domingo, 23 de maio de 2010

A casa do lago e Jane Austen


Depois de muito tempo sem tempo, resolvi assistir a um filme que, há muito, almejava ver: A Casa do Lago. Antes, "corri", ou melhor, naveguei na internet em busca de informações. Acho meio sem graça saber do enredo antecipadamente. O tempo escasso está me fazendo mais paciente e crítica quanto a ações que tenho que empreender.

Queria assistir ao filme, porque lera o livro em minha juventude e, naquela época, já era uma mistura de ateia e agnóstica, portanto estava meio impregnada de que a "força do pensamento", por constituir-se de energia, era capaz de realizar coisas que poderiam ultrapassar os limites da credibilidade. E o livro estava pleno desse tipo de pensamento.

A sinopse abaixo, escrita por Valéria de Oliveira Alves, revela um pouco desse filme e tece comentários sobre o livro de Jane Austen, em que "Casa do Lago" se baseou. Confiram.


O filme "A casa do lago" não atrai à primeira vista. O nome nos lembra aqueles filmes repetitivos de terror ou suspense. E a dupla Keanu Reeves e Sandra Bullock já é velha conhecida de filmes populares. No entanto, a produção norte-americana (dirigida pelo cineasta argentino Alejandro Agresti) traz algumas surpresas. Nem sempre boas, claro.

A história é um romance estranho entre Kate (Sandra Bullock) e Alex (Keanu Reeves). Ela é uma médica solitária que vivia em uma casa à beira de um lago. Ao mudar da casa, passa a trocar cartas com o novo morador da residência, um arquiteto frustrado, Alex. Essa troca de cartas, entretanto, tem uma aura de mistério, afinal eles descobrem que estão em tempos diferentes (um período de diferença de 2 anos). Parece um conto de fadas moderno, afinal eles descobrem que são bastante parecidos, mas a concretização desse amor é mais difícil do que eles imaginam.

O expectador é envolvido pela boa direção, pela química do casal e pelos momentos interessantes da história. Mas o enredo nos parece truncado, cheio de "buracos". No meio da história, o livro "Persuasão" de Jane Austen aparece. Kate o esquece numa estação de trem e Alex guarda-o para ela. Sabemos, como leitores e expectadores atentos, que nenhum autor ou obra é citado dentro de outra de forma aleatória ou "sem querer".

O livro não foi escolhido por acaso e deve conter alguma "leitura" do próprio filme. Não precisamos ir longe, o próprio filme conta-nos o enredo do livro: é uma história de amor impossível, pois os personagens não conseguem se acertar no tempo certo. É uma síntese da própria história do filme. Alex e Kate precisam estar no mesmo "tempo" (literalmente) para se encontrar e viver o grande amor.


O livro "Persuasão" (de 1818) é uma obra póstuma da grande escritora inglesa Jane Austen. Ela é famosa pelos livros "Razão e Sensibilidade" (obra já filmada), "Ema" e "Orgulho e preconceito" (este também filmado recentemente numa belíssima produção). Jane Austen é considerada a segunda figura mais importante da literatura inglesa (ficando atrás apenas de Shakespeare).


Viveu em relativo isolamento e nunca se casou. Hoje, "Persuasão" não é encontrado facilmente em edição brasileira (achei-o apenas em uma edição portuguesa) e foi o último romance escrito por Jane em que encontramos a heroína "Anne Elliot" (considerada a mais notável). É considerada sua obra mais madura e se afasta do tom predominantemente satírico de seus romances anteriores.

Até que ponto a história do livro nos ajuda a perceber e reler o filme e seu enredo meio "esburacado"? Ou mesmo, quem sabe o livro não nos mostre um outro lado do filme que não percebemos? São perguntas instigantes que nos motivam a ler mais esse livro de Jane Austen. Estudos e novas leituras do filme são bem vindos...


É possível amar alguém que você nunca viu?

Esperaria, também, se fosse apaixonado(a) por alguém e a pessoa lhe pedisse um "tempo"?

Cuidado! "Pedir um tempo" na minha concepção, só tem um significado: "Não quero mais a você!" Ponto. Nesse caso, parta em busca de um novo amor e que lhe dê plenas garantias de que vai retribuir-lhe esse amor!



7 comentários:

  1. Vi este filme a achei meio enrolado mas gostei. Vou ler o livro se encontrar. Como é mesmo o nome?

    ResponderExcluir
  2. Ontem assistir uma das obras de Jane Austen, Pride and Prejudice, isto é, Orgulho e Preconceito, é muito bom, mas não gostei muito do final, ficou tipo aqueles filmes que tem segunda parte...

    ResponderExcluir
  3. Arlete, gosto do filme, é bom, embora difícil de contextualizar o tema tratado por Jane. Não conhecia grande parte de suas informações, foram muito úteis; vou ler o livro e assistir ao filme outra vez. Um abraço.

    ResponderExcluir
  4. eu queria saber queria fazer uma pergunta tem alguem ai on

    ResponderExcluir
  5. Pergunta, amigo ou amiga. Logo te responderei.
    Volta sempre.

    Arlete

    ResponderExcluir
  6. Esse filme é estraordinario, só quem tem uma alma sensível irá entender e fazer o coração bater em cada página lida.

    ResponderExcluir