quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Cansei de denunciar falcatruas...



 Sempre dediquei um bom tempo de minha vida a escrever artigos contendo denúncias sobre a falta de ética, de corrupção e muitas das mazelas que assolam o país. Cansei depois de ver eleitos três dos maiores larápios, homens safados como presidentes de nossa legislação maior: o CONGRESSO NACIONAl. (Recuso-me até em escrever o nome das pestes). Cansei!

Para me "despedir" (*talvez nem cumpra a promessa", TOMARA!), reedito o artigo abaixo e que causou enorme sucesso quando foii publicado em Zero Hora, o espaço mais nobre: página de domingo, em DEBATES.
 
 
 
 
Ante tantas denúncias de corrupção, deve-se analisar a realidade brasileira para se perceber que há dois países dentro de um Brasil gigantesco. No centro, tendo como sede Brasília, destacam-se riqueza e desperdício como se o resto da Nação devesse, por honra e mérito, trabalhar exclusivamente para manter mordomias, altos salários e vida nababesca com que vivem políticos e funcionários de alto escalão. Lá, tudo lembra Primeiro Mundo, embora, em cidades periféricas, reine muita pobreza e descaso abissal.

Disso se deduz que há o Brazil com z para inglês ver, modelo de país riquíssimo movido a bilhões de reais, protótipo de terra sem dono gerenciada por empreiteiros e empresários privilegiados que fazem negociatas espúrias com governos e políticos, cujas fortunas crescem num passe de mágica e que são alimentadas também pelos cofres públicos. Em contrapartida, existe outro país, o Brasil com s, desvalido, tacanho, repleto das mais variadas carências, porque o s parece lhe diminuir a importância. A substituição do z pelo s humilha-o, retira-lhe o brilho aos olhos do mundo que se move a euros, a dólares e fala o inglês ou o mandarim.

Se forem analisados esses dois brasis continentais, as diferenças entre ambos são estarrecedoras. O Brazil com z lhe dá empáfia, confere-lhe um status diferenciado, contudo, falacioso e apodrecido, que cheira a corrupção, a falcatruas, a desvio do dinheiro público para obras de pouca ou de nenhuma serventia. São elefantes brancos, decantados em dissertações, manchetes de jornais e versos de cordel e que se transformam nos dedos de Mecenas para administradores desonestos e governantes inescrupulosos.

Já o Brasil com s lembra descaso com as mais genuínas necessidades de gente que trabalha e sofre, salienta a falta de vagas em hospitais, mostra-se indiferente à insegurança quase absoluta em grandes e até em pequenas cidades. Um país submisso à vontade dos poderosos e que desconhece os reais problemas que se proliferam de Norte a Sul. Só quem não conhece o país sem fantasia, pode afirmar que tudo está bem.

Um país que um dia afirmou serem os jovens o seu futuro pode trocar progresso individual por questionáveis subsídios financeiros como o Bolsa-Família e todas as bolsas distribuídas às pampas em troca do voto e do conformismo de uma suposta leva de ex-miseráveis? Em lugar de auxílios de todo tipo e carimbo, deveriam investir com competência e responsabilidade em obras de relevância como escolas, hospitais, moradias populares, presídios e estradas.

Com isso, além de gerar mais empregos, sobrariam mais verbas para a criação de programas voltados para atender às reais e às mais imediatas necessidades da população. Assim o Brasil com s tornar-se-ia o país desenvolvido com que todos sonham desde que se dê a prioridade à educação capaz de fazer o povo reagir contra o conformismo que o envolve.

Pergunta de ZERO HORA.COM:
Você concorda com a autora que o melhor caminho para aproximar o Brasil com "z", rico, do Brasil com "s", pobre, é a educação? Opine em http://www.zerohora.com/

12 comentários:

  1. Arlete! Sensacional artigo da ZH! Digno de estar na pauta do "grande expediente" da nossa Câmara dos Deputados.
    Sugiro encaminhares a todos os nossos representantes naquela casa.
    Brasileiros, como tu, estão alertas...e gritando...
    Seremos ouvidos?

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  2. Amiga querida!

    Nossa! Esse elogio"rasgado" vindo de uma pessoa comedida no "rasga seda" como tu, torna esta manhã cinzenta num dia cheio de luz com o sol tornando mais iluminados os meus neurônios e ego. Obrigada.
    Arlete

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  3. Amiga! Outra vez o meu coração se encheu de emoções. O que você escreveu qualquer pessoa dotada de senso crítico e raciocínio antenado teria vontade de ela mesma ter escrito.
    Parabéns.
    Abçs.
    João Lucas

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  4. Amigo muito especial!
    Eu é que estou emocionada com tua demonstração de apreço.
    Obrigada pelas palavras tão lindas.

    Um abração.

    Arlete

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  5. Prezada Arlete!

    Cumprimento-a pelo conteúdo do artigo publicado na Zero Hora . É corajoso, oportuno e revelador do sentimento, também, de inúmeros brasileiros que percebem, sentem e vivem num território com dois Brasis, mas, que, infelizmente, suas vozes se calam pelo conformismo, omissão ou pelo patrulhamento ideológico dos setores políticos predominantes .
    Valeu! Tuas palavras nos sensibilizam e nos fazem crer que ainda é possível sonhar com um único Brasil.

    Cordialmente,

    Vulmar Leite

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  6. Caríssimo Vulmar Leite!

    Dentre todas as demonstrações de apreço a tudo o que escrevo em Zero Hora, as tuas palavras emprestaram um significado muito especial aos meus artigos. Porque oriundas de alguém que transita nessa movediça e perigosa área que é a política, soubeste, muito bem, avaliar o quê e onde quis atingir com o meu artigo. Só uma pessoa com tua inteligência, coragem e sensibilidade poderia dar valor aos meus escritos.
    Fiquei altamente honrada com teu comentário.
    Reverenciada, agradeço-te.

    Um reconhecido abraço.

    Arlete

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  7. Um domingo marcante para os leitores da ZH, pois na página 13 estava lá um dos textos mais bonitos que já vi, não por serclaro,como sempre bem escrito, mas por expressar um sentimento que está entalado a minha garganta. Um Brasil triste e revoltante, um país bonito lá fora e muiiiito feio aqui dentro. Eu que sou jovem já estava quase desacreditando, mas quem sabe agora com o teu texto mais pessoas possam abrir os olhos e ver que ainda podemos fazer alguma coisa para mudar. As eleições estão quase aí novamente e esse é nosso único meio de mudança. ENTÃO VAMOS LÁ....POR UM BRASIL com S melhor!!
    Com muito orgulho dessa mãe que nunca desiste de querer transformar sempre todos os dias melhores!
    TE AMO!!
    Daniella

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  8. Querida Arlete!

    Na sexta-feira, quando postaste no teu blog que, no domingo, irias realizar mais um sonho, tive um insight, ou uma premonição... Pensei comigo: "- A Arlete vai publicar no Tema para Debate da ZH Dominical"! E não é que acertei? Fiquei muito feliz, hoje, pela manhã, quando abri o jornal e me deparei com o teu maravilhoso artigo!

    Somente uma pessoa de elevada capacidade intelectual, com consciência crítica e conhecimento do que se passa no Brasil poderia escrever um texto tão perfeito e tão pleno de significado.

    Espero, ardentemente, que as tuas palavras possam servir de alerta e de estímulo para mudança de atitude, para aquelas pessoas que, mesmo vivendo no Brasil com S, trabalhando de sol a sol, sem justa paga e morrendo na porta dos hospitais, por falta de atendimento condigno, humilhados, espoliados, ainda votam e elegem os políticos que criaram o Brasil com Z, paraíso das falcatruas, não só em Brasília, mas nos estados e municípios em que grassa a corrupção. Acredito que não sobra um, se formos analisar caso a caso.

    Um grande abraço,

    Nivia

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  9. Arlete,como tens repetidas vezes afirmado,não precismos de muita coisa para nos sentir felizes,teu artigo maravilhoso e vai ter uma enorme repercussão e isto quando os leitores opinarem.Teus amigos estão felizes e os teus conterraneos devem estar orgullhosos.Um paragrafo para os familiares,espôso,filhos e demais parentes esperavão por este momento,porque sabiam da tua capacidade.Sabes da minha posição a muito tempo,muitas vezes tu discordas por ser eu de pavio curto que reclamo de tudo,mas é a única maneira,civilizada,de botar a boca no trombone.Para encerrar,desejo que curtas este momento,pois sabemos que és merecedora.Uma "bela" noite.

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  10. Filha muito amada!
    Tudo o que escreveste surtiu quase o mesmo efeito de quando articulaste e ouvi, pela primeira vez, a palavra mamãe. Li emocionada o teu comentário e, mais uma vez, percebi o quanto sempre foste uma garotinha corajosa que não sentia vergonha de, escancaradamente, demonstrar o quanto sentias orgulho de ser minha filha diante de teus amiguinhos e professores. Quando ia te buscar na escola, parecias ser a mais feliz dentre todas as crianças. Com o teu carinho e admiração, fomos reforçando os vínculos através de uma amizade cúmplice e que se foi fortalecendo com o tempo. Sei que não é fácil conviver com o fato de ter uma mãe sempre na berlinda sujeita a elogios e críticas. Todavia, a vida tem sido generosa com ambas porque as evidências de bem-queres têm sobrepujado as críticas. Obrigada por tuas incentivadoras palavras. Amo-te sempre e mais.
    Arlete

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  11. Nívia querida!
    Sempre que postas um comentário, antes mesmo de lê-lo também “premonizo” que será uma demonstração de enorme sensibilidade, erudição e um gestual de humildade ao dares valor para o que escrevo. Reitero que reconhecer e compartilhar do sucesso alheio é fato raro e demonstrá-lo publicamente só o são capazes os seres superiores e de uma grandeza indescritível como tu.
    Estou na expectativa de que o que escrevi cause a repercussão esperada, porque o fiz com a convicção de que poderia ser lida e de que após os meus escritos outras pessoas se sentissem encorajadas a fazê-lo também.
    Obrigada por mais essa página da mais genuína e refinada literatura.
    Um abraço muito carinhoso.
    Arlete

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  12. Amigo querido!
    Não sei se leste o preâmbulo da publicação do artigo em análise. Aqui, quero reafirmar-te que os teus comentários, mesmo discordando deles, embora, na maioria das vezes, ou tu ou eu entendemos mal o significado do que escrevemos, serviram e servem de incentivo para eu escrever muitos dos textos que posto neste blog e os que envio a ZH. És o amigo sincero que sei poder “desabafar” as minhas pequenas mazelas e me encantar com os teus elogios. Caso raro, saber que, mesmo virtualmente, és uma pessoa com quem posso compartilhar o e se orgulha de meus pequenos sucessos.
    Mais uma vez, obrigada por existires e me posibilitar fazer parte de teus amigos mesmo que virtualmente.
    Um abraço muito afetuoso.
    Arlete

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