Palavras ao Vento é fruto de uma necessidade interior de corrigir deslizes orais ou escritos, presenciados no cotidiano; mostrar a urgência de se fazer da educação prioridade nacional; discorrer sobre trivialidades, mostrando o porquê disso ou daquilo e destacar a força que a palavra tem naqueles que captam o sentido das entrelinhas.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Histórias que vivi 6
Hoje serei curta e grossa como se diz num bom estilo gaúcho. Faz bem pouco tempo que esta história aconteceu. Do vivenciado, tenho como testemunha a minha filha Daniella. Juntas, saímos para comprar um tecido para eu lhe confeccionar um vestido de festas. É, especialmente, para a minha garotinha que reavivarei este fato.
Percorremos muitas lojas. Depois de muito caminhar, entramos na loja da Ceci. Pessoa delicada, deu-nos a maior das atenções. Encontramos o pano pelo qual procurávamos. O incidente aconteceu quando já estávamos à porta de saída.
Como a loja possuía uma espécie de mezanino em que a comerciante guardava o estoque de produtos, dirigiu-se para lá. Como uma equilibrista, pendurada no parapeito do almoxarifado, subitamente me chama e lasca isto com a voz mais doce que mel: "Arlete, não sabes quem deseja comprar uma loja?"
Pra que tinha que me fazer essa pergunta?
Mais rápido que o vento minuano levantando a saia de donzelas em esquina cheia de homens ou que o Ricardão pulando janela para fugir do cornudo, disse: "Sei!"
A dona do estabelecimento comercial, se tivesse asas, teria voado ao meu encontro, tanta era a sua felicidade. Com a voz ainda mais doce que doce de batata doce, a interessada senhora, sorrindo com todos os dentes, os verdadeiros e os postiços, afronta-me com a pergunta: "Como é o nome do comprador?
Ainda mais rápido que relâmpago em noite de temporal e com mais sonoridade do que granizo em rancho de zinco, contraditei: "Mas não sei!." Ao ouvirem isso, talvez assustadas, a minha filha e a própria Ceci caírem em estridente gargalhada.
Creio que a desiludida vendedora está se lamentando até hoje e se remoendo com um "E eu acreditei!"
Essa Dordoleti, diria o meu amado Vinícius!
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Meu Deus...chorei...de tanto rir...e de felicidade por termos vividos juntas essa dia...pois memoráveis na nossa família, sempre que tem encontros...essa história vem a tona...muiiito engraçada...sei...mas não sei....
ResponderExcluirMIl beijocas!!
Filhinha:
ResponderExcluirQuanto mais tu elogias o que escrevo, mais vou me motivando para escrever novos textos. O que lerás amanhã, foi um dos fatos que, praticamente, mudou os rumos de minha vida. Se não tivesse acontecido, onde estaríamos, como teria me saído como médica?
Às vezes, um determinante, muito bem urdido pelo destino, tem o poder de modificar quereres e transformar vidas.Foi o que me aconteceu. De médica, virei professora!
Aguardo a tua visita amanhã.
Um grande beijo.
Oi, cada dia uma história melhor. O que você está esperando para colocar tudo isso em um livro? Pode contar comigo, alem de comprador serei um promotor de vendas. Admiro tudo o que escreve e fico ansioso esperando um novo assunto.
ResponderExcluirAbçs.
João Lucas
Bom dia, João Lucas:
ResponderExcluirFico bastante comovida com os elogios e o incentivo. Quanto a escrever um livro, já te afirmei em outro comentário, é algo que não pontua as minhas metas. Quem sabe, os filhos publicam-no "in memorium". Ahahaha!
Um abraço.