Felicidade existe?
Muitas pessoas já não mais acreditam na felicidade. Eu, não!
Para eu ser feliz basta bem pouco. Encanto-me com os amores-perfeitos que,
emurchecidos pelo tempo e a chuva, teimam em renascer todos os dias. Vibro ao
ouvir o zumbido das abelhas, mesmo que o néctar vão gestar noutro lugar. Abro
bem os olhos para me deliciar com o beija-flor, que bebe nas flores de
plástico, cheias de doce sumo, que armei para atraí-lo, imaginando que a flor é viva.
Extasio-me com o
tamborilar da chuva, que me desperta, mesmo que as altas horas rondem a noite.
Minha alma pagã saltita de alegria quando me deparo com alguém que ainda
responde ao meu bom-dia, ou, ao parar na faixa de segurança, anda que o
passante trafegue bem devagar, sorri agradecido pela gentileza obrigatória.
Morro de rir de tão feliz, ao ouvir, ao telefone, o anúncio de que se lembrou
de mim e percebo que meu interlocutor também ri. E o sol se espreguiçando no
horizonte? E a lua, no prata mais cintilante, ressurgindo por trás das nuvens?
E a moça que me atende bem até quando compro uma agulha? E a música linda que
ouço de graça, oriunda da janela de minha vizinha mais querida. Ah! E gargalho
extasiada pela alegria, quando curtem e comentam o que escrevo ou posto neste
espaço? Não são motivos relevantes para eu ser feliz?
Só de saber que tenho incontáveis motivos para sorrir e até
para chorar, apregoo que felicidade existe, sim! Basta olhar a vida com os
olhos bem abertos do coração.
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