Nada mais gratificante do que sabermos que a nossa vida não foi e não está sendo vivida em vão. Magnífico é termos a comprovação de que influenciamos atitudes boas em pessoas com quem já convivemos, que lhes despertamos a sensibilidade, o querer bem a si, aos outros e à natureza.
Em tarde recente, encontrei uma ex-aluna. Cumprimentamo-nos efusivamente. O tempo, tantas vezes vilão, não deixara gravada em ambas as marcas tristes do esquecimento e da indiferença. Não! O nosso reencontro foi lindo. Questionamos o presente, vasculhamos o passado e dele só emergiram motivações para continuar distribuindo experiências de vida e muita sabedoria.
Naquele encontro, recordou-se ela de minhas aulas, falou sobre as cantigas para amenizar a gramática, os macetes para agilizar a memória, as dramatizações, os poemas que lhe ensinara recitar. Disse-me que se lembrava até das técnicas adotadas e das "artimanhas" usadas para manter a frequência. Quase tudo estava bem vivo em sua memória. O mais bonito e comovente: destacou o importante papel que desempenhei em sua vida de adolescente e de como servi de modelo em sua caminhada para a maturidade. Indagou-me, ainda, sobre o que fizera do riquíssimo material didático que usava para ilustrar aulas.
Foi naquele instante que senti saudades de um passado tão rico e que estava esmaecido em minha memória. Dentre os recursos utilizados, alegou-me que a redação mais linda que escrevera (e ainda guardava, tanto pela nota obtida como pelo comentário incentivador que eu escrevera sob o texto), fora inspirada numa gravação que eu levara à classe na voz de Cid Moreira. Imediatamente, recordei-me dela.
Aqui, neste espaço tão amplo, faço uma doce homenagem à Roselaine, a aluna que não me apagara de sua vida. A ela e à força que as suas palavras e reminiscências emotivas causaram em mim, dedico o vídeo contendo "Desiderata", o texto evocado, na voz de Cid Moreira que, de forma tão linda, muito contribuiu para o sucesso de minhas aulas.
Dessa passagem, olvidei o mais importante: deixei de lhe agradecer a relevância dada a mim enquanto educadora, as palavras de carinho e o destaque reiterado por ela a esse meu lado terno sem ser piegas, exigente sem ser autoritária, amiga sem perder a compostura. (Elogios de que tentei sempre ser merecedora!)
Por modéstia e para não desmitificar um passado que guardara com tanto zelo, não disse a ela que há muito abandonara o quadro verde, o cartaz de papel e que, hoje, as minhas aulas são ministradas com o auxílio de data show e de todos os recursos que a eletrônica me disponibiliza.
Esqueci, também, de enfatizar o quanto gostei de tê-la reencontrado e da importância ocupada por alunos como ela em minha vida. Apaziguo-me, no entanto, porque o afetuoso e comovido abraço com que nos despedimos, certamente, traduziu toda a minha gratidão e o quanto estava emocionada.
Esse encontro comovedor com a aluna, com a lembrança de Cid, com a postura educacional adotada fez renascer, com novas cores, um passado que ela não quis esquecer e que eu já havia, há muito tempo, deixado de recordar.
Arlete que bom este teu encontro com a Roselaine,pois te levou ao passado e o quanto fostes importante e motivadora para ela e para muitos que na sala de aula se encantavam com as tuas aulas e de "lambuja" com a tua beleza.Bom ler isto,mas não te preocupas não voltarei a te chamar de profe,juro,embora a Roselaine não esqueceu da ...Um forte abraço e, voltarei.
ResponderExcluirQuerido amigo:
ResponderExcluirComo sempre, as tuas palavras gentis assim como o adorável reencontro com a ex-aluna são elixires que me impelem a não declinar do papel de educadora e de "tocar para frente" este blog, embora tantas vezes tenha vontade de desistir por considerar essa atividade uma enorme perda de tempo. Resisto (e em muito o devo às tuas palavras) para não deixar vencer, de novo, o meu lado mercantil, quando priorizava o trabalho à família, ao lazer e a todas as coisas gostosas da vida.
Um abração.
Arlete
Boa noite:
ResponderExcluirPelo texto escrito por você, da pra gente notar que é culta e sensivel. Já tinha lido outros textos seus e gostei bastante. Como estou querendo impressionar a minha amada, será que não escrevia um poema de amor pra ela?
Obrigado
É o mesmo. O texto deve mostrar que só eu posso amar a minha amada com tamanho amor.
ResponderExcluirObrigado de novo.
Amigo apaixonado:
ResponderExcluirLamento, mas , no que diz respeito à criação de poemas, não é o meu forte. Nunca tentei.
Posso procurar algum texto poético que se aproxime de teu pedido. Não é uma certeza, repito, vou tentar...
Se conseguir escrever um belo poema ou se encontrar um à altura de teus sentimentos, farei uma postagem em breve.
Aguarda
Um abraço.
Arlete