Bom dia, amigos e amigas!
Leiam o que a mais competente e famosa jornalista Nívia Andres escreveu sobre o meu livro, "O inquietante perfume de cravos".
A escritora Arlete Gudolle Lopes acaba de lançar o seu primeiro livro – O inquietante perfume de cravos – Contos de amor e vida. Sim, são trinta histórias de amor e vida, contadas por alguém que ama a vida, que vive a vida plenamente, que conhece o êxtase e a dor de viver de forma intensa e apaixonada cuja sensibilidade se derrama para além de qualquer limite, incontida, irrepresável. E daí, escreve, pinta e borda e arma a teia com seus fios de seda para tecer narrativas, às vezes luz, às vezes só sombras. Porém, tanto no lume quanto na escuridão, as cores são berrantes, não há lugar para o meio-tom. Vermelho e negro, como a capa que envolve, amorosa e lindamente, o livro.
Pois bem, o primeiro grande valor dessa obra reside, justamente, na coragem de expor sentimentos e sensações os mais diversos, conforme manda a mente que comanda a mão e eles surgem, aos borbotões, sem pedir licença e inundam e transbordam e sufocam o leitor mais desavisado que, ao mergulhar na leitura, não pensava nem tencionava reconhecer-se com tanta profundidade e similitude nas páginas de um livro de contos. Daí a estranheza primeira e a não menos importante segunda e óbvia constatação: Madalena, Waleska, César Augusto, Maria Cecília, Maria Júlia, Estêvão, Lindalva, José Francisco, Elenice, Maria Helena, Eduardo, Aléksia, Narciso, Hanna, Mayara, Milena, Adeline, José Antônio, Ana Lúcia, Luís Artur, Fábio, Lharissa, Maciel, Pedro Henrique, Solange, Liana, Márcia Cristina, Marco Antônio, Daisy, Katherine, Rafaela, Maria Regina, Fabíola, Frederico, João Vicente, Ana Maria, Maria Teresa, Clarisse e Anita, Natália, Henrique, Luís Afonso, Ivanna, Vanessa, Cármen Valéria, João Vicente, Moisés, Guilherme, Carmine, Valéria, Jackeline, Carlos Afonso, Daniele ... sou eu, somos nós, transubstanciados nos milhares de matizes das palavras de Arlete, que vive e sabe ler a realidade de cada um e de todos, captando os conflitos universais da alma humana com engenho e arte!
Essa formidável avalanche de emoções se faz acompanhar de outro grande e importantíssimo valor – o literário, que encontra na forma e no estilo outro transbordamento, já que a autora é especialista na língua e faz uso do vernáculo com maestria, construindo histórias primorosas, de urdidura engenhosa, milimetricamente planejadas, observando a estrutura desse gênero narrativo tão difícil de compor que é o conto. Arlete faz com que exista algo especial na representação daquele recorte da vida que gera o conto – o flagrante de um determinado instante que, pela novidade, pela surpresa, pelo inusitado, pelo trágico ou pelo cômico de uma situação, possa interessar e prender o leitor. Dona de uma expressão verbal incomum, Arlete oferece, ainda, ao leitor, a possibilidade de ampliar e qualificar significativamente o vocabulário, apropriando-se de termos que não são utilizados no linguajar cotidiano, além de propor a discussão de temas atualíssimos e polêmicos que tensionam as relações pessoais na sociedade contemporânea.
Há uma passagem, no conto Cartas de amor, de rara beleza, que compara os seres humanos com as borboletas. É pura prosa poética, como quase todo o livro, uma alegoria brilhante e encantadora que faz jus ao subtítulo – Contos de Amor e Vida, que mostra como a existência é fugaz se não for vivida apaixonadamente:
“Existe, em cada pessoa, um pouco de borboleta. Há seres que nascem crisálidas e vão se transformando aos poucos, embelezando-se quando mais se aprimoram a sua essência. Outros nascem belos, coloridos, radiantes, até que vão murchando. Lentamente. Do seu constante definhar, deles, só resta o casulo, o lado mais feio do belo inseto, que nasce e morre junto aos passantes distraídos, num rápido bater de asas. Tal como a metamorfose que sofre a borboleta, viver é um fato e um ato de renovação permanente. Morre antes quem não aceita viver intensamente em vida ou se recusa a aceitar o bom e o ruim, o alegre e o triste, o crime e o perdão. Tudo misturado, formando o amálgama trivial de que somos feitos: nervos, fibras, carne e osso, sangue, suor e lágrimas. A carcaça pode não ser bela se o interior é radiante. A palavra pode ser cruel se for dita com a mordaz intenção de ferir. Um olhar mais penetrante, um sorriso inesperado, uma atitude compreensiva ou uma palavra sussurrada ao vento podem contribuir para a cura de corações dilacerados. Um bom dia proferido com ênfase pode ser de bálsamo a quem se sente só mesmo estando rodeado de faces que riem, mas se mantêm inexpressivas, murchas, desprovidas da seiva da vida...”
Por fim, há outra peculiaridade marcante em O inquietante perfume de cravos que o torna ainda mais saboroso e encantador – a forma como a obra tem chegado até o leitor, diretamente das mãos da autora, através de uma “visita cultural” agendada! Poder-se-ia até pensar que é uma estratégia de marketing, mas trata-se de uma atitude racional para que o livro se viabilize economicamente e possa ser degustado por muitas pessoas, afinal, a Terra dos Poetas ainda carece de mais livrarias, quiosques e pontos de venda de livros. A ideia e sua consecução são magníficas, acompanhadas, sempre, de uma boa conversa, afeto e muito calor humano!
Et bien sûr, estamos sedentos por mais histórias, Mme. Gudolle Lopes!
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