Amigos e amigas muito queridos!
Já escrevi, nas horas mortas, naquelas que roubo o tempo do trabalho ou do sono, nas madrugadas, vinte e quatro contos. Segundo a minha adorável amiga Cinara Velasquez, a quem enviei alguns para obter a opinião dela, leitora voraz dos melhores autores, a receptividade foi superior ao que esperava.
Abaixo, postei os dois comentários elaborados por Cinara, após a leitura dos contos:
"Arlete,
Para mim, difícil mesmo é dizer-te, de forma isenta, sem o olhar fraternal, o que ficou em mim, deste maravilhoso conto.
Li, por várias vezes, conto tão bonito, "Narciso e Hannah". Enquanto leitora, percebi a movimentação das relações íntimas de muitas mulheres e homens, pessoas comuns, às vezes com notoriedade social, segundo seus papéis público-profissionais, os quais ocupam na sociedade.
O texto prende à atenção pela maestria como, a cada novo arranjo, apresenta-nos seus protagonistas. Sem dúvida, nossa atenção e imaginação são içadas pelo enredo inteligente que fazes de forma belíssima. Com Hannah, sofri, também, indignei-me, diante da sua complacência, mas não é assim a vida dos comuns? Conseguimos enxergar as tristezas e as cicatrizes alheias, enquanto as nossas passam quietas, emudecidas, recônditas no nosso viver?
O que dizer de Narciso? Por instantes, cheguei a sentir raiva desse tipo sedutor e erudito. O que fica deste belo conto: Somos frágeis diante das nossas emoções. De forma geral, acho maravilhoso, quando o autor/a consegue nos envolver a cada movimento das suas personagens. Fazes isso de forma encantadora. Para mim, o texto, o tempo todo, convidou-me há percorrer os anos junto a Hannah. Senti-me mais envolvida com ela, creio, pelo significado das agruras do feminino e tudo o que abarca a discussão envolvida na vida de tantas mulheres (escolhas, perdas ...). Por certo, tomei as dores da vida de Hannah... Como desejei, dizer a ela: Hannah! Larga tudo isso, segue a tua vida... Conselhos. Ah! Os conselhos, fáceis de proferi-los. Conseguiste, Arlete, através de Hannah, despertar-me emoções fortes e bastante antagônicas.
Para sair de mansinho dessa história incrível, fiquei com a pergunta, a qual nasceu, assim que finalizei a leitura: O que pesa nas relações entre mulheres e homens ao longo das suas vidas: A fidelidade ou a lealdade? Será que poderia Eu emitir julgamento a Narciso ou à Hannah? Mas, o que, sem dúvida, a história deles despertou é a impressão real das nossas fragilidades e, também, da capacidade que temos de ser perversos e cruéis diante do Outro. Não somos tão inocentes. O humano , seja na figura feminina, representado por Hannah, ou pelo masculino, Narciso – são imagens do que podemos constituir, ao longo da vida, próximos àqueles/as, com quem construímos histórias. Seja de amor ou de ódio. Sentimentos estes, muitas vezes, entrelaçados que se apresentam no dia a dia, da vida comum de tantos casais.
Para finalizar, tenhas a certeza, não tive a pretensão de redigir “um parecer crítico”, tarefa a qual seria muito difícil, visto que escreves com erudição e simplicidade, elementos raros na escrita. Características que só encontrei em autores/as, cujos nomes são referências para mim, como por exemplo, Virginia Woolf, no livro Um Teto Todo Seu.
Um conto maravilhoso, no qual presenteia o leitor/com a possibilidade de decidir o futuro dos seus protagonistas (o futuro da vida de Hannah, este guardei vivo na minha memória e imaginação).
Parabéns Arlete! Um conto, cuja escrita contém um toque do belo literário.
Afetuoso abraço.
Cinara
*Sobre o último, "Promessa a ser cumprida", escrito ontem enquanto limpava a casa, a inteligentíssima amiga assim se manifestou:
Querida Arlete!
Obrigada pela linda homenagem. Fiquei muito feliz.
Encanto-me com a tua sensibilidade, tens uma escrita tão bonita... Teces teus contos como a mão que trama os fios, cujos emaranhados transbordam histórias de todas as cores e de todos os sentimentos. Um encanto em cada conto.
Com carinho, permito que uses o meu nome, embora sinta-me pequena diante da tua grandeza.
Um grande abraço.
Cinara”
Preciso comentar?
Vá em frente mana querida! Sempre apreciei muito os teus escritos e não é de hoje.
ResponderExcluirCom o aval de uma conhecedora do assunto como a Cinara tens a faca e o queijo ou o teclado e a tela para publicar teus feitos, não desista.
Bjus
Djeine querida!
ResponderExcluirO único verbo que não declino quando me entrego a uma paixão (como escrever) é DESISTIR. Segundo o César e o Rodrigo estão lindos.
Um beijão.