domingo, 15 de abril de 2012

Sobre o meu livro


 Amigos e amigas muito queridos!


Já escrevi, nas horas mortas, naquelas que roubo o tempo do trabalho ou do sono, nas madrugadas, vinte e quatro contos. Segundo a minha adorável amiga Cinara Velasquez, a quem enviei alguns para obter a opinião dela, leitora voraz dos melhores autores, a receptividade foi superior ao que esperava.

Abaixo, postei os dois comentários elaborados por Cinara, após a leitura dos contos:

"Arlete,

Para mim, difícil mesmo é dizer-te, de forma isenta, sem o olhar fraternal, o que ficou em mim, deste maravilhoso conto.

Li, por várias vezes, conto tão bonito, "Narciso e Hannah". Enquanto leitora, percebi a movimentação das relações íntimas de muitas mulheres e homens, pessoas comuns, às vezes com notoriedade social, segundo seus papéis público-profissionais, os quais ocupam na sociedade.

O texto prende à atenção pela maestria como, a cada novo arranjo, apresenta-nos seus protagonistas. Sem dúvida, nossa atenção e imaginação são içadas pelo enredo inteligente que fazes de forma belíssima. Com Hannah, sofri, também, indignei-me, diante da sua complacência, mas não é assim a vida dos comuns? Conseguimos enxergar as tristezas e as cicatrizes alheias, enquanto as nossas passam quietas, emudecidas, recônditas no nosso viver?

O que dizer de Narciso? Por instantes, cheguei a sentir raiva desse tipo sedutor e erudito. O que fica deste belo conto: Somos frágeis diante das nossas emoções. De forma geral, acho maravilhoso, quando o autor/a consegue nos envolver a cada movimento das suas personagens. Fazes isso de forma encantadora. Para mim, o texto, o tempo todo, convidou-me há percorrer os anos junto a Hannah. Senti-me mais envolvida com ela, creio, pelo significado das agruras do feminino e tudo o que abarca a discussão envolvida na vida de tantas mulheres (escolhas, perdas ...). Por certo, tomei as dores da vida de Hannah... Como desejei, dizer a ela: Hannah! Larga tudo isso, segue a tua vida... Conselhos. Ah! Os conselhos, fáceis de proferi-los. Conseguiste, Arlete, através de Hannah, despertar-me emoções fortes e bastante antagônicas.

Para sair de mansinho dessa história incrível, fiquei com a pergunta, a qual nasceu, assim que finalizei a leitura: O que pesa nas relações entre mulheres e homens ao longo das suas vidas: A fidelidade ou a lealdade? Será que poderia Eu emitir julgamento a Narciso ou à Hannah? Mas, o que, sem dúvida, a história deles despertou é a impressão real das nossas fragilidades e, também, da capacidade que temos de ser perversos e cruéis diante do Outro. Não somos tão inocentes. O humano , seja na figura feminina, representado por Hannah, ou pelo masculino, Narciso – são imagens do que podemos constituir, ao longo da vida, próximos àqueles/as, com quem construímos histórias. Seja de amor ou de ódio. Sentimentos estes, muitas vezes, entrelaçados que se apresentam no dia a dia, da vida comum de tantos casais.

Para finalizar, tenhas a certeza, não tive a pretensão de redigir “um parecer crítico”, tarefa a qual seria muito difícil, visto que escreves com erudição e simplicidade, elementos raros na escrita. Características que só encontrei em autores/as, cujos nomes são referências para mim, como por exemplo, Virginia Woolf, no livro Um Teto Todo Seu.

Um conto maravilhoso, no qual presenteia o leitor/com a possibilidade de decidir o futuro dos seus protagonistas (o futuro da vida de Hannah, este guardei vivo na minha memória e imaginação).

Parabéns Arlete! Um conto, cuja escrita contém um toque do belo literário.

Afetuoso abraço.

Cinara

*Sobre o último, "Promessa a ser cumprida", escrito ontem enquanto limpava a casa, a inteligentíssima amiga assim se manifestou:

Querida Arlete!

Obrigada pela linda homenagem. Fiquei muito feliz.

Encanto-me com a tua sensibilidade, tens uma escrita tão bonita... Teces teus contos como a mão que trama os fios, cujos emaranhados transbordam histórias de todas as cores e de todos os sentimentos. Um encanto em cada conto.

Com carinho, permito que uses o meu nome, embora sinta-me pequena diante da tua grandeza.

Um grande abraço.

Cinara”

Preciso comentar?
Ainda vou deixar o meu quarto assim!

sábado, 14 de abril de 2012

Vamos decorar com garrafas?

Olhem que ideias mais interessantes: decoração com garrafas. Adorei!


sexta-feira, 13 de abril de 2012

A origem do @


bem interessante a origem e a história do símbolo @, que usamos nos e-mails, vejam:

Durante a Idade Média, os livros eram escritos pelos copistas, à mão. Precursores dos taquígrafos, os copistas simplificavam seu trabalho substituindo letras, palavras e nomes próprios por símbolos, sinais e abreviaturas. Não era por economia de esforço nem para o trabalho ser mais rápido (tempo era o que não faltava, naquela época!). O motivo era de ordem econômica: tinta e papel eram valiosíssimos.

Assim, surgiu o til (~), para substituir o m ou n que nasalizava a vogal anterior. Se reparar bem, você verá que o til é um enezinho sobre a letra.

O nome espanhol Francisco, também grafado Phrancisco, foi abreviado para Phco e Pco ? o que explica, em Espanhol, o apelido Paco.

Ao citarem os santos, os copistas os identificavam por algum detalhe significativo de suas vidas. O nome de São José, por exemplo, aparecia seguido de Jesus Christi Pater Putativus, ou seja, o pai putativo (suposto) de Jesus Cristo. Mais tarde, os copistas passaram a adotar a abreviatura JHS PP, e depois simplesmente PP. A pronúncia dessas letras em sequência explica por que José, em Espanhol, tem o apelido de Pepe.

Já para substituir a palavra latina et (e), eles criaram um símbolo que resulta do entrelaçamento dessas duas letras: o &, popularmente conhecido como "e" comercial, em Português, e, ampersand, em Inglês, junção de and (e, em Inglês), per se (por si, em Latim) e and.

E foi com esse mesmo recurso de entrelaçamento de letras que os copistas criaram o símbolo @, para substituir a preposição latina ad, que tinha, entre outros, o sentido de casa de.

Foram-se os copistas, veio à imprensa - mas os símbolos @ e & continuaram firmes nos livros de contabilidade. O @ aparecia entre o número de unidades da mercadoria e o preço.

Por exemplo: o registro contábil
mailto:10@£3%3Cmailto:10@£3> significava 10 unidades ao preço de 3 libras cada uma. Nessa época, o símbolo @ significava, em Inglês, at (a ou em).

No século XIX, na Catalunha (nordeste da Espanha), o comércio e a indústria procuravam imitar as práticas comerciais e contábeis dos ingleses. E, como os espanhóis desconheciam o sentido que os ingleses davam ao símbolo @ (a ou em), acharam que o símbolo devia ser uma unidade de peso. Para isso contribuíram duas coincidências:

1 - a unidade de peso comum para os espanhóis, na época, era a arroba, cujo inicial lembra a forma do símbolo;

2 - os carregamentos desembarcados vinham frequentemente em fardos de uma arroba. Por isso, os espanhóis interpretavam aquele mesmo registro de
mailto:10@£3%3Cmailto:10@£3> assim:

dez arrobas custando 3 libras cada uma. Então, o símbolo @ passou a ser usado por eles para designar a arroba.

O termo arroba vem da palavra árabe ar-ruba, que significa a quarta parte: uma arroba ( 15 kg, em números redondos) correspondia a 1/4 de outra medida de origem árabe, o quintar, que originou o vocábulo português quintal, medida de peso que equivale a 58,75kg.

As máquinas de escrever, que começaram a ser comercializadas na sua forma definitiva há dois séculos, mais precisamente em 1874, nos Estados Unidos (Mark Twain foi o primeiro autor a apresentar seus originais datilografados), trouxeram em seu teclado o símbolo @, mantido no de seu sucessor - o computador.

Então, em 1972, ao criar o programa de correio eletrônico (o e-mail), Roy Tomlinson usou o símbolo @ (at), disponível no teclado dessa máquina, entre o nome do usuário e o nome do provedor. E foi assim que
mailto:Fulano@Provedor%3Cmailto:Fulano@Provedor> X ficou significando Fulano no provedor X.

Na maioria dos idiomas, o símbolo @ recebeu o nome de alguma coisa parecida com sua forma: em Italiano, chiocciola (caracol); em Sueco, snabel (tromba de elefante); em Holandês, apestaart (rabo de macaco). Em alguns tem o nome de certo doce de forma circular:

Shtrudel, em iídisch; strudel, em alemão; pretzel, em vários outros idiomas europeus. No nosso, manteve sua denominação original: arroba."

Interessante, não? Um pouco de cultura, mesmo que inútil, não faz mal a ninguém.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Retornei!

Sejam bem-vindos! Ofereço a vocês um "modesto" chazinho para comemorarmos o meu retorno.

Quando florescem os ipês

"Thoureau, que amava muito a natureza, escreveu que se um homem resolver viver nas matas para gozar o mistério da vida selvagem será considerado pessoa estranha ou talvez louca. Se, ao contrário, se puser a cortar as árvores para transformá-las em dinheiro (muito embora vá deixando a desolação por onde passe), será tido como homem trabalhador e responsável. Lembro-me disso todas as manhãs, pois na minha caminhada para o trabalho passo por um ipê rosa florido. A beleza é tão grande que fico ali parado, olhando sua copa contra o céu azul. E imagino que os outros, encerrados em suas pequenas bolhas metálicas rodantes, em busca de um destino, devem imaginar que não funciono bem.

Gosto dos ipês de forma especial. Questão de afinidade. Alegram-se em fazer as coisas ao contrário. As outras árvores fazem o que é normal - abrem-se para o amor na primavera, quando o clima é ameno e o verão está para chegar com seu calor e chuvas. O ipê faz amor justo quando o inverno chega, e a sua copa florida é uma despudorada e triunfante exaltação do cio.

Conheci os ipês na minha infância, em Minas, os pastos queimados pela geada, a poeira subindo das estradas secas e, no meio dos campos, os ipês solitários, colorindo o inverno de alegria.

O tempo era diferente, moroso como as vacas que voltam em fim de tarde. As coisas andavam ao ritmo da própria vida, nos seus giros naturais. Mas agora, de repente, esta árvore de outros espaços irrompe no meio do asfalto, interrompe o tempo urbano de semáforos, buzinas e ultrapassagens, e eu tenho de parar ante esta aparição do outro mundo.

Como aconteceu com Moisés, que pastoreava os rebanhos do sogro, e viu um arbusto pegando fogo, sem se consumir. Ao se aproximar para ver melhor, ouviu uma voz que dizia: "Tira as sandálias dos teus pés, pois a terra em que pisas é santa". Acho que não foi sarça ardente. Deve ter sido um ipê florido.

De fato, algo arde, sem queimar, não na árvore, mas na alma. E concluo que o escritor sagrado estava certo. Também eu acho sacrilégio chegar perto e pisar as milhares de flores caídas, tão lindas, agonizantes, tendo já cumprido sua vocação de amor.

Mas sei que o espaço urbano pensa diferente. O que é milagre para alguns é canseira para a vassoura de outros. Melhor o cimento limpo que a copa colorida. Lembro-me de um pé de ipê, indefeso, com sua casca cortada a toda volta. Meses depois, estava morto, seco. Mas não importa. O ritual de amor no inverno espalhará sementes pela terra e a vida triunfará sobre a morte, o verde arrebentará o asfalto. A despeito de toda a nossa loucura, os ipês continuam fiéis à sua vocação de beleza, e nos esperarão tranqüilos. Ainda haverá de vir um tempo em que os homens e a natureza conviverão em harmonia.

Agora são os ipês rosa. Depois virão os amarelos. Por fim, os brancos.

Cada um dizendo uma coisa diferente. Três partes de uma brincadeira musical, que certamente teria sido composta por Vivaldi ou Mozart, se tivessem vivido aqui.

Primeiro movimento, "Ipê Rosa", andante tranqüilo, como o coral de Bach que descreve as ovelhas pastando. Ouve-se o som rural do órgão.

Segundo movimento, "Ipê Amarelo", rondo vivace, em que os metais, cores parecidas com as do ipê, fazem soar a exuberância da vida.

Terceiro movimento, "Ipê Branco", moderato, em que os violoncelos falam de paz e esperança. Penso que os ipês são uma metáfora do que poderíamos ser. Seria bom se pudéssemos nos abrir para o amor no inverno...

Corra o risco de ser considerado louco: vá visitar os ipês. E diga-lhes que eles tornam o seu mundo mais belo.
Eles nem o ouvirão e não responderão. Estão muito ocupados com o tempo de amar, que é tão curto."

domingo, 1 de abril de 2012

Restos do Carnaval


Adoro este conto da Clarice Lispector!

"Não, não deste último carnaval. Mas não sei por que este me transportou para a minha infância e para as quartas-feiras de cinzas nas ruas mortas onde esvoaçavam despojos de serpentina e confete. Uma ou outra beata com um véu cobrindo a cabeça ia à igreja, atravessando a rua tão extremamente vazia que se segue ao carnaval. Até que viesse o outro ano. E quando a festa ia se aproximando, como explicar a agitação íntima que me tomava? Como se enfim o mundo se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate. Como se as ruas e praças do Recife enfim explicassem para que tinham sido feitas. Como se vozes humanas enfim cantassem a capacidade de prazer que era secreta em mim. Carnaval era meu, meu.

No entanto, na realidade, eu dele pouco participava. Nunca tinha ido a um baile infantil, nunca me haviam fantasiado. Em compensação deixavam-me ficar até umas 11 horas da noite à porta do pé de escada do sobrado onde morávamos, olhando ávida os outros se divertirem. Duas coisas preciosas eu ganhava então e economizava-as com avareza para durarem os três dias: um lança perfume e um saco de confete. Ah, está se tornando difícil escrever. Porque sinto como ficarei de coração escuro ao constatar que, mesmo agregando tão pouco à alegria, eu era de tal modo sedenta que um quase nada já me tornava uma menina feliz.

E as máscaras? Eu tinha medo mas era um medo vital e necessário porque vinha de encontro à minha mais profunda suspeita de que o rosto humano também fosse uma espécie de máscara. À porta do meu pé de escada, se um mascarado falava comigo, eu de súbito entrava no contato indispensável com o meu mundo interior, que não era feito só de duendes e príncipes encantados, mas de pessoas com o seu mistério. Até meu susto com os mascarados, pois, era essencial para mim.

Não me fantasiavam: no meio das preocupações com minha mãe doente, ninguém em casa tinha cabeça para carnaval de criança. Mas eu pedia a uma de minhas irmãs para enrolar aqueles meus cabelos lisos que me causavam tanto desgosto e tinha então a vaidade de possuir cabelos frisados pelo menos durante três dias por ano. Nesses três dias, ainda, minha irmã acedia ao meu sonho intenso de ser uma moça – eu mal podia esperar pela saída de uma infância vulnerável – e pintava minha boca de batom bem forte, passando também ruge nas minhas faces. Então eu me sentia bonita e feminina, eu escapava da meninice.

Mas houve um carnaval diferente dos outros. Tão milagroso que eu não conseguia acreditar que tanto me fosse dado, eu, que já aprendera a pedir pouco. É que a mãe de uma amiga minha resolvera fantasiar a filha e o nome da fantasia era no figurino Rosa. Para isso comprara folhas e folhas de papel crepom cor-de-rosa, com as quais, suponho, pretendia imitar as pétalas de uma flor. Boquiaberta, eu assistia pouco a pouco à fantasia tomando forma e se criando. Embora de pétalas o papel crepom nem de longe lembrasse, eu pensava seriamente que era uma das fantasias mais belas que jamais vira.

Foi quando aconteceu, por simples acaso, o inesperado: sobrou papel crepom, e muito. E a mãe de minha amiga – talvez atendendo a meu apelo mudo, ao meu mudo desespero de inveja, ou talvez por pura bondade, já que sobrara papel – resolveu fazer para mim também uma fantasia de rosa com o que restara de material. Naquele carnaval, pois, pela primeira vez na vida eu teria o que sempre quisera: ia ser outra que não eu mesma.

Até os preparativos já me deixavam tonta de felicidade. Nunca me sentira tão ocupada: minuciosamente, minha amiga e eu calculávamos tudo, embaixo da fantasia usaríamos combinação, pois se chovesse e a fantasia se derretesse pelo menos estaríamos de algum modo vestidas – à idéia de uma chuva que de repente nos deixasse, nos nossos pudores femininos de oito anos, de combinação na rua, morreríamos previamente de vergonha – mas ah! Deus nos ajudaria! Não choveria! Quanto ao fato de minha fantasia só existir por causa das sobras de outra, engoli com alguma dor meu orgulho que sempre fora feroz, e aceitei humilde o que o destino me dava de esmola.

Mas por que exatamente aquele carnaval, o único de fantasia, teve que ser tão melancólico? De manhã cedo no domingo, eu já estava de cabelos enrolados para que até de tarde o frisado pegasse bem. Mas os minutos não passavam, de tanta ansiedade. Enfim, enfim! Chegaram três horas da tarde: com cuidado para não rasgar o papel, eu me vesti de rosa.

Muitas coisas que me aconteceram tão piores que estas, eu já perdoei. No entanto essa não posso sequer entender agora: o jogo de dados de um destino é irracional? É impiedoso. Quando eu estava vestida de papel crepom todo armado, ainda com os cabelos enrolados e ainda sem batom e ruge – minha mãe de súbito piorou muito de saúde, um alvoroço repentino se criou em casa e mandaram-me comprar depressa um remédio na farmácia. Fui correndo vestida de rosa – mas o rosto ainda nu não tinha a máscara de moça que cobriria minha tão exposta vida infantil – fui correndo, correndo, perplexa, atônita, entre serpentinas, confetes e gritos de carnaval. A alegria dos outros me espantava.

Quando horas depois a atmosfera em casa acalmou-se, minha irmã me penteou e pintou-me. Mas alguma coisa tinha morrido em mim. E, como nas histórias que eu havia lido sobre fadas que encantavam e desencantavam pessoas eu fora desencantada; não era mais uma rosa, era de novo uma simples menina. Desci até a rua e ali de pé eu não era uma flor, era um palhaço pensativo de lábios encarnados. Na minha fome de sentir êxtase, às vezes começava a ficar alegre mas com remorso lembrava-me do estado grave de minha mãe e de novo eu morria.

Só horas depois é que veio a salvação. E se depressa agarrei-me a ela é porque tanto precisava me salvar. Um menino de uns 12 anos, o que para mim significava um rapaz, esse menino muito bonito parou diante de mim e, numa mistura de carinho, grossura, brincadeira e sensualidade, cobriu meus cabelos já lisos, de confete: por um instante ficamos nos defrontando, sorrindo, sem falar. E eu então, mulherzinha de 8 anos, considerei pelo resto da noite que enfim alguém me havia reconhecido: eu era, sim, uma rosa."

Clarice Lispector


Um LINDO DOMINGO para vocês!

sábado, 31 de março de 2012

OPORTUNIDADE IMPERDÍVEL


Um desempregado mineiro comparece ao SINE para ver se havia algum emprego para ele.

Chegando lá, viu um cartaz escrito 'Precisa-se de assistente de ginecologista' .. Ele foi ao balcão e perguntou pelo trabalho.

-Pode me dar mais detalhes?

E o funcionário:

-Sim senhor. O trabalho consiste em aprontar as pacientes para o exame. Você deve ajudá-las a se despir, e cuidadosamente lavar suas partes genitais. Depois você faz a depilação dos pelos púbicos com creme de barbear e uma gilete novinha... Depois esfrega gentilmente óleo de amêndoas doces, de forma a que elas estejam prontas para o ginecologista. O salário mensal é de 4.500,00 com carteira assinada e demais benefícios, mas você deve ir até Uruguaiana.

-Nossa, são 700km de Porto Alegre e eu moro aqui! É lá o emprego?

-Não, é lá que tá o fim da fila.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Estou escrevendo o meu primeiro livro



Incentivada por meu marido, pelos filhos e leitores de Zero Hora, que vem publicando, quase que mensalmente artigos por mim escritos, dei a “arrancada” para a criação de um livro. Nele, colocarei contos com finais imprevisíveis. O leitor só descobre o “the end”, se começar a leitura pelo fim. Já escrevi 14 contos. Pretendo, ao ter prontos 30 belíssimos textos, selecionar os melhores.

Espero que vocês, amigos e amigas visitantes, comprem o meu “primeiro filho”. Ops” LIVRO.