Quando os nossos filhos nascem, de atores principais, passamos a coadjuvantes no intrincado e temperamental cenário que é a vida.
No convívio com eles, passamos a interpretar os mais variados papéis de acordo com as circunstâncias. No alvorecer de suas escaladas, somos os guardiões incansáveis de seu desenvolvimento. De nós depende a satisfação de suas mais rudimentares necessidades: alimentamos, protegemos, amamos, ensinamos a eles os primeiros passos e palavras. São nossos reféns. Se falharmos, sucumbirão.
À medida que vão crescendo, criando asas, cedo procuram espaços mais amplos para se constituírem e alçarem voos tímidos e incipientes, sem a nossa proteção. Antes, senhores exclusivos de seu crescimento, começamos a exercer um papel secundariíssimo. A escola, os professores (se ótimos) e os amigos nos eclipsam e se tornam o seu centro de atenção e de afetividade. É então que exercitamos o papel de pagadores, taxistas gratuitos, seres insones e rezadores à espera de que retornem sãos e salvos a casa, após show musical ou algum animado festim em clubes noturnos ou em casa de amigos.
Crescidos, sentindo-se independentes, ganhando força e fôlego, anseiam por novos horizontes e voam para mais longe. Passamos, então, de coadjuvantes a seres subalternos em seu mundo de afeição. Transformamo-nos de agentes protetores a seres cativos de um telefonema ou de uma mensagem eletrônica, que possam acalmar nossa ansiedade por notícias deles. Sem nos darmos conta, somos substituídos por novos amores, capazes de induzi-los a formar um novo lar. Ao se casarem, tácita ou oficialmente, constituem a sua família, da qual passamos à condição de parentes ou de visitantes esporádicos.
À medida que vão crescendo, criando asas, cedo procuram espaços mais amplos para se constituírem e alçarem voos tímidos e incipientes, sem a nossa proteção. Antes, senhores exclusivos de seu crescimento, começamos a exercer um papel secundariíssimo. A escola, os professores (se ótimos) e os amigos nos eclipsam e se tornam o seu centro de atenção e de afetividade. É então que exercitamos o papel de pagadores, taxistas gratuitos, seres insones e rezadores à espera de que retornem sãos e salvos a casa, após show musical ou algum animado festim em clubes noturnos ou em casa de amigos.
Crescidos, sentindo-se independentes, ganhando força e fôlego, anseiam por novos horizontes e voam para mais longe. Passamos, então, de coadjuvantes a seres subalternos em seu mundo de afeição. Transformamo-nos de agentes protetores a seres cativos de um telefonema ou de uma mensagem eletrônica, que possam acalmar nossa ansiedade por notícias deles. Sem nos darmos conta, somos substituídos por novos amores, capazes de induzi-los a formar um novo lar. Ao se casarem, tácita ou oficialmente, constituem a sua família, da qual passamos à condição de parentes ou de visitantes esporádicos.
Se desempenharmos muito bem o nosso papel enquanto pais, poderemos ser lembrados por eles como seres diferenciados, que merecem determinadas regalias e um bom legado do afeto que ainda resta em corações sensíveis. Se formos pais, cuja nota não ultrapasse o regular ou o médio, seremos considerados como estorvos descartáveis, malas pesadas demais para serem carregadas e que devem ser jogadas em algum lugar distante deles.
A lição insofismável e cíclica que a vida ensina, e que demoramos muito a assimilar, é a de que agimos exatamente assim, com os nossos pais. Muitas vezes, somos valorizados por nossos descendentes e damos o devido valor a nossos gestores depois que os primeiros e nós também tivermos morrido.
Se os ensinamentos aos filhos forem bem ministrados e na dosagem mensurada pela razão e pelo coração, teremos a convicção de que lhes estaremos ofertando um cenário onde transitarão com ética, honestidade e aptos para construir um Brasil muito melhor. Se todos os pais se conscientizarem da importância do papel a ser desempenhado junto aos seus filhos com amor e competência, provavelmente teremos um país sem corrupção e criminalidade.
Artigo publicado em ZERO HORA, em 02 de agosto de 2011
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