terça-feira, 18 de junho de 2013

A intolerância com o sucesso alheio: Olha eu no VS de NOVO!




Mandei este artigo domingo para o VS, o maior jornal da Região do Vale do Rio dos Sinos e hoje foi publicado. Já havia saído outro no mesmo periódico, no sábado.

Estou mais faceira do que guri de tênis novos.

                     A intolerância com o sucesso alheio


Os dias aceleram rápido demais, em busca do lado avesso do tempo e da vida, enquanto o presente insiste em se transformar em futuro que logo será passado. Existem muitas pessoas que perdem momentos preciosos de suas existências contemplando uma época que jamais retornará e amargam os dias na busca de memórias e de momentos perdidos como se não houvesse nenhum amanhã.

Convive-se com outras que se recusam a enfrentar a vida que eclode além de seus refúgios, verdadeiros claustros e perdem o privilégio de disputar com o sol a riqueza das sombras. Preferem se ensimesmar dentro de frágeis casulos, que chamam de lar, olhando a vida através da transparência de suas janelas, a abrir-se para os incontáveis encantos oferecidos pela natureza.

Há homens e mulheres, que, ao se depararem com o sucesso dos outros, destilam sobre eles palavras ácidas como o fel e se detêm nas falhas, mesmo que esporadicamente cometidas, com a mordaz intenção de eclipsarem a grandeza do feito. Com tal atitude, parece que só têm olhos para enxergar o lado mais feio das pessoas e dos trabalhos que executam. Só visam aos erros delas sem, no entanto, encantar-se com a beleza que emana das coisas, das criaturas e de todo o legado deixado por elas.
A esse tipo de seres só se pode dedicar muita comiseração e intencional indiferença por serem as mais cruéis sensações na gradação da efetividade. Imagina-se, com isso, que devem se sentir ainda mais infelizes porque, somente quem tem um sentimento em escala tão inferior como o ressentimento e a inveja, é capaz de se contentar com a compaixão. Esses seres ultrapassam os limites da convivência e se envolvem na análise da vulnerabilidade dos que lhe são próximos, extrapolando nas críticas do que, inadvertidamente, não deu certo, ou não saiu exatamente como planejado.

As vítimas de sua cólera podem acertar mil vezes, mas basta o menor, talvez um único deslize para que, ante um olhar deturpado ou intencional, falhas se agigantem. Um imperceptível erro pode se transformar, na visão distorcida daqueles, numa grande falha a qual fazem questão de relembrar com a intenção de jamais a esquecerem. A intolerância com o sucesso alheio, muitas vezes, revela-se em atitudes inaceitáveis como a detratação do vitorioso através de calúnias ou de palavras depreciativas.

Algo importante a ser exercitado é jamais fazerem coisas das quais venham a se arrepender. Ao cometerem injustiças, deveriam demonstrar o desconforto no momento em que se derem conta da falha cometida. Nessas ocasiões, é conveniente se colocarem no lugar dos criticados, questionando se fariam melhor ou de outra forma mais interessante. Antes de lançarem desastradas críticas ou destilarem–lhes malévolo veneno, precisariam abrir as janelas da alma para praticarem o que alimenta os mais sábios: as palavras valem prata e o silêncio vale ouro. Portanto, se não existe nada de bom ou de construtivo a dizer sobre alguém, é muito mais compensador não dizerem absolutamente nada.





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