar o habitat natural da Amazônia!"

Não só estão entregando a Amazônia a exploradores inescrupulosos como também o autor dessa pérola foi mais um dos que não deu a devida importância ao mestre da língua falada no Brasil.

Será que esse Ministro ignora que HABITAT já é NATURAL?

Voltarei...

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Avós e netos...


Encontrei este interessante artigo no blog Meu bebê. Como estou com pouco tempo para criar um texto próprio, aproveitei este para falar sobre a relação tão bonita que ocorre entre avós e netos.

Uma relação sem limites!

O papel dos avós na relação familiar é, muitas vezes, o de cúmplice e amigo dos netos – o que é muito saudável e benéfico para o desenvolvimento da criança. O problema é quando as opiniões e regras impostas pelos pais divergem completamente do que é falado pelos avós

“Avós só estragam a criança”!! Esse pensamento permeia a mente de muitos pais cujos filhos convivem com os avós. Mas, apesar das aparências, a relação permissiva entre avós e netos não tem nada de prejudicial, pelo contrário, pode e deve ser aproveitada pelas crianças. De acordo com a psicóloga do hospital Beneficência Portuguesa, Silvana Martani, os papéis de pais e avós são muito distintos e se isso ficar muito claro na família, a criança saberá discernir o que pode e o que não pode. “O papel dos avós é o de curtir a criança, de permitir que se coma aquele pedaço de bolo na hora do almoço. O passeio à casa da avó deve ser uma festa para o neto”. O que tem acontecido é que cada vez mais, as avós têm feito o papel de mãe. “Por conta da necessidade de trabalho das mulheres, muitas avós tornaram-se a ‘segunda mãe’ das crianças e aí a relação fica confusa. A avó fica responsável pela a educação, pelos limites e regras, o que gera uma confusão na cabecinha do pequeno”, explica Silvana.

A relação de afeto, cumplicidade e carinho entre avós e netos marca a vida da criança, com lembranças positivas da infância. “A avó é aquela que conta histórias da família, de quando a mãe era criança, de como era a vida em outros tempos. É uma referência importante para o pequeno, que se não for exercida pelos avós, provavelmente será por uma outra pessoa da família ou um amigo muito próximo”, diz a psicóloga. Uma outra função da liberdade permitida pelos avós é aliviar a carga de tensão que existe no processo educacional. “Educar não é uma tarefa fácil, nem para os pais, nem para as crianças.

O pequeno não pode conviver exclusivamente com pai e mãe, onde tudo é proibido e as regras são, na maioria dos casos, as mais rígidas. A presença da avó serve para relaxar pais e filhos”. Quando a relação de vós e netos é regida por essa amizade incondicional, a criança verá essa pessoa como um porto-seguro, uma referência de serenidade, experiência. “A avó amiga não julga as atitudes da criança, e sim dá colo, dá conselho. Já na adolescência, os jovens, muitas vezes, buscam o apoio dos avós em questões delicadas desse período da vida e contam segredos que nem sempre contam para os pais”, lembra Silvana.

Para o psiquiatra infantil, Flavio Gosling, a única ressalva nessa relação é quando as opiniões de pais e avós são muito divergentes, o que pode confundir a criança. “Os pais e avós têm que manter uma comunicação linear com o pequeno. Embora os limites sejam mais elásticos em um caso do que no outro, o que não pode acontecer é a situação de total contradição.
Muitas crianças com dificuldades emocionais, escolares e de aceitação de limites são fruto dessa confusão no ambiente doméstico”, alerta Gosling. Em uma coisa os profissionais concordam. As crianças que têm avós do tipo “Dona Benta” podem e devem aproveitar dessa companhia agradável e de toda a experiência que essa pessoa pode passar para a criança.

“A presença da avó é importante em todos os momentos da vida da criança”, diz a psicóloga.

Vanessa Castelo
Publicação: Março 2006 - Edição: 26