segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O Carnaval da dor

 
 
 
Bom dia, queridos e queridas!

Mal os tamborins começaram a vibrar, o som deles ecoa em nossas lembranças não como alardeador da festa momesca, mas com a terrível constatação de que 238 jovens lindos não dançarão neste Carnaval. O ritual a ser, tristemente, coreografado por pais, irmãos, avós, tios, primos, amigos, todos os gaúchos e muitos dos brasileiros que tiveram parentes ou amigos mortos na... fatídica madrugada de um domingo na boate Kiss, será o do luto e o da dor.

Não há razões para se sambar porque as lágrimas esmaecem a cor da folia. Os passos titubeantes ou apressados dos que choram pelos seres amados seguem para o palco em que ninguém quer bailar: as lápides herméticas de algum cemitério. A dor não devastou a alma e a vontade de festejar apenas daqueles que são próximos dos 238 meninos e meninas, roubados dos seus pelo negror tétrico da fumaça assassina. A dor se acomodou em todos os outros pais, amigos, parentes e pessoas emotivas como eu e vocês, que nos cobrimos de luto também, solidários com a dor deles. Em nossa vida, não haverá carnaval porque é preciso cobrar atitudes, exigir responsabilidades para que sentencie a punição a quem deve ser punido.

Vistamos, pois, o luto da indignação! Botemos o bloco na rua! Portemos os nossos estandartes! Acorrentemos o coração com a esperança de que tragédia similar jamais volte a acontecer! Elevemos as nossas vozes cantando um uníssimo samba da Clemência por Justiça para que outras madrugadas não nos roubem mais a alegria de nossos carnavais!

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