Um dos meus sonhos mais bem sonhados é a criação de uma casinha de bonecas no pátio de minha casa para receber a minha netinha, a Marianna, quando vier me visitar. No meu tempo de criança, tinha a minha casa na árvore. Lá, escrevia as histórias de heróis e bandidos, fingia que as laranjas, os pêssegos, as bergamotas e todas as frutas que colhia do quintal eram amigos com quem conversava.
Quando batia a fome, devolvia às frutas a condição de alimentos. Então criava amigos oriundos de outros planetas. E dialogava com eles, mudando a voz para confundi-los com amigos. Creio que vem disso a capacidade que tenho de não ter cultivado grandes amigos porque passei a me aceitar como o mais fiel deles. Nessa condição de solitária, um dos requisitos para se escrever, nasceu a escritora que estava tão bem adormecida em mim. Agora que dei vida a ela, não mais pararei...
Abaixo, a casinha de bonecas que, um dia, construirei para a Marianna. Não é uma promessa, viu, Daniella. É um compromisso que assumi para não deixar morrer os sonhos. Alguém disse que morre estando vivo, quem deixa de sonhar...
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