MISTÉRIO para iniciar a semana
Quem estaria perseguindo a moça misteriosa que desejava viver intensamente a vida e não o conseguia?
Leiam o início do conto.
Da face da moça, nascia uma ânsia incontida de viver mais, amar mais, sofrer mais, chorar mais e, como se desterrado de um fundo sem fundo, desabotoava-se, da boca sedenta de beijos, um inusitado desejo de sorrir mais. E sorria. Sem motivo, sem graça nenhuma, sem ter ouvido nenhum som, eco que fosse. De início, um leve roçar da boca nos dentes. Bem de mansinho, apenas um sorriso levemente esboçado. Depois, espichando os lábios, abria-se a boca por inteiro. Num crescente, ia se avolumando, ganhando graça como se mil palhaços contassem, em uníssono, mil anedotas valendo-se de mil palavras. Sem pressa, o sorriso ia se contorcendo em novas aberturas de boca. Dos olhos, jorravam faíscas de remorso e alegria, que se misturavam, retorciam-se e, da negritude cintilante das pupilas, saltitavam pequenas gotas transformadas em pérolas puras, intocadas, virginais. Do espichar de lábios ao sorriso, o som já, há muito, transformara-se em estridente gargalhada. De antes, puro gozo. De felicidade ou infortúnio talvez. Pelo singelo prazer de um rir sem graça. Ou rir da própria dor, da solidão, do remorso que a queimava como o fogo.
Numa lufada de tempo, num dia sem tempo, assim, perdido no nada, o riso de gozo e a manifestação da alegria foram se misturando à dor de não saber por que ria. O sorriso, o riso, a gargalhada, as lágrimas de pura euforia mudaram-se, remexendo um mistério bem embutido no cérebro e se transformaram num grito de dor. Os olhos plenos de luz deram-se conta de que o dia não amanhecera. Havia chegado à estação da dúvida e da realidade. O real e o palpável a andavam seguindo. Dia e noite. Noite e dia. Implacáveis. Desmesurados. Impiedosos. Os dias e as noites tinham sobre ela o mesmo poder de uma fera ferida. Impotente por estar ferida. Perigosa por ser fera. Junto à fuga da luz da manhã e do surgimento da noite, um estranho medo em si se apossava. Miudinho na chegada. De terror, ao simples ecoar de passos ecoando atrás dela.
Para saberem quem perseguia uma linda moça perdida na noite, leiam o meu livro de contos "O inquietante perfume de cravos". Agora com preço especial para ser ofertado aos amigos secretos como presente de NATAL.
Da face da moça, nascia uma ânsia incontida de viver mais, amar mais, sofrer mais, chorar mais e, como se desterrado de um fundo sem fundo, desabotoava-se, da boca sedenta de beijos, um inusitado desejo de sorrir mais. E sorria. Sem motivo, sem graça nenhuma, sem ter ouvido nenhum som, eco que fosse. De início, um leve roçar da boca nos dentes. Bem de mansinho, apenas um sorriso levemente esboçado. Depois, espichando os lábios, abria-se a boca por inteiro. Num crescente, ia se avolumando, ganhando graça como se mil palhaços contassem, em uníssono, mil anedotas valendo-se de mil palavras. Sem pressa, o sorriso ia se contorcendo em novas aberturas de boca. Dos olhos, jorravam faíscas de remorso e alegria, que se misturavam, retorciam-se e, da negritude cintilante das pupilas, saltitavam pequenas gotas transformadas em pérolas puras, intocadas, virginais. Do espichar de lábios ao sorriso, o som já, há muito, transformara-se em estridente gargalhada. De antes, puro gozo. De felicidade ou infortúnio talvez. Pelo singelo prazer de um rir sem graça. Ou rir da própria dor, da solidão, do remorso que a queimava como o fogo.
Numa lufada de tempo, num dia sem tempo, assim, perdido no nada, o riso de gozo e a manifestação da alegria foram se misturando à dor de não saber por que ria. O sorriso, o riso, a gargalhada, as lágrimas de pura euforia mudaram-se, remexendo um mistério bem embutido no cérebro e se transformaram num grito de dor. Os olhos plenos de luz deram-se conta de que o dia não amanhecera. Havia chegado à estação da dúvida e da realidade. O real e o palpável a andavam seguindo. Dia e noite. Noite e dia. Implacáveis. Desmesurados. Impiedosos. Os dias e as noites tinham sobre ela o mesmo poder de uma fera ferida. Impotente por estar ferida. Perigosa por ser fera. Junto à fuga da luz da manhã e do surgimento da noite, um estranho medo em si se apossava. Miudinho na chegada. De terror, ao simples ecoar de passos ecoando atrás dela.
Para saberem quem perseguia uma linda moça perdida na noite, leiam o meu livro de contos "O inquietante perfume de cravos". Agora com preço especial para ser ofertado aos amigos secretos como presente de NATAL.
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