Palavras ao Vento é fruto de uma necessidade interior de corrigir deslizes orais ou escritos, presenciados no cotidiano; mostrar a urgência de se fazer da educação prioridade nacional; discorrer sobre trivialidades, mostrando o porquê disso ou daquilo e destacar a força que a palavra tem naqueles que captam o sentido das entrelinhas.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Vocês conhecem um chato?
Paulo Sant'Anna escreveu um texto verdadeiro e engraçado com o título "Salvem-nos dos chatos". Quem não conhece ou é amigo ou amiga de uma pessoa inconveniente, para ser generosa em definir um chato.
Leiam o texto e procurem entre os conhecidos, um homem ou uma mulher, que "apurrinha" a nossa vida e vejam se não os identificam na descrição desse notável articulista de ZH.
"A melhor definição de chato que conheço é de que é aquele que nos tira da solidão sem nos fazer companhia.
Como já disse, o chato sempre tem um plano, que está condensado num calhamaço que ele traz debaixo do braço e quer que a gente o examine. – Não é bem um plano, é um projeto – me diz o chato.
Cá para nós, quem é que no mundo agitado de hoje tem tempo para examinar um projeto?
Nem o Lula.
O chato nunca chega de vez, ele fica rondando na volta da roda ou da mesa e dali a pouco dá o bote. Sempre que alguém diz para você sem querer lhe chatear, pode estar certo de que é um chato.
Outra característica do chato é a de despedir-se 10, 12 vezes. Sempre que você pensa que já se livrou dele, ele acaba voltando.
Outra coisa: o chato é sempre monotemático, ele só tem um assunto e nunca o esgota. Outra face do chato muito conhecida: é impressionante como chato tem tempo para conversar com você, quem não tem tempo é você.
Chato, se é que usa relógio, nunca olha para aquele objeto. Esses dias, encontrei um chato que me pegou indefeso na cadeira do cabeleireiro. Olhem qual foi a primeira frase dele, primeiríssima: “Como eu ia dizendo…”. Mas como, ia dizendo, se não nos víamos há meses? É que o chato se sente íntimo da gente, pode abusar do nosso tempo como ele quiser.
Tem um chato que me espera todos os dias na porta de entrada da Zero Hora. Ele me pergunta sempre: “Hoje vai dar?”. Ainda não deu, já faz semanas.
Outra mania dos chatos: eles estão sentados à mesa do restaurante conosco e têm a mania de nos servir, a gente está comendo picanha e o chato crava o garfo num pedaço de costela e coloca-o no nosso prato. É muita chatice.
Ainda a mania do chato em dispor do tempo da gente. Há chato que me pede só três minutinhos. Quando se vê, já está em sete minutos o papo dele. Outros há que pensam que nós somos vagabundos e nada temos para fazer: “O senhor tem 15 minutos para me dar?”. Eu respondo que o máximo que tenho são só dois minutos. O chato arregaça as mangas e ameaça: “Não sei se será tempo suficiente, mas vamos lá…”.
Quanto mais tempo o chato supuser que você tem pra lhe dar, mais chato ele é. Tem um tipo de chato que diz assim: “O senhor tem 30 minutos para conversar comigo?”. E eu então grito: “TRINTA?”. E o chato: “Calma. Com intervalo”.
Mudando de assunto: há gremistas que me dizem que “este time do Grêmio é muito bom, falta apenas contratar mais quatro jogadores”. Mas, se é bom o time, por que contratar mais quatro?"
Se ofendi alguém com o texto do Pablo, ofereço as rosas lá de cima.
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